Crédito: whileimautomaton/Flickr
O GitHub tem se tornando um local bizarramente popular dado seu papel como vasto armazém de códigos e informações técnicas muitas vezes inescrutáveis. Faz sentido, porém, já que a programação em si tem se integrado à cultura pop de forma completamente inesperadas, então um de seus pontos de encontro primordiais logo deveria passar pelo mesmo. Assim sendo, parece ser uma boa hora para falar sobre o que é exatamente o Git, uma das mais poderosas tecnologias invisíveis dentro da informática.Mas me deixem puxar o saco um pouquinho. O Git é foda, uma das mais profundas e úteis ferramentas da programação. O Git também é esquisito e meio confuso se você não está envolvido diretamente com código e processos ligados à produção de códigos e as dificuldades de gerenciar possíveis centenas de arquivos em que trabalham centenas de programadores e engenheiros.Pra começo de conversa, o GitHub não é Git. Muita gente confunde. O GitHub é um lugar na internet para o armazenamento de arquivos e estruturas de arquivos organizadas de acordo com o sistema Git. O sistema Git é uma espécie de controle de versões, que fica de olho nas suas paradas em busca de atualizações e alterações e certificando-se de que você ou alguém no seu projeto não faça nenhuma burrada. Ele observa seus arquivos e permite que projetos simples de programação de um ou dois arquivos sejam compartilhados com grandes quantidades de pessoas. Ele faz isso quase que invisivelmente.Logo, ao invés de trabalhar na versão "principal" da coisa, fiz um clone dela. Daí que posso fazer o que bem entender com o arquivo sem interferir no projeto e quando estiver com tudo pronto, eu (ou nós) posso pegar estas mudanças e juntar com o projeto principal. De certa forma, é só um jeito de salvar coisas em um universo alternativo.O Git foi criado por Linus Torvalds, famoso por outra cria sua, o Linux. Ele precisava de algo relativamente rápido que pudesse lidar com uma série quase constante de atividades envolvidas em algo como o Linux. E tinha que ser de graça. Não encontrando nada, ele decidiu criar o Git. Como no caso do Linux, Torvalds o batizou em referência a si mesmo; em inglês britânico, Git é uma gíria para "cabeça-dura, que acha que está sempre certo, briguento", de acordo com a Git Wiki.O que faz o Git funcionar mesmo é sua habilidade de detectar mudanças em arquivos – não só que uma mudança ocorreu, mas onde e que mudança aconteceu. Um arquivo rastreado pelo Git tem seu conteúdo verificado usando o algoritmo de criptografia SHA-1, resultando em uma bolha de 40 caracteres (hexadecimais). Quando esta bolha difere da outra observada anteriormente pelo Git, ele registrar que o arquivo foi "modificado" e o desenvolvedor pode prosseguir adequadamente (fazendo as alterações no arquivo principal ou o que for).Tudo isso parece muito simples, e a coisa continua simplificada assim por mais que os projetos cresçam enormemente. Obrigado novamente, Linus.Tradução: Thiago "Índio" Silva
Publicidade
Eu uso o Git o tempo inteiro sem "empurrar" (que é meio que fazer upload) meus documentos pro GitHub. Meu repositório Git (uma série de arquivos geralmente pertinentes a um projeto) nesse caso, fica só no meu disco rígido.A utilidade do Git reside na ramificação e integração de documentos. Se eu tenho um projeto com dezenas de arquivos interdependentes de maneiras cruciais, editar qualquer um destes é algo meio que arriscado, ainda mais se outras pessoas estiverem trabalhando em cima destes mesmos arquivos, o que só piora se o projeto está "no ar" enquanto site. Na semana passada estive trabalhando em cima de um mapa de dumps que fazia parte de um site e queria adicionar uma nova funcionalidade bacana, mas o site não poderia sair do ar. Fiz uma ramificação do projeto, alterei-a, testei-a e tentei fazer com que desse pau algumas vezes, e então, depois de satisfeito, a integrei ao arquivo-mestre e substituí os arquivos no servidor.De certa forma, é só um jeito de salvar coisas em um universo alternativo.
Publicidade