O Sonar trouxe tempestade a Barcelona

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Música

O Sonar trouxe tempestade a Barcelona

Estamos a falar de um armazém enorme que parece não ter fim.

Num mundo onde existem mais festivais do que receitas de bacalhau, o Sonar continua a merecer um lugar de destaque. Este festival de música eletrónica é considerado o n.º 1 e é fácil perceber porquê, tendo este ano uma audiência de 110 mil amantes de música. É sempre a abrir durante três dias e duas noites, em dois locais diferentes. Barcelona era, sem dúvida, o local para se estar tal era a quantidade de nomes presentes e "label nights" que se deslocaram para o festival e para o Off Sonar. Algumas pessoas preferiram estender-se ao sol na praia, beber cerveja, ver a cidade e curtir apenas o Sonar à noite, mas o Sonar "by day" esteve também bastante concorrido. Com um ambiente relaxado, entre famílias jovens a passear de um lado para o outro e pessoal a dormir a "siesta", era possível descobrir os novos talentos presentes no line-up neste espaço mais intimista.

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Os pontos altos do primeiro dia incluiram Machinedrum ao vivo, os beats hip-hop de Ryan Hemsworth, Trentemoller ao vivo é sempre bom e, como é óbvio, a estreia europeia do novo álbum de Plastikman onde o Richie Hawtin aparece no meio do público em frente a um pulsaste e impressionante obelisco de efeitos visuais que se projectava pelos céus da noite barcelonesa. No segundo dia, apesar da ressaca, cheguei cedo para ver o talento local Santatruja, a surpresa viciante Jessy Lanza, os Simian Mobile Disco a apresentar o seu novo álbum Whorl, seguido de um set perfeito de Bonobo, espreitámos um pouco de Theo Parrish a caminho de Jon Hopkins, isto tudo a servir de aquecimento para o concerto de Buraka mais tarde. O Sonar é grande. Tem mesmo muita gente. Estamos a falar de um armazém enorme que parece não ter fim, com cinco palcos capazes de albergar milhares e milhares de pessoas. Parece quase um aeroporto que foi abandonado, todo branco onde deixaram apenas uns incríveis sistemas de som e visuais. Corremos para ver Royksopp e Robyn e não nos arrependemos, aliás: toda a gente adorou. Outros destaques para o "local boy" Alizzz, o majestoso Caribou, o R'n'B doce de Kaytranada, e a coça dada pelo Gesaffelstein vestido de fato clássico e cigarro na boca. Foi bom ver Moderat e a insanidade do Richie Hawtin, ao que parece, toda a gente veio ver. O set dos Martinez Brothers até às 7 da manhã deu cabo de nós. O último dia, sábado, incluiu o maluquinho do Kid Koala que passou mais tempo com as suas gogo dancers e a correr na relva artificial do que em cima do palco. Neneh Cherry. O fantástico Audion e o seu espetáculo imperdível. E o James Holden. Facilmente passamos todos os dias naquilo que pode ser descrito como a "igreja do Sonar", sem dúvida a melhor ideia da década e, consequentemente, o melhor club do mundo: DESPACIO. Despacio surge ideia insana de James Murphy (LCD Soundsystem RIP) criar um club com oito colunas de som que formam o sistema de som mais caro e poderoso do mundo. Durante os três dias, das 3h30 às 9h30, os rapazes tocaram non-stop durante as seis horas (não se preocupem, nós confirmamos isto no local) para uns 200 sortudos num club escuro que parecia algo entre o famoso Studio 54 e uma nave espacial. Como se não bastasse, tocaram apenas vinil… Para eles não é qualquer problema, só os dois irmãos têm, alegadamente, uma colecção de mais de 40.000 discos em casa. Foi a melhor coisa de sempre. Venham a Portugal rapazes, POR FAVOR!

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