O Bassnectar Odeia a Indústria da Música, Mas Tá Bem de Boas com a Taylor Swift
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Música

O Bassnectar Odeia a Indústria da Música, Mas Tá Bem de Boas com a Taylor Swift

Depois de décadas fazendo turnês enquanto lançava algum dos seus 11 discos, o DJ/produtor resolveu sentar a lenha na indústria da música.

"Não tem nada de musical na indústria da música", diz Lorin Ashton, conhecido mundialmente como Bassnectar. "Não é mais bonita ou especial do que a indústria metalúrgica ou a porra da indústria militar — é uma indústria. Muitas das pessoas que trabalham no sistema nervoso central dessa indústria estão nela para ganhar dinheiro, e é para isso [que a indústria da música] existe."

Para os seus fãs e aqueles que o conhecem, essas são palavras tipicamente duras de um artista que está imerso na música há quase duas décadas. Com 11 discos, inúmeras mixtapes, remixes e turnês constantes, Bassnectar conquistou o seu lugar na (talvez inapropriadamente intitulada) indústria da música e não se acanha em falar sobre as mudanças que deseja ver acontecerem à sua volta.

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"Como artista, fui sacaneado repetidamente, e como fãs, vocês são sacaneados constantemente", ele diz. "Isso acontece porque a indústria da música não se baseia em valores. Ela não existe para unir as pessoas, assim como a Coca-Cola não vai salvar o mundo quando coloca crianças cantando nos seus comerciais; elas estão ali para vender água açucarada com xarope."

"Não tem nada de musical na indústria da música", diz Lorin Ashton, conhecido mundialmente como Bassnectar. "Não é mais bonita ou especial do que a indústria metalúrgica ou a porra da indústria militar — é uma indústria. Muitas das pessoas que trabalham no sistema nervoso central dessa indústria estão nela para ganhar dinheiro, e é para isso [que a indústria da música] existe."

Para os seus fãs e aqueles que o conhecem, essas são palavras tipicamente duras de um artista que está imerso na música há quase duas décadas. Com 11 discos, inúmeras mixtapes, remixes e turnês constantes, Bassnectar conquistou o seu lugar na (talvez inapropriadamente intitulada) indústria da música e não se acanha em falar sobre as mudanças que deseja ver acontecerem à sua volta.

"Como artista, fui sacaneado repetidamente, e como fãs, vocês são sacaneados constantemente", ele diz. "Isso acontece porque a indústria da música não se baseia em valores. Ela não existe para unir as pessoas, assim como a Coca-Cola não vai salvar o mundo quando coloca crianças cantando nos seus comerciais; elas estão ali para vender água açucarada com xarope."

Como DJ e produtor, Ashton sempre seguiu a batida dos seus próprios graves, e a sua última criação, Into The Sun, uma mixtape de 16 faixas que mais parece um disco, lançada sem muito suspense na semana passada, vai pelo mesmo caminho. A coleção inclui uma porção de novas faixas com a abrangente trovoada sonora que os seus fãs exigem. Surpreendentemente, também há faixas mais antigas no mix — "Dubuasca" e "Dorfex Bos (Remix)", do seu disco Divine Systems of Throb, de 2004, e "Blow" e "Enter The Chamber", ambas de Mesmerizing the Ultra, de 2005. Embora as faixas mais velhas tenham ganhado novo tratamento, a escolha de incluí-las deixa clara a ênfase do artista na nostalgia.

"Estou superdespreocupado com o futuro", ele explica. "Estou muito interessado no que é bom versus o que é novo, assim como no que é clássico e imediatamente catalisa um laço duradouro ou impacto profundo versus a simples novidade. Não me oponho à novidade, adoro elevar os padrões, levar algo para próximo nível ou me envolver em algum tipo de evolução no plano musical, mas criativamente, tenho estado mais interessado em voltar a momentos esquecidos no passado."

O lançamento inesperado do seu último disco reforça a preferência de Ashton por ser surpreendente e ousado. Durante o seu set no Eletric Forest, no último mês de junho, em que ele era a atração principal, ele convidou o líder do String Cheese Incident, Michael Kang, para subir no palco e tocar alguns licks de violino em meio às melodias psicodélicas de "Dubuasca", uma faixa que os dois produziram juntos há mais de uma década.

Em meados dos anos 2000, Ashton estava em uma fase muito diferente da sua carreira, estabelecendo sua identidade musical e solidificando seu papel como guerreiro da estrada e rei dos graves. Agora, ele combate aqueles que veem o seu sucesso como um fator corrosivo para a sua credibilidade indie. "Uma coisa que as pessoas precisam ter em mente é que um artista que tem sucesso financeiro não é um mau artista", ele observa. "Eles podem nem estar tentando fazer sucesso — ou talvez estejam. Não importa. O que importa é que se é um artista que você ama, você devia ficar feliz por ele ter sucesso financeiro, não devia ser nada do que se envergonhar."

Recentemente, depois de três shows no Red Rocks, nos Estados Unidos, terem esgotado, e o seu disco de 2014, Noise vs. Beauty, ter alcançado o primeiro lugar no iTunes e a 21ª posição na lista da Billboard, a medida do sucesso foi redefinida para Bassnectar, ao menos externamente. "Eu sempre ficava com vergonha quando 'BASSNECTAR - ESGOTADO' estava escrito no letreiro", ele diz. "Toda noite, quando chegava em uma cidade e via isso, dizia: 'Não, não esgotou!'".

"A minha ideia de ter um show esgotado hoje é muito diferente da que eu tinha quando era moleque, que era comprometer os seus valores para ganhar dinheiro", ele continua. "Agora eu acho que tem um aspecto mais positivo: quando a demanda supera a oferta, você esgota os ingressos ou unidades. Acho que os fãs precisam mesmo entender que isso é algo poderoso para um artista se sentir apoiado. Não é só que as pessoas gostam da música que você fez, você sente que elas querem que você faça mais."

Bassnectar no Red Rocks, em maio de 2015. Foto por aLIVE Coverage.

De modo geral, Ashton satisfaz esses pedidos por mais música. Embora tenha tirado férias brevemente neste ano, ele raramente não está em turnê. Sendo assim, ele está muito engajado com o seu público e ciente de como ele consome a sua música, mesmo que não seja da maneira como ele gostaria. "Algo que ouço muito dos fãs que ainda estão na escola ou na faculdade é que eles se sentem no direito de baixar e ter as músicas, e isso muitas vezes é justificado por um 'ah, eu paguei para ver os shows, então vou levar a música de graça'", ele explica. "[O dinheiro dos ingressos] não vai diretamente para o artista, e, na verdade, muitas vezes apenas uma pequena parcela vai para ele. É horrível que todo esse dinheiro esteja indo para outro lugar, como a merda da 'taxa de conveniência' de 16 dólares do Ticketmaster."

Não que Ashton esteja tentando começar uma guerra com alguém durante sua turnê. Ainda assim, ele encontrou um improvável parentesco com outro nome da música que ocupa o mesmo lugar que ele sob o guarda-chuva das pequenas remunerações nos serviços de streaming. "Eu realmente nunca tinha pensado nada sobre a Taylor Swift até ela fazer sua declaração", diz ele se referindo a recente oposição de Swift ao plano da Apple em não pagar os artistas por meio de seu serviço de streaming. "Eu não apenas respeito isso, como também respeito que ela tenha feito isso em favor dos artistas do underground que precisam de suporte. Penso que é realmente importante ver os artistas sendo pagos pela música que tem feito."


Para Ashton, vender discos tem menos a ver com engordar a sua conta bancária (não que a venda de discos digitais tenha essa poder), e mais com as oportunidades que um disco de sucesso pode proporcionar. "Se os fãs quiserem me apoiar e comprar o disco, então talvez eu chegue ao primeiro lugar no iTunes, e esse tipo de coisa abre novas portas e novas possibilidades", ele explica. "Tem menos a ver comigo e mais a ver com os novos artistas, com criar esse tipo de incentivo para que verdadeiros artistas possam existir, aperfeiçoar a sua arte e não serem forçados a viver na pobreza. Se isso não for feito, vamos acabar com nada além de xarope para tosse produzido em massa."

Ninguém pode acusar Ashton de fazer qualquer coisa açucarada ou massificada. Ele recentemente postou uma foto que sugeria uma colaboração com o guitarrista do Rage Against the Machine, Tom Morello, em um novo projeto misterioso. "Espero aumentar exponencialmente o número de colaborações no futuro", ele diz. "Fiz muita música sozinho, e para mim é mais divertido fazer com outras pessoas. Elas pensam coisas que você não pensa."

Ashton até insinua a possibilidade de eventualmente se tornar um cara dos bastidores, guiando a carreira de jovens artistas de que ele gosta, incluindo G Jones, um produtor de Santa Cruz, Califórnia, sua cidade natal, que participou de Into The Sun. "Não faria uma declaração radical, tipo, 'nunca mais vou fazer um disco como Bassnectar', mas com certeza posso dizer que não sinto nenhuma necessidade [de fazer um novo disco]", ele diz. "Me sinto muito inspirado em apenas colaborar e trabalhar em quantas ideias eu puder."

Bassnectar está no Facebook // SoundCloud // Twitter

Compre Into the Sun no iTunes

David é um aspirante a rei dos graves no Twitter.

Tradução: Fernanda Botta

Como DJ e produtor, Ashton sempre seguiu a batida dos seus próprios graves, e a sua última criação, Into The Sun, uma mixtape de 16 faixas que mais parece um disco, lançada sem muito suspense na semana passada, vai pelo mesmo caminho. A coleção inclui uma porção de novas faixas com a abrangente trovoada sonora que os seus fãs exigem. Surpreendentemente, também há faixas mais antigas no mix — "Dubuasca" e "Dorfex Bos (Remix)", do seu disco Divine Systems of Throb, de 2004, e "Blow" e "Enter The Chamber", ambas de Mesmerizing the Ultra, de 2005. Embora as faixas mais velhas tenham ganhado novo tratamento, a escolha de incluí-las deixa clara a ênfase do artista na nostalgia.

"Estou superdespreocupado com o futuro", ele explica. "Estou muito interessado no que é bom versus o que é novo, assim como no que é clássico e imediatamente catalisa um laço duradouro ou impacto profundo versus a simples novidade. Não me oponho à novidade, adoro elevar os padrões, levar algo para próximo nível ou me envolver em algum tipo de evolução no plano musical, mas criativamente, tenho estado mais interessado em voltar a momentos esquecidos no passado."

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O lançamento inesperado do seu último disco reforça a preferência de Ashton por ser surpreendente e ousado. Durante o seu set no Eletric Forest, no último mês de junho, em que ele era a atração principal, ele convidou o líder do String Cheese Incident, Michael Kang, para subir no palco e tocar alguns licks de violino em meio às melodias psicodélicas de "Dubuasca", uma faixa que os dois produziram juntos há mais de uma década.

Em meados dos anos 2000, Ashton estava em uma fase muito diferente da sua carreira, estabelecendo sua identidade musical e solidificando seu papel como guerreiro da estrada e rei dos graves. Agora, ele combate aqueles que veem o seu sucesso como um fator corrosivo para a sua credibilidade indie. "Uma coisa que as pessoas precisam ter em mente é que um artista que tem sucesso financeiro não é um mau artista", ele observa. "Eles podem nem estar tentando fazer sucesso — ou talvez estejam. Não importa. O que importa é que se é um artista que você ama, você devia ficar feliz por ele ter sucesso financeiro, não devia ser nada do que se envergonhar."

Recentemente, depois de três shows no Red Rocks, nos Estados Unidos, terem esgotado, e o seu disco de 2014, Noise vs. Beauty, ter alcançado o primeiro lugar no iTunes e a 21ª posição na lista da Billboard, a medida do sucesso foi redefinida para Bassnectar, ao menos externamente. "Eu sempre ficava com vergonha quando 'BASSNECTAR - ESGOTADO' estava escrito no letreiro", ele diz. "Toda noite, quando chegava em uma cidade e via isso, dizia: 'Não, não esgotou!'".

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"A minha ideia de ter um show esgotado hoje é muito diferente da que eu tinha quando era moleque, que era comprometer os seus valores para ganhar dinheiro", ele continua. "Agora eu acho que tem um aspecto mais positivo: quando a demanda supera a oferta, você esgota os ingressos ou unidades. Acho que os fãs precisam mesmo entender que isso é algo poderoso para um artista se sentir apoiado. Não é só que as pessoas gostam da música que você fez, você sente que elas querem que você faça mais."

Bassnectar no Red Rocks, em maio de 2015. Foto por aLIVE Coverage.

De modo geral, Ashton satisfaz esses pedidos por mais música. Embora tenha tirado férias brevemente neste ano, ele raramente não está em turnê. Sendo assim, ele está muito engajado com o seu público e ciente de como ele consome a sua música, mesmo que não seja da maneira como ele gostaria. "Algo que ouço muito dos fãs que ainda estão na escola ou na faculdade é que eles se sentem no direito de baixar e ter as músicas, e isso muitas vezes é justificado por um 'ah, eu paguei para ver os shows, então vou levar a música de graça'", ele explica. "[O dinheiro dos ingressos] não vai diretamente para o artista, e, na verdade, muitas vezes apenas uma pequena parcela vai para ele. É horrível que todo esse dinheiro esteja indo para outro lugar, como a merda da 'taxa de conveniência' de 16 dólares do Ticketmaster."

Não que Ashton esteja tentando começar uma guerra com alguém durante sua turnê. Ainda assim, ele encontrou um improvável parentesco com outro nome da música que ocupa o mesmo lugar que ele sob o guarda-chuva das pequenas remunerações nos serviços de streaming. "Eu realmente nunca tinha pensado nada sobre a Taylor Swift até ela fazer sua declaração", diz ele se referindo a recente oposição de Swift ao plano da Apple em não pagar os artistas por meio de seu serviço de streaming. "Eu não apenas respeito isso, como também respeito que ela tenha feito isso em favor dos artistas do underground que precisam de suporte. Penso que é realmente importante ver os artistas sendo pagos pela música que tem feito."

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In the studio with @tmorello, raging against machines!!!! pic.twitter.com/crchTCyM7P
— bassnectar (@bassnectar) March 5, 2015

Para Ashton, vender discos tem menos a ver com engordar a sua conta bancária (não que a venda de discos digitais tenha essa poder), e mais com as oportunidades que um disco de sucesso pode proporcionar. "Se os fãs quiserem me apoiar e comprar o disco, então talvez eu chegue ao primeiro lugar no iTunes, e esse tipo de coisa abre novas portas e novas possibilidades", ele explica. "Tem menos a ver comigo e mais a ver com os novos artistas, com criar esse tipo de incentivo para que verdadeiros artistas possam existir, aperfeiçoar a sua arte e não serem forçados a viver na pobreza. Se isso não for feito, vamos acabar com nada além de xarope para tosse produzido em massa."

Ninguém pode acusar Ashton de fazer qualquer coisa açucarada ou massificada. Ele recentemente postou uma foto que sugeria uma colaboração com o guitarrista do Rage Against the Machine, Tom Morello, em um novo projeto misterioso. "Espero aumentar exponencialmente o número de colaborações no futuro", ele diz. "Fiz muita música sozinho, e para mim é mais divertido fazer com outras pessoas. Elas pensam coisas que você não pensa."

"Não tem nada de musical na indústria da música", diz Lorin Ashton, conhecido mundialmente como Bassnectar. "Não é mais bonita ou especial do que a indústria metalúrgica ou a porra da indústria militar — é uma indústria. Muitas das pessoas que trabalham no sistema nervoso central dessa indústria estão nela para ganhar dinheiro, e é para isso [que a indústria da música] existe."

Para os seus fãs e aqueles que o conhecem, essas são palavras tipicamente duras de um artista que está imerso na música há quase duas décadas. Com 11 discos, inúmeras mixtapes, remixes e turnês constantes, Bassnectar conquistou o seu lugar na (talvez inapropriadamente intitulada) indústria da música e não se acanha em falar sobre as mudanças que deseja ver acontecerem à sua volta.

"Como artista, fui sacaneado repetidamente, e como fãs, vocês são sacaneados constantemente", ele diz. "Isso acontece porque a indústria da música não se baseia em valores. Ela não existe para unir as pessoas, assim como a Coca-Cola não vai salvar o mundo quando coloca crianças cantando nos seus comerciais; elas estão ali para vender água açucarada com xarope."

Como DJ e produtor, Ashton sempre seguiu a batida dos seus próprios graves, e a sua última criação, Into The Sun, uma mixtape de 16 faixas que mais parece um disco, lançada sem muito suspense na semana passada, vai pelo mesmo caminho. A coleção inclui uma porção de novas faixas com a abrangente trovoada sonora que os seus fãs exigem. Surpreendentemente, também há faixas mais antigas no mix — "Dubuasca" e "Dorfex Bos (Remix)", do seu disco Divine Systems of Throb, de 2004, e "Blow" e "Enter The Chamber", ambas de Mesmerizing the Ultra, de 2005. Embora as faixas mais velhas tenham ganhado novo tratamento, a escolha de incluí-las deixa clara a ênfase do artista na nostalgia.

"Estou superdespreocupado com o futuro", ele explica. "Estou muito interessado no que é bom versus o que é novo, assim como no que é clássico e imediatamente catalisa um laço duradouro ou impacto profundo versus a simples novidade. Não me oponho à novidade, adoro elevar os padrões, levar algo para próximo nível ou me envolver em algum tipo de evolução no plano musical, mas criativamente, tenho estado mais interessado em voltar a momentos esquecidos no passado."

O lançamento inesperado do seu último disco reforça a preferência de Ashton por ser surpreendente e ousado. Durante o seu set no Eletric Forest, no último mês de junho, em que ele era a atração principal, ele convidou o líder do String Cheese Incident, Michael Kang, para subir no palco e tocar alguns licks de violino em meio às melodias psicodélicas de "Dubuasca", uma faixa que os dois produziram juntos há mais de uma década.

Em meados dos anos 2000, Ashton estava em uma fase muito diferente da sua carreira, estabelecendo sua identidade musical e solidificando seu papel como guerreiro da estrada e rei dos graves. Agora, ele combate aqueles que veem o seu sucesso como um fator corrosivo para a sua credibilidade indie. "Uma coisa que as pessoas precisam ter em mente é que um artista que tem sucesso financeiro não é um mau artista", ele observa. "Eles podem nem estar tentando fazer sucesso — ou talvez estejam. Não importa. O que importa é que se é um artista que você ama, você devia ficar feliz por ele ter sucesso financeiro, não devia ser nada do que se envergonhar."

Recentemente, depois de três shows no Red Rocks, nos Estados Unidos, terem esgotado, e o seu disco de 2014, Noise vs. Beauty, ter alcançado o primeiro lugar no iTunes e a 21ª posição na lista da Billboard, a medida do sucesso foi redefinida para Bassnectar, ao menos externamente. "Eu sempre ficava com vergonha quando 'BASSNECTAR - ESGOTADO' estava escrito no letreiro", ele diz. "Toda noite, quando chegava em uma cidade e via isso, dizia: 'Não, não esgotou!'".

"A minha ideia de ter um show esgotado hoje é muito diferente da que eu tinha quando era moleque, que era comprometer os seus valores para ganhar dinheiro", ele continua. "Agora eu acho que tem um aspecto mais positivo: quando a demanda supera a oferta, você esgota os ingressos ou unidades. Acho que os fãs precisam mesmo entender que isso é algo poderoso para um artista se sentir apoiado. Não é só que as pessoas gostam da música que você fez, você sente que elas querem que você faça mais."

Bassnectar no Red Rocks, em maio de 2015. Foto por aLIVE Coverage.

De modo geral, Ashton satisfaz esses pedidos por mais música. Embora tenha tirado férias brevemente neste ano, ele raramente não está em turnê. Sendo assim, ele está muito engajado com o seu público e ciente de como ele consome a sua música, mesmo que não seja da maneira como ele gostaria. "Algo que ouço muito dos fãs que ainda estão na escola ou na faculdade é que eles se sentem no direito de baixar e ter as músicas, e isso muitas vezes é justificado por um 'ah, eu paguei para ver os shows, então vou levar a música de graça'", ele explica. "[O dinheiro dos ingressos] não vai diretamente para o artista, e, na verdade, muitas vezes apenas uma pequena parcela vai para ele. É horrível que todo esse dinheiro esteja indo para outro lugar, como a merda da 'taxa de conveniência' de 16 dólares do Ticketmaster."

Não que Ashton esteja tentando começar uma guerra com alguém durante sua turnê. Ainda assim, ele encontrou um improvável parentesco com outro nome da música que ocupa o mesmo lugar que ele sob o guarda-chuva das pequenas remunerações nos serviços de streaming. "Eu realmente nunca tinha pensado nada sobre a Taylor Swift até ela fazer sua declaração", diz ele se referindo a recente oposição de Swift ao plano da Apple em não pagar os artistas por meio de seu serviço de streaming. "Eu não apenas respeito isso, como também respeito que ela tenha feito isso em favor dos artistas do underground que precisam de suporte. Penso que é realmente importante ver os artistas sendo pagos pela música que tem feito."


Para Ashton, vender discos tem menos a ver com engordar a sua conta bancária (não que a venda de discos digitais tenha essa poder), e mais com as oportunidades que um disco de sucesso pode proporcionar. "Se os fãs quiserem me apoiar e comprar o disco, então talvez eu chegue ao primeiro lugar no iTunes, e esse tipo de coisa abre novas portas e novas possibilidades", ele explica. "Tem menos a ver comigo e mais a ver com os novos artistas, com criar esse tipo de incentivo para que verdadeiros artistas possam existir, aperfeiçoar a sua arte e não serem forçados a viver na pobreza. Se isso não for feito, vamos acabar com nada além de xarope para tosse produzido em massa."

Ninguém pode acusar Ashton de fazer qualquer coisa açucarada ou massificada. Ele recentemente postou uma foto que sugeria uma colaboração com o guitarrista do Rage Against the Machine, Tom Morello, em um novo projeto misterioso. "Espero aumentar exponencialmente o número de colaborações no futuro", ele diz. "Fiz muita música sozinho, e para mim é mais divertido fazer com outras pessoas. Elas pensam coisas que você não pensa."

Ashton até insinua a possibilidade de eventualmente se tornar um cara dos bastidores, guiando a carreira de jovens artistas de que ele gosta, incluindo G Jones, um produtor de Santa Cruz, Califórnia, sua cidade natal, que participou de Into The Sun. "Não faria uma declaração radical, tipo, 'nunca mais vou fazer um disco como Bassnectar', mas com certeza posso dizer que não sinto nenhuma necessidade [de fazer um novo disco]", ele diz. "Me sinto muito inspirado em apenas colaborar e trabalhar em quantas ideias eu puder."

Bassnectar está no Facebook // SoundCloud // Twitter

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David é um aspirante a rei dos graves no Twitter.

Tradução: Fernanda Botta

Ashton até insinua a possibilidade de eventualmente se tornar um cara dos bastidores, guiando a carreira de jovens artistas de que ele gosta, incluindo G Jones, um produtor de Santa Cruz, Califórnia, sua cidade natal, que participou de Into The Sun. "Não faria uma declaração radical, tipo, 'nunca mais vou fazer um disco como Bassnectar', mas com certeza posso dizer que não sinto nenhuma necessidade [de fazer um novo disco]", ele diz. "Me sinto muito inspirado em apenas colaborar e trabalhar em quantas ideias eu puder."

Bassnectar está no Facebook // SoundCloud // Twitter

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David é um aspirante a rei dos graves no Twitter.

Tradução: Fernanda Botta