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Música

Baixe 'Divination', Compilação de New Grime do Selo do Texas Oracles

Disponível por "pague o quanto quiser" no Bandcamp e curado pelo produtor SINES, a compilação traz os nomes e as faixas mais quentes do gélido mundo do novo grime.

A história do jornalismo musical está cheia de pessoas e animais mágicos que tentaram definir e predizer o futuro da música em sua dada geração, mas com a dispersão e facilidade de acesso trazida pela internet, essa tarefa tornou-se ainda mais impossível (duh!). Então, se você acompanhou as mixes do YNGN e do grupo facebookiano Grime Zone aqui no THUMP, sabe como essa nova onda do grime é tão difícil de rastrear e nomear quanto o mistério do "foi o ovo ou a galinha?".

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Para desenvolver e apoiar esse novo som, o produtor do Texas Leroy Bella, que musicalmente atende pelo nome SINES, acaba de criar o selo Oracles e lançar a primeira compilação Divination, com trabalhos de jovens produtores que vem desenvolvendo um som híbrido. Segundo o próprio Leroy, "é impossível definir ou citar um gênero, já que [a coletânea] traz influências de tantos sons, seja do passado ou do presente".  O álbum ainda conta com alguns trabalhos inéditos de produtores que vem trazendo destaque ao gênero: o YNGN, que fez uma ótima mix de divulgação para a compilação, o Glot, o Korma, DJ NJ Drone e o chileno Tomás Urquieta, por exemplo. Os selos Fade to Mind e Night Slugs também são grande influenciadores e percursores desse som, aparecendo aqui na forma de remixes para as faixas de dois de seus produtores, o NA Nguzu e o Jam City.

Com a ideia inicial de ser um selo, e um celeiro para o desenvolvimento mais experimental do som, o próprio nome do label e da compilação entregam a verdadeira missão do projeto: os oráculos e visionários da música club underground, que criam os novos cenários e experiências que dominarão as pistas daqui uns anos, seja quando eles usam samples do Wiley ou através da força e dureza andrógina do ballroom. Conversei um pouco com o Leroy pra saber como surgiu a ideia de criar a compilação e como ele conseguiu juntar tantos produtores de uma música que ainda segue sob o medo de ser experimental demais para o seu bailinho.

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A compilação Divination está disponível para download no sistema paque-o-quanto-quiser no Bandcamp da Oracles.

THUMP: O que você tem feito além d o Oracles? E quem mais te ajuda no selo?
Leroy: Eu tenho me ocupado com os meus selos Freshmore e Mas Fresco, além das minhas próprias produções e discotecando por aí. Tento me manter sempre ocupado com música e ver pra onde isso me leva. Eu cuido da Oracles sozinho, mas tenho muito apoio dos produtores que fizeram essa compilacão ser um sucesso.

Algum plano em transformar a Oracles em algo mais do que um selo?
A ideia principal é ser um selo, e depois talvez desenvolver um blog ou algo maior.

E o que significa o "Oracles Divination"?
Oracles, ou Oráculos, é basicamente o nome de uma pessoa considerada profética. Divination, ou Adivinhação, é o ato de predizer o futuro.

E como surgiu a ideia de montar a compilação?
Eu tive a ideia da compilação no ano passado e fui deixando crescer até saber exatamente o som que eu queria promover pelo selo. No final, conseguimos juntar ótimos produtores que possuíam essa sintonia.

E você foi buscando cada produtor que faz parte da compilação ou já os conhecia antes?
Muitos eu já tinha feito contato através dos meus outros selos ou eu descobri sua música com o tempo. Eu já trabalhei com algumas mixtapes do Korma e do YNGN para o meu selo Freshmore, por exemplo. Com outros, apenas falei a ideia do selo e eles toparam participar do projeto.

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Eu já li por aí alguns autores/produtores chamando essa mistura de grime e ballroom de "hybrid". Qual sua opinião sobre nomes e gêneros? É algo que ajuda ou não?
Você pode chamar do que quiser. Há influências de quase todos os gêneros que existem lá fora. É difícil apontar um gênero específico, mas eu definitivamente digo que tem um quê experimental em um certo sentido. Mas na compilação temos músicas pra pista e outras nem tanto. Eu tentei colocar de tudo um pouco.

E como você definiria esse novo som que você está tentando desenvolver com o selo?
Eu não diria novo, mas apenas uma reinterpretação de muitos sons diferentes do passado e do presente. Eu só tento ir pelo lado menos óbvio da coisa.

E onde mais essa cena, ou som, está se desenvolvendo além dos EUA?
Em todos os lugares. Apenas aqui no Texas há um número grande de produtores desenvolvendo essa sonoridade. Nova York, Philadelphia, Portland, Seattle e Los Angeles também entram na lista. Fora do EUA, há uma forte cena também no México, Chile, UK e a lista poderia continuar.

A mix de divulgação do YNGN ficou incrível. Você pretende fazer uma série de mixes, também?
Sim, ficou muito boa. E sim, planejo fazer uma série constante no futuro, então vamos ver quais nomes aparecerão por aqui.

E falando em Chile, o Tomás Urquieta também está na compilação. O que mais você sabe sobre a cena e os produtores de lá?
Eu tenho acompanhado a cena no Chile há um tempo, principalmente a Diamante Records e o Daniel Klauser. Eu acabei de descobrir o Tomas e o Imaabs e estou curtindo muito a música deles. Acabei de fazer um remix para o próximo lançamento do Tomás pela Diamante, e é assim que nos encontramos através da música. Então é muito importante que essa cena esteja se desenvolvendo em diferentes lugares e fusos horários.