Em seu primeiro trampo, Rico traz para mesa saudosas sensações da infância e daquele cheiro de terra molhada. Flautas, pássaros e atabaques indígenas milimetricamente desenhados num house bem quebradão fazem de Ascender a melhor trilha pro famoso "passinho do bate ombrinho".Mesmo influenciado pelo Garage e a Detroit do tio Sam, Rico não deixa de lado sua essência brasileira. "O ponto de partida é a música brasileira em suas diversas formas, mas a maneira que procuro representar isso é dentro do universo eletrônico", como na faixa "Puro Amor", na qual o produtor paulista taca-le pau na acapella de "Jóia" da Gal Costa numa batucada minimal sci-fi e também em trampos como o remix boladão da música "Noite" do capixaba Silva que tem participação do rapper cearense Don L e o vovô carioca do pop rock Lulu Santos.Ascender, conta o produtor, é um encontro bem pessoal, seja de memórias de infância, fim de relacionamentos ou a recordação da pupila dilatar ao nascer do sol naquele after. "De volta à minha essência tentei resgatar certos momentos nostálgicos que são deixados somente onde foram presentes e eternizá-los em uma ascensão pessoal", afirma Rico.
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Além de "Puro Amor", o EP independente tem mais três faixas, "Transe", "Fim" e "Drama", que conta com a participação de Amanda Guarnieri nos vocais. "Cada harmonia e título representa um estado de espírito que você passa. E cada instrumento e timbre ajudam a dar vida e formar as cores desse EP", diz Rico sobre essas pinceladas em furta-cor numa paisagem de deepdream".Introspectivo, Ascender forma uma paisagem sonora com aquele brilho de doce no nascer do sol visto da janela do after. Na moral, dá play aí.O Rico está no Facebook // Soundcloud