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Música

A Zambi Apresenta o Novo EP do Hill-Sax, 'Uni'

Ouça o terceiro lançamento do sub-selo dos parças da Beatwise Recordings.

A Zambi Records, sub-label da Beatwise Recordings, segue lançando novos sons. Davi Moori, produtor de Campinas radicado em São Paulo é o mais novo produtor a ter um trampo editado pelo selo. Foi a partir de um acidente, que rendeu a Moori uma lesão de Hill-Sachs que surgiu o mote pra criar seu pseudônimo Hill-Sax, que hoje lança o EP Uni pela label.

Ouça outros lançamentos da Zambi

Assim como a Zambi, Hill-Sax não é tão chegado em se prender a gêneros específicos. "Uma das coisas que me atrai na hora de compor música é ter um tipo de liberdade criativa que eu não tenho em outros suportes. Então não acho que faz sentido delimitar muito a área de trabalho porque isso pode significar perder liberdade", diz ele. E o cara tira o maior proveito da sua passagem por bandas pra montar o som das seis faixas de Uni. Pra entender melhor o que rola no lançamento, mandamos umas perguntas para produtor. Ouça o EP enquanto lê a conversa:

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THUMP: Quando que você saiu das bandas de jazz e post-rock e resolveu enveredar pela música eletrônica? Foi por causa do acidente que você teve ou tiveram outros motivos?
Hill-Sax: Eu já fazia coisas eletrônicas antes do acidente, mas a maior parte do tempo eu criava para projetos de grupo ou trio. Depois do acidente, fiquei com mais tempo para criar sozinho. Aí gostei da chance de compor sem precisar negociar os arranjos. Trabalho em grupo é ótimo, mas também é bom ter um espaço só seu. Acho que o ideal é ter as duas coisas em paralelo.

Como é seu processo criativo? O que costuma te inspirar quando vai fazer uma música?
Não tenho um processo preferido, aproveito o que vier primeiro. Às vezes fico improvisando no teclado por algum tempo e gravando, depois ouço e tento achar alguma ideia no meio da confusão. Ou faço samples dessas minhas pistas de improvisação e fico desacelerando, cortando e criando beats com isso num esquema meio mpc. "Uni" começou assim. Ou improviso algumas ideias na bateria e depois crio melodia em cima. Às vezes no trabalho surgem algumas ideias enquanto edito vídeos. Fico acelerando e desacelerando footage o dia inteiro e aparecem umas melodias estranhas ou sons ambientes que depois podem virar pads e ruídos para alguma música. Ou tenho ideias andando na rua e gravo no celular cantando bem tosco, tipo o pai do Stan do South Park, caguei de rir com aquele capítulo. "Chuva" começou desse jeito.

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Sobre o EP, tem algum conceito por trás dele? Como foi a "confecção" do Uni?
Era para ser um EP bem calmo e com uma vibe nostálgica porque antes desse trampo fiquei um bom tempo trabalhando em pedrada e queria variar um pouco. Mas no meio do caminho saiu "Retar" e fui repensando o conceito inicial. Eu sou ótimo em auto sabotagem toda vez que tento definir um conceito, vai tudo pra outro caminho.

O que você gosta de escutar normalmente?
Em casa ouço mais coisas instrumentais, Joshua Redman, Dave Holland Quintet, Trio Corrente, coisas da ECM, umas coisas de jazz fusion cafona, Weather Report, Pat Metheny ou o programa da Metanol.fm quando dá tempo. No trabalho tenho ouvido bastante Cid Rim, Mike Slott, Redinho, Hudmo, Rustie, algumas coisas de footwork, hip hop, podcasts aleatórios e fico um tempo no SoundCloud caçando som estranho.

Considerando sua vivência em bandas, o que você mais aproveita dessa experiência pra produzir música eletrônica?
Acho que o que eu mais aproveito são as ideias de dinâmica. As bandas instrumentais geralmente dividem os arranjos em trechos em que cada instrumentista ou cada setor da banda tem seu destaque, isso ajuda a criar climas e dar uma sensação de movimento. Essa noção funciona em qualquer tipo de música, você ganha mais clima se souber criar uma conversa alternada entre os instrumentos do que se deixar todo mundo brigando o tempo todo.

Quais são os planos, próximos lançamentos e afins pro resto de 2015?
Eu tô com mais material novo, mas falta destilar bastante. Meu plano é, no mínimo, mais um EP. Fora isso, quero tocar mais.

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