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Noisey

Obrigaram-me a ouvir sete músicas da Beyoncé

Detalhe: odeio a gaja.

Não gosto da Beyoncé. Nada, mesmo. Acho que até a odeio. É uma daquelas coisas que se está sempre a meter entre mim e os meus amigos, até mesmo com os virtuais. Já conheci pessoalmente malta da net e a primeira coisa que me dizem é: “Ah, és o gajo que odeia a Beyoncé!” Há qualquer coisa na combinação entre a sua atitude e os beats das músicas que me entusiasma, só que da maneira errada. Mesmo com o vozeirão que ela tem. Confesso, no entanto, que há alguma probabilidade de a ter subestimado por culpa deste ódio que domina a minha vida.

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Foi por isso mesmo que decidi colocar a minha repulsa de lado e ouvir um conjunto de sete canções da senhora Carter — recomendadas, claro, por amigos meus, todos eles membros oficiais da #Beyhive — só naquela de perceber se o meu ódio é mesmo real ou se simplesmente adoro ser do contra. Conclusões? Afinal, a Beyoncé não é assim tão horrível. Ouvi estas sete músicas várias vezes e só foi um bocadinho mau. Quase que me diverti.

Era de prever que começasse a lista com a única canção da Beyoncé que amo de morte, certo? Aqui está o derradeiro exemplo de uma canção pop, mesmo que a parte do Jay-Z seja estúpida como tudo. O refrão é uma bomba e a letra envelheceu bem. Aquela parte do “uh oh uh oh uh oh oh no no” vai estar gravada no meu subconsciente até ao dia em que C’thulu aparecer para nos matar a todos.

Veredicto:

Continua divertido, basicamente. Encontrem-me alguém que não concorde com isto. É que até eu curto.

Lembram-se de quando era uma boa ideia colaborar com o Sean Paul? Bons tempos… Podia fazer amor com esta música, ou pelo menos ao som da mesma. As influências árabes dão-lhe aquele toque especial que vai um bocado para lá das cenas normais do dancehall. A voz da Beyoncé também está bastante segura: quando diz “baby boy, let’s conceive an angel” tem graça porque ela está a dizê-lo ao Sean Paul enquanto andava secretamente com o Jay-Z.

Veredicto:

Por que caralho é que o Sean Paul não apareceu com a Beyoncé quando ela cantou isto no Super Bowl? O que é que ele tinha na agenda desse dia que pudesse ser mais importante?

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Mais um convite, outro cameo terrível do Jay-Z. A letra desta música não é péssima, mas ficava contente se alguém me garantisse que nunca mais a tinha de ouvir. Aquele anúncio da NBA foi a pior coisinha que podia ter acontecido a esta malha.

Veredicto:

Gostava de fazer um upgrade ao vídeo e sacar fora o Jay-Z.

Um dos melhores vídeos de todos os tempos, sim, mas uma canção chata, com aquela mensagem de

empowering

feminino a deixar para segundo plano os peidos de sintetizador e a percussão. O som das palmas deixa-me completamente maluco, já o refrão é vazio de ideias. E há uma parte que acaba por ser auto-plágio da “Crazy in Love”. “Like a ghost, I’ll be gone” é um bocado piroso, mas passa pela entrega com que é dito.

Veredicto:

Não me casaria (perceberam?) com esta música, mas não teria problema nenhum em levá-la a jantar fora, ou assim.

Questiono-me se esta música não teria batido mais se a) os videofones existissem mesmo ou se b) isto não tivesse aparecido imediatamente antes da “Telephone” da Gaga (melhor em todos os aspectos, diga-se). A batida é fixe, mas em termos de letra é a pior das sete e o refrão não é lá muito orelhudo. Mas gosto muito desta parte: “What? You want me naked? If you like this position, you can tape it”. Bem malandro, B.

Veredicto:

Mal posso esperar pelo remix com o Facetime.

Ainda não entendo esta música. Todos os meus amigos me recomendaram a “Countdown”. Literalmente, todos. Começa bem, como uma primeira trinca num bolo de chocolate, e depois parece peixe podre. Ou seja, começa bem e depois é sempre a descer. Este é, contudo, o tema mais Beyoncé de sempre: violento, exagerado e feroz.

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Veredicto:

 Naquela, está-se bem.

Zzzzzzzzz. Este tema é um soporífero para cavalos. A Beyoncé dá o seu melhor, mas é tudo demasiado lento para ela. Na minha humilde opinião, a Beyoncé não nasceu para cantar baladas e esta é a balada mais balada da história das baladas. E cantar “I don’t know much about guns but I’ve been shot by you” é de uma preguiça assustadora, ainda que esse seja só o segundo momento mais foleiro da música. O primeiro é aquele solo de guitarra.

Veredicto:

A cura para a insónia.