Foto por Gabriel Quintão.
Você pode ou não conhecer o Cybass das antigas, quando ele produzia e movimentava a cena de drum'n'bass em São Paulo, ou de suas novas aventuras musicais ao lado do pessoal da Beatwise Recordings (com quem ele geralmente é visto usando camiseta do Game of Thrones e tocando incríveis remixes da Miley Cyrus entre faixas de jungle). Mas durante todo esse tempo ele tem produzido e divulgado singles e colaborações que mostram sua transformação e contínua pesquisa musical.Agora no próximo dia 30, o Glauber Barreto lança seu segundo EP, dessa vez pelo selo inglês Lost Tribe Records, e, como o próprio título já entrega, Altered Carbon é sobre elementos "essenciais para a formação da vida", como a música e a química. Essenciais para a sua própria formação, gêneros como drum'n'bass, jungle, breakbeat e dub passam pelas mãos do produtor, que os transforma em um som único que segue seu próprio passo, como nas faixas "Bola de Gude" e seus samples de lasers, ou o swing epilético de "Thunda Clap". As faixas se afastam um pouco do trap que permeia seu primeiro EP lançado no ano passado, Hop It!, para abrir espaço à estruturas mais abstratas e, por que não, industriais, já que o produtor não economiza ao falar que está em casa tanto em um mundo sci-fi, como um mais levado pela sensualidade ragga.Ele lançou recentemente a faixa "Teasing Girl" com o amigo e produtor Sants, que também participa da faixa "Hemp Was Indispensable" ao lado dos também Beatwisers CERSV e MJP.Para apimentar o lançamento do EP, conversamos com o Glauber por e-mail e falamos sobre como foi o processo de produção do EP, sci-fi e, não teve como evitar, Game of Thrones.Você ouve com exclusividade o EP Altered Carbon no player abaixo. Ele sai oficialmente pela Lost Tribe Records no dia 30 de junho, e encontra-se em pré-venda através da Juno ou no Bandcamp do selo.THUMP: Quando começou a produzir o EP Altered Carbon?
Cybass:Eu recebi o convite pra lançar pela Lost Tribe em outubro, mas só comecei a produzir mesmo em dezembro. A data prevista era fevereiro, e eu ainda achava que daria tempo, mas acabou ficando pra junho.Qual sua faixa favorita do EP?
"Bola de Gude"! É muito difícil ter uma ideia inicial e conseguir mantê-la até o final, mas foi assim com ela. Além de que, geralmente, eu levo entre uma semana a um mês pra terminar uma música, mas "Bola de Gude" eu fiz em dois dias.Você segue uma ideia antes de fazer um álbum/EP ou você vai produzindo e de repente vê que as músicas se encaixam? Como foi dessa vez?
Mesmo depois de 15 anos de produção esse é só meu segundo EP. Na época do DnB o que pegava mesmo eram singles em vinil. O processo era quase o mesmo, já que eu fazia várias músicas de uma vez (muito tempo livre). Só que eu tinha um estilo muito melódico, então me baseava no mood. Hoje em dia eu faço música de uma forma mais estética, como se fosse um trabalho de um designer. Tento fazer com que todas as músicas sigam a mesma sonoridade.Quando recebi o convite para o Hop It! busquei no meu HD por músicas que conversassem entre si. A maioria não estava terminada. "Chatsubo", por exemplo, era um projeto de 2010 que eu terminei para o EP e "Afterlife" já estava pronta. No Altered Carbon todas as músicas foram feitas para o EP.E você achou que algum desses processos foi mais legal, mais difícil que o outro?
Os dois são muito legais! Sinto como se fosse uma continuação. O Hop It! foi um pouco mais fácil, pois eu já tinha vários projetos inacabados no HD e a preocupação para que estivesse coerente foi bem maior. Nesse último, nem tanto. Acho que agora já me sinto seguro pra lançar um álbum com 10 faixas.Qual a ideia por trás do Altered Carbon? É por causa do livro cyberpunk? Conta mais.
Sou viciado em sci-fi, principalmente cyberpunk. Sei que pode parecer cagação de regra, mas eu nunca li o livro hahaha. Eu conheço o livro, sei boa parte da história, mas nunca o li. Tá na minha lista de compras há muito tempo!A verdade é que eu estava procurando algum nome relacionado a carbono para a faixa "Altered Carbon". A música tem muita influência de old school jungle e hardcore, que é o estilo sonoro que praticamente deu origem a tudo o que conhecemos ou chamamos de bass music, assim como o carbono, que é o elemento químico essencial para a formação de vida. (Certeza que o Sants está me chamando de nerd nesse momento). Aí lembrei do nome do livro, achei que tinha muito a ver e entitulei a música. A ideia de nomear o EP foi do Michel, dono da Lost Tribe.Como você explica a sintonia musical que tem com o Sants, já que vocês tem tantas colaborações nos discos e singles de ambos?
Não sei explicar… Só sei que são dois chatos, teimosos, mas que aceitam ideias um do outro, de boa. O mais engraçado é que moramos juntos por alguns meses e nesse tempo nunca fizemos música juntos.Você lê Game of Thrones, ou só assiste? Porque você acha que é um bagulho que prende tanto? Eu até hoje não decidi se gosto ou odeio, nunca li, mas não consigo parar de ver.
Cara, GOT é um vício! Acho que é por ser uma série muito rica em detalhes: O roteiro é ótimo, os cenários, o figurino. A gente só retorna toda essa dedicação de fazer algo bem feito, assistindo. Eu nunca tinha visto séries na vida até assistir essa, agora vejo várias!Ainda não li o livro. Em adaptações prefiro assistir para depois ler o livro de origem. O livro sempre acrescenta algo, por ser uma mídia que cabe muito mais informação. Na ordem inversa, falta.Você já fez vídeo pra alguma de suas músicas? Tem vontade?
Nunca fiz. É meu sonho! Só que eu sou meio megalomaníaco, então acabo deixando de lado algumas ideias financeiramente inviáveis. Também nunca apareceu ninguém interessado em fazer algo. Seria ótimo! :)
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Cybass:Eu recebi o convite pra lançar pela Lost Tribe em outubro, mas só comecei a produzir mesmo em dezembro. A data prevista era fevereiro, e eu ainda achava que daria tempo, mas acabou ficando pra junho.
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"Bola de Gude"! É muito difícil ter uma ideia inicial e conseguir mantê-la até o final, mas foi assim com ela. Além de que, geralmente, eu levo entre uma semana a um mês pra terminar uma música, mas "Bola de Gude" eu fiz em dois dias.Você segue uma ideia antes de fazer um álbum/EP ou você vai produzindo e de repente vê que as músicas se encaixam? Como foi dessa vez?
Mesmo depois de 15 anos de produção esse é só meu segundo EP. Na época do DnB o que pegava mesmo eram singles em vinil. O processo era quase o mesmo, já que eu fazia várias músicas de uma vez (muito tempo livre). Só que eu tinha um estilo muito melódico, então me baseava no mood. Hoje em dia eu faço música de uma forma mais estética, como se fosse um trabalho de um designer. Tento fazer com que todas as músicas sigam a mesma sonoridade.Quando recebi o convite para o Hop It! busquei no meu HD por músicas que conversassem entre si. A maioria não estava terminada. "Chatsubo", por exemplo, era um projeto de 2010 que eu terminei para o EP e "Afterlife" já estava pronta. No Altered Carbon todas as músicas foram feitas para o EP.E você achou que algum desses processos foi mais legal, mais difícil que o outro?
Os dois são muito legais! Sinto como se fosse uma continuação. O Hop It! foi um pouco mais fácil, pois eu já tinha vários projetos inacabados no HD e a preocupação para que estivesse coerente foi bem maior. Nesse último, nem tanto. Acho que agora já me sinto seguro pra lançar um álbum com 10 faixas.
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Sou viciado em sci-fi, principalmente cyberpunk. Sei que pode parecer cagação de regra, mas eu nunca li o livro hahaha. Eu conheço o livro, sei boa parte da história, mas nunca o li. Tá na minha lista de compras há muito tempo!A verdade é que eu estava procurando algum nome relacionado a carbono para a faixa "Altered Carbon". A música tem muita influência de old school jungle e hardcore, que é o estilo sonoro que praticamente deu origem a tudo o que conhecemos ou chamamos de bass music, assim como o carbono, que é o elemento químico essencial para a formação de vida. (Certeza que o Sants está me chamando de nerd nesse momento). Aí lembrei do nome do livro, achei que tinha muito a ver e entitulei a música. A ideia de nomear o EP foi do Michel, dono da Lost Tribe.Como você explica a sintonia musical que tem com o Sants, já que vocês tem tantas colaborações nos discos e singles de ambos?
Não sei explicar… Só sei que são dois chatos, teimosos, mas que aceitam ideias um do outro, de boa. O mais engraçado é que moramos juntos por alguns meses e nesse tempo nunca fizemos música juntos.Você lê Game of Thrones, ou só assiste? Porque você acha que é um bagulho que prende tanto? Eu até hoje não decidi se gosto ou odeio, nunca li, mas não consigo parar de ver.
Cara, GOT é um vício! Acho que é por ser uma série muito rica em detalhes: O roteiro é ótimo, os cenários, o figurino. A gente só retorna toda essa dedicação de fazer algo bem feito, assistindo. Eu nunca tinha visto séries na vida até assistir essa, agora vejo várias!Ainda não li o livro. Em adaptações prefiro assistir para depois ler o livro de origem. O livro sempre acrescenta algo, por ser uma mídia que cabe muito mais informação. Na ordem inversa, falta.Você já fez vídeo pra alguma de suas músicas? Tem vontade?
Nunca fiz. É meu sonho! Só que eu sou meio megalomaníaco, então acabo deixando de lado algumas ideias financeiramente inviáveis. Também nunca apareceu ninguém interessado em fazer algo. Seria ótimo! :)