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Música

Os 50 Melhores Discos de 2014 | 31 - 40

Rustie, Yelle, Dorian Concept, Tyco e mais deixam suas marcas na segunda parcela da lista dos nossos álbuns preferidos.

40. Rustie | Trick [Warp]

Rustie descreveu Green Language para os críticos como algo "mais sério" do que esperaríamos dele após Glass Swords, sua estreia em 2011. E foi mais sério mesmo. Essa seriedade toda, porém, não impediu Rustie de manter seu déficit de atenção característico entre uma faixa e outra. Dos sintetizadores frenéticos de "Raptor" aos ganchos contagiantes de "Lost", Green Language é uma jornada exuberante do Rustie rumo à estranheza costumeira para qual ele se dirige. (ZR)

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39. Throwing Snow | Mosaic [Houndstooth]

Houndstooth, o selo da mega-boate londrina Fabric, calmamente tem construído um catálogo de música obscura, sinistra e desafiadora não-tão-dance-assim. Em meio ao lote, o disco de estreia do Throwing Snow, Mosaic, se destaca. A primeira nota da faixa de abertura "Avarice" já chega com um sinistro aviso da escuridão que virá. "The Tempest", com a participação de Adda Kaleh, é a música mais festejada, mas outras como "Pathfinder", "Hypnotize" e "All the Lights" revelam um disco que mistura elementos de bass music, juke, jungle, jazz e pós-rock. O disco todo é emocionante e talvez deixe você meio temperamental por horas… Só que de um jeito bom! (JK)

38. Yelle | Complètement Fou [Kemosabe Records]

Mesmo que você não fale francês, é fácil perceber o quanto Yelle está se divertindo em seu terceiro disco, Complètement Fou - o primeiro sem a participação de Tanguy Destable (Tepr). Por mais que os dias de tecktonik tenham ficado para trás, com a co-produção e participação do Dr. Luke na composição da faixa-título e em mais outras três no álbum, Yelle não foge do entusiasmo electrop que a define. A confraria de produtores do disco Oliver, Billboard, Kool Kojak, Tacteel e até mesmo Luke, acompanha a força indomável de Julie Budet (Yelle) e Jean-François Perrier (GrandMarnier) mandando ver na sua mistura entre harmonias soprano com electro fortíssimo, mistura que você percebe bem nas faixas "Moteur action" e "Coca sans bulles". Doideira? Peut-être, e é por isso que adoramos. (ZM)

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37. Bassnectar | NVSB [Amorphous Music]

Ao examinar o décimo disco de estúdio do ícone do California bass Lorin Ashton, deve-se começar pelo acrônimo do título: noise vs. beauty [barulho versus beleza]. É uma tensão que existiu no centro deste artista ao longo de toda a sua carreira (e talvez de toda a bass music) e que ele vem evoluindo e aperfeiçoando, ano após ano. Em NVSB, Ashton continua a averiguar os limites e vastas possibilidades da união entre seus subgraves que fazem a terra tremer e suas sutis e delicadas harmonias – ele chega até a separar ambos literalmente, dividindo o álbum em dois (para quem ainda compra CDs), "Noise" e "Beauty". Com algumas faixas de assimilação mais fáceis como "Now" (com participação de Rye Rye), bem como um arsenal de sons à base de Roland 808, NSVB é um reflexo da psique de um artista: complexa, sem medo, e muito obcecada com graves. (DG)

36. Puff Daddy & Guy Gerber | 11 11 

Puff Daddy também conhecido como P. Diddy também conhecido como Diddy também conhecido como Sean Combs tomou a decisão mais arriscada de sua carreira ao se juntar com o nômade provocador do techno Guy Gerber em 11 11. Como ele mesmo declarou, ousadamente, na festa de lançamento do disco em março deste ano, Diddy queria chamar o disco de "Ketamine". Gerber também brincou sobre intitulá-lo como "K-Train to Paris". De fato, os mundos aparentemente díspares do hip hop e da dance music, distantes como Nova York e Ibiza, colidiram em uma neblina cheia de ketamina que mostrou uma nova fronteira criativa para Diddy, ao lado de uma até então não conhecida vulnerabilidade emocional num contraste gigantesco com os clichês do hip hop. A energia criativa de Gerber transita por todo o disco, elevando seu perfil profissional ao nível do mainstream no decorrer… Mesmo que só por um momento. (JK)

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35: Darius | Romance EP [Roche Musique]

Este é o lançamento que levou o produtor parisiense Darius para além dos limites da sua terra natal. Apesar de ter recebido um feedback enorme por seus remixes de "Don't Wanna Dance", "All I See" e The Magician's "Sunlight" de MØ, foi Romance e seu single furiosamente contagiante "Hot Hands" que mereceram mais atenção em 2014. Este EP mosra que a França ainda é lar do que há de mais inovador na house music, lembrando que popularidade e conformidade não são sempre melhores amigas. "S/ash" foi a trilha de muitos brunches meus enquanto "Vanyll" foi a trilha para diversas noites em que dormi acompanhado. Romance é um disco tremendamente sensual para qualquer homem ou mulher que saiba como entrar em contato com seu lado sensível. (ZR)

34: Theo Parrish | American Intelligence [Sound Signature]

O quarto disco solo do produtor e DJ de Detroit Theo Parrish, American Intelligence, é a encarnação sônica de uma linha traçada na areia.  Trata-se em partes de uma declaração musical e também uma jornada musical, desdobrando então em uma procissão de opus sociais e espirituais chocantes, em pouco mais de duas horas. Sua intenção de ser controverso é bem clara – a brincadeira com o paradoxo do título, o preço salgado de 50 dólares, sua duração e conteúdo, o olhar de admoestação de Theo na capa – e o disco não se priva de reviver um muito necessário comentário social na música. Mas enquanto Theo é afeiçoado à provocações, American Intelligence é também, relevantemente, uma exploração de suas habilidades mais significativas como produtor e artista. (MC)

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33. Dorian Concept | Joined Ends [Ninjatune]

O segundo disco de Dorian Concept, e primeiro trampo a sair pelo seminal & sinistro selo eletrônico Ninja Tune, é um tratado exuberante sobre o quão longe pode ir o pop feito por só uma pessoa enquanto o som equilibra-se entre o orgânico e eletrônico. O graduando da RBMA e ex-tecladista do Flying Lotus criou uma coleção concisa de faixas emotivas e reflexivas no seu tom, impecável em sua construção. De vez em quando rola uma inesperada faixa pras pistas como "Draft Culture", que te tira da quietude subjacente o resto do disco. (JK)

32. Tycho | Awake [Ghostly International]

Magnífico, etéreo e emotivo – o sucessor  de Tycho para seu pioneiro disco de 2011 lançado pela Ghostly, Dive, mostra o produtor/músico Scott Hanson em perfeita forma, com uma pletora de canções de ninar ambiente que se desdobram vagarosa e gentilmente, te dando tudo que você conhece e simulando uma experiência ao ouví-lo em fones de ouvido. O destaque inegável do disco, "Awake" dá corpo à tendência de Hanson de trabalhar com ritmos lentos, aquele tipo que é distribuído em camadas consistentes de progressões de acordes e percussão crescentes, e uma qualidade aérea adequada para uma caminhada ao ar livre ou mesmo para ficar deitado olhando o teto. (DG)

31. Technimatic | Desire Paths  [Shogun Audio]

Em um ano com vários lançamentos drum and bass de destaque, Desire Paths do Technimatic, lançado pelo seminal selo Shogun do Reino Unido, é digno de nota tanto pela amplitude do disco quanto por sua musicalidade. Onde muitos produtores se veem abandonados no formato de álbum por conta de um paladar estético limitado, Technimatic floresce. O disco não para nunca. De pedradas prontas para as pistas como "Tectonic" à irrefutavelmente evocativa "Looking for Diversion", este lançamento funciona como uma importante contribuição artística que se baseia tanto na musicalidade quanto na produção técnica – uma raridade no gênero. (JK)

THUMP staff: Zel McCarthyJemayel KhawajaMichelle LhooqDavid GarberZiad Ramley e Joel Fowler.

Veja a eleição completa dos discos do ano:
No. 50-41 
No. 30-21 
No. 20-11 
No. 10-1