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Música

As eletrônico-latinidades de Chancha Vía Circuito

Conversamos com o produtor argentino que se apresenta no festival Sonido Trópico, nessa sexta e sábado (18 e 19).
Foto: Divulgação

O equipo do argentino Pedro Canale, ou Chancha Vía Circuito, é um tanto confuso: junto ao notebook, deck, cabos e mesas de som, estão chocalhos, flautas e caixas de percussão. Às vezes, conta com uma companhia para tocar os instrumentos e performar os vocais que ele manipula na hora. Fiel à sua proposta de misturar música eletrônica à música tradicional argentina e latina, principalmente a cumbia, o produtor transforma seus sets em uma performance um tanto quanto incomum.

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Para ele, porém, é tudo muito natural. "Eu só toco os dois sons, e funciona. Não tem segredo", me conta Chancha por e-mail. O argentino tocará no Brasil nesta sexta e sábado (18 e 19), em São Paulo e no Rio de Janeiro, como parte do festival de eletrônico-latinidades Sonido Trópico. Pela primeira vez no país, os dois sets de Chancha serão acompanhados por uma banda ao vivo.

Nascido e crescido na Grande Buenos Aires, Chancha foi criado numa família extremamente musical, e começou a se interessar pela música aos 13 anos."[Nessa época], toquei baixo numa banda com meus colegas de escola. Comecei a usar o computador como um instrumento quando tinha 20 anos, tocando [no software de produção] Fruity Loops. Foi como eu comecei a compor música eletrônica", diz.

Chancha se tornou uma revelação no cenário eletrônico de Buenos Aires, acompanhando as diversas mudanças artísticas e políticas que ocorreram na cidade desde então. "Jovens produtores têm a cabeça mais aberta do que eles tinham antes. Há menos preconceito e você pode mixar o que te der na telha, não importa o gênero", conta. Com a ajuda da internet, Chancha alavancou sua carreira internacionalmente. Depois de lançar seu dois primeiros álbuns (Rodante, de 2008, e Río Arriba, de 2010) pela label local ZZK Records, o terceiro trabalho do argentino, Amansara, lançado em 2014, saiu pelo selo nova-iorquino Wonderwheel Recordings.

"Hoje em dia, pelas redes sociais, você pode estabelecer contato com qualquer um, e fazer som com pessoas que moram muito longe", pondera o argentino. Apesar dessa facilidade, Chancha ainda prefere dar preferência a seus companheiros de terra: todas as participações de Amansara são de artistas latino-americanos. Quando perguntado sobre as particularidades de ser um artista latino no meio da música eletrônica, ele só tem vantagens a destacar: "Não há nada ruim em ser um artista latino. A melhor parte é que eu realmente gosto do som que eu faço, é um som acolhedor, que me protege", diz. E destaca, ainda, que as cenas brasileiras e argentinas têm muito a aprender umas com as outras.

Quanto a um novo trabalho, Chancha diz que, por enquanto, está concentrado em tocar ao vivo, mas já tem planos para novos sons. "Estou preparando um novo álbum, e espero conseguir lançá-lo no ano que vem", conta. Nos resta esperar que as novas apresentações acrescentem ainda mais pluralidade ao som do artista.

Siga o Chancha Vía Circuito no Soundcloud // Facebook // Twitter.

Sonido Trópico SP 18/11, às 23h30
R$35

Sonido Trópico RJ 19/11, às 20h, no Rua City Lab
R$30 - R$40