pessoas sentadas à porta do MAAT
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Também fomos ao MAAT (e também não entrámos)

O MAAT - Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia abriu portas em Lisboa e a inauguração atraiu milhares de pessoas.

Feriado, borla, inauguração, inclusão. A mensagem passou durante dias em todos os telejornais, jornais, redes sociais e o diabo a quatro e, claro, chegado o dia, ninguém quis desaproveitar o feriado, perder uma borla, faltar à inauguração, sentir-se excluído.

Nos últimos dias, o MAAT - Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia foi-se abrindo às mijinhas. Primeiro à imprensa, depois aos convidados e, depois, ao povo. A quem o pagou. Sim, porque a coisa é privada, mas quem paga (e bem) à EDP para a aposta "desinteressada" e messiânica na cultura somos nós e as nossas continhas mensais, suaves e fofas, de luz (e taxas e taxinhas). Portanto, na verdade, não lhes ficava nada mal - nem seguramente faria grande mossa - que as entradas no novo Museu lisboeta fossem para sempre de borla e não só até Março de 2017, como foi anunciado pelo seu director, Pedro Gadanho.

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Mas, enfim, também não sejamos mais papistas que o Papa, que, para isso, Deus Nosso Senhor criou as caixas de comentários. Estranho seria que, em dia de abertura de portas e depois de tanta curiosidade acicatada pelos media, as gentes não se deslocassem em barda a Belém. Soubessem ou não ao que iam.

Toda a gente quer fazer parte de coisas que toda a gente diz que são do caraças. Portanto, vamos embora. Um gajo nem se lembra do trânsito, nem dos acessos, nem se cabem lá todos, nem se as autoridades estão preparadas para responder a uma situação extraordinária. Nem um gajo se lembra, nem ninguém se lembra.

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Foi por isso que foi o que foi, gente por todo o lado, horas de espera em filas para entrar, uma ponte pedonal encerrada por receio de desastre iminente - coisa que, aliás, percebemos uma hora antes de por lá passarmos e nos termos interrogado se alguém, alguma vez, tinha pensado naquilo - e , certamente, muitos mais os que não entraram, do que aqueles que o conseguiram fazer.

Mas, na verdade, a sensação ao circular por ali é que isso não tinha qualquer importância. Importante mesmo era estar lá, viver o momento, sacar selfies, retratos de família e postais da vista de Rio e do objecto arquitectónico em si, criado pela britânica Amanda Levete e que exteriormente convida à circulação, ao passeio, à contemplação, a skates a deslizarem por ali abaixo. A urbe a ser urbana. O povo a ser povo. Os queixinhas a serem queixinhas. Não é provincianismo, não é por ser Portugal. É o ser humano.

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Um dia destes entramos. Para já vimos por fora. Nós e toda a gente.

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