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Música

VAI AEROSMITH: Como "Head First" Tornou-se a Primeira Música Para Download Digital 20 Anos Atrás

Em 27 de junho de 1994, a Geffen Records fez história ao lançar a primeira canção de uma grande gravadora exclusivamente como download digital.

Praticamente tudo nesse artigo parecerá velho. Digno de risadas, até. Mas vamos deixar isso de lado. A tecnologia é um estado perpétuo de um implacável e absurdo movimento para a frente, e somos lembrados constantemente de que, de alguma forma, já estamos vivendo no futuro, hoje. Mas falo de um futuro mais antigo. Estou falando do Aerosmith. Falo de conexão a internet cobrada por minuto. Falo da época em que o AOL impressionou a todos.

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Vinte anos atrás, em 27 de junho de 1994, a Geffen Records fez história ao lançar a primeira canção de uma grande gravadora exclusivamente como download digital. A música era “Head First”, do Aerosmith, uma sobra das gravações de Get a Grip. Dez mil assinantes da Compuserve a baixaram no decorrer de oito dias. A música durava três minutos e 14 segundos. Demorava de a 60 a 90 minutos para ser baixada. “Head First” foi um teste, uma jogada de marketing, um flash do futuro, o iceberg de uma indústria titanic-esca e 4.3 megabytes de riffs e linguagem de duplo sentido, disponibilizado no formato WAV.

Oferecer uma música para download era um experimento em tecnologia, levado adiante tanto pelo seu potencial para mudar a indústria quanto pela diversão em fazê-lo. A ideia surgiu de três funcionários relativamente novos da Geffen: Jim Griffin, Robert von Goeben, e Luke Wood. Eles levaram a internet à gravadora – não só os computadores, mas sua nova cultura. Griffin tinha noção da tecnologia, von Goeben conhecia a Compuserve, enquanto Wood entendia que rumos a indústria tomaria. Juntos, eles ajudaram a criar um momento crucial para a indústria, auxiliando na divisão entre apoiadores e críticos da distribuição digital de música e lançando um debate até então não resolvido sobre copyright, royalties, distribuição e acesso do ouvinte.

Anos antes do Spotify, iTunes, ou mesmo o Napster serem o brilho nos olhos de algum programador, a controvérsia começava a fervilhar, junto do otimismo quanto às opções para ouvintes em busca de novas sonoridades, artistas em busca de novos fãs e selos em busca de novas oportunidades de negócios. Por um breve instante, 20 anos atrás, como agora, a distribuição digital ainda era o futuro, sendo talhado no presente.

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Anúncio da Compuserve, meados de 1983

Em 1994, a Internet era uma versão primitiva daquilo que conhecemos hoje. A Rede Mundial de Computadores, em todo seu esplendor, era apenas 1% do tráfego de toda a Internet. URLs e HTML, as coisas que te deixam encontrar e ler porcaria na Web, não foram padronizadas até 1991 e 1994, respectivamente. Versões preliminares de ferramentas de compartilhamento de conteúdo como e-mails e protocolos de transferência de arquivos (os famigerados FTPs) existiam, mas a Internet era, basicamente, uma série de redes locais isoladas, intranets usadas por pesquisadores ou militares, e tipo um já defasado MySpace. Ficar online era difícil, lento e caro. Usuários acadêmicos e governamentais tinham pouco interesse em popularizar a internet: até o final dos anos 70 a tecnologia seguia inalcançável para o consumidor comum.

A CompuServe começou a mudar esse cenário. Foi o primeiro serviço comercial na rede, ganhando fama em meados dos anos 80 com suas versões primordiais de e-mail, suporte técnicoe jogatina online. O serviço de discagem agia basicamente como o Google e algum provedor de conteúdo em uma só embalagem; não só ajudava a ditar às pessoas como usar a internet, mas definia o custo (mais de 10 dólares por hora). Oferecia também fóruns populares, onde usuários se reuniam para discutir acontecimentos da época, entretenimento e o que mais surgisse. Foram estes iluminados simpósios ocorridos em meados dos anos 90 que evoluiriam para se tornar o Yahoo Respostas ou a seção de comentários do YouTube. Os usuários da CompusServe, porém, tinham uma desculpa para ler algo errado. Eles se comunicavam utilizando uma interface de linha de comando, que exigia que os usuários utilizassem comandos em texto, uma linha por vez, para fazer qualquer coisa. Algo que parece desafiador aos não-iniciados.

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Interface de linha de comando e de jogos da CompuServe

Foi a tecnologia antiga que levou Jim Griffin até a Geffen, porém. Escolhido para guiar a companhia durante o debate eterno de Mac versus PC, Jim tornou-se o chefe de tecnologia da empresa em 1992, sob condições um tanto quanto desoladoras. “Eu fui avisado de que [tecnologia] não seria uma prioridade”, ele lembra, por ordens da Universal, detentora da Geffen. Sendo assim, ele botou a mira de seu departamento apontada para o futuro, tirando um PC do inventário – “pra evitar toda a política e burocracia”, diz – e instalando o sistema operacional Linux nele. Foi o primeiro servidor de rede de Hollywood.

Dinheiro era outro problema. Ao passo em que o quadro de tecnologia da Geffen crescia, o conselho jurídico da Universal encrencava com os custos ascendentes do uso da Internet – por exemplo, se e-mails enviados para locais mais distantes custariam mais. Griffin teve de convencer os advogados de que enviar mensagens para contatos na Rússia não faria o orçamento explodir. Contudo, alguns gastos eram astronômicos – em determinado momento, a Geffen gastava cerca de 2.400 dólares por hora para se conectar ao mainframe da Universal. Para Griffin, fazia sentido investir de verdade na Internet, lançando um single de uma banda popular, por exemplo.

De acordo com seus colegas, Griffin tinha a visão mais clara do que poderia se tornar a distribuição digital de música. Porque mais que ele mantenha ter sido apenas o “facilitador” do sonho de von Goeben e Wood, von Goeben discorda: “Griffin viu exatamente onde isso daria”, lembra. “Apenas uns poucos de nós percebemos que aquilo era uma espiada no futuro.”

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Robert von Goeben começou a trabalhar no departamento de artes gráficas da Geffen no início de 1993, mas logo criou a divisão de serviços online da mesma, a primeira presença deste tipo na indústria musical. Em um primeiro momento, o departamento era apenas von Goeben virando noites e finais de semana em seu Mac. Ele desenvolvia sites para as bandas do selo, incluindo aí Nirvana, Guns’N’Roses e Beck. Seu orçamento era de 300 dólares por site.

O maior entrave para a produção de sites era comicamente simples – ninguém sabia o que colocar neles . “O maior desafio era conseguir informações para tornar o site interessante”, ele comenta. “Não havia conhecimento algum ou interesse por sites porque ninguém tinha acesso à Internet”. Pode-se discutir que após anos de questionários bobose artigos sem pé nem cabeça, essa pergunta continua sem resposta, mas para fins de perspectiva, eram assim que as coisas eram.

Um dos primeiros sites da Geffen

Von Goeben também era um grande usuário da CompuServe, entrando na rede em 1990 para comprar e vender ações e pesquisar dados sobre o clima. Ele sugeriu que a Geffen estabelecesse alguma presença online no servidor. Assim a gravadora se tornou a primeira no Fórum de Comerciantes de Música da CompuServe, que um artigo de 1993 do Orlando Sentinel nos informater sido “um ciberespaço para gravadoras promoverem seus produtos e responderem à dúvidas dos clientes”. Fãs poderiam baixar trechos de 30 segundos de músicas do catálogo da Geffen. Essas incursões mostraram a von Goeben e Griffin que canções lançadas em formato digital tinham um público em potencial.

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Conectar-se aos ouvintes impressionou outro usuário da CompusServe – o baixista do Aerosmith, Tom Hamilton. “Achava emocionante falar diretamente com fãs do Aerosmith”, declarou. Ele entrava em salas de chat para conversar com o público e eventualmente esclarecer eventuais enganos sobre a banda. Certa vez, dois fãs discutiam o infame incidente que causou a separação da banda em 1979, em que a esposa de Joe Perry à época, Elyssa, jogou um copo de leite na esposa de Tom, Terry. Tom se sentiu compelido a explicar a história perfeita demais do “leite derramado” – na verdade era suco de toranja. Os fãs entraram em um debate se era Tom mesmo falando ou não.

A Universal estava preocupada com o que a Geffen estava fazendo. Havia muito terreno desconhecido, boa parte deste com prospectos pouco animadores para o futuro da empresa. Na época, os planos de tecnologia da Universal estavam voltados para o “Vi Grid”, um híbrido de clipe com videogame que exigia que os usuários resolvessem um quebra-cabeça com peças que tocavam clipes pixelizados de artistas como Peter Gabriel e Van Halen. Tinha 500 níveis de dificuldade e era como tentar jogar Scene It? bebaço. Quando “Head First” finalmente foi lançada, a cobertura foi relegada à lateral de um artigo da Billboard de 1994 sobre a incursão da Universal no mundo dos jogos interativos de CD-ROM.

Porém, o resto da indústria estava correndo atrás da tecnologia online. A Warner Brothers seguiu a Geffen no Music Vendors Forum e assim a Geffen não era mais a única gravadora com um servidor. Griffin e von Goeben sabiam que tinham em mãos a tecnologia para lançar uma música e que tinham que fazê-lo, mesmo que não houvessem muitas chances de criar um case de negócios dos mais convincentes. Por outro lado, com o marketing adequado, a inovação por si só poderia ser o bastante.

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Luke Wood precedia tanto von Goeben quanto Griffin na Geffen, tendo começado a trabalhar na empresa em 1991, tornando-se diretor de marketing em 1993. Griffin e Wood reconheciam o fato de que suas áreas de especialização poderiam convergir: “Jim e eu ficamos amigos logo, e ele botava todo mundo da empresa pra ver como a tecnologia mudaria a cara da indústria”, disse Wood. Do ponto de vista financeiro, não havia muita necessidade de mudar os rumos da Geffen. Mas o trio logo percebeu que lançar a música poderia ser uma ação de marketing diferente. O lançamento poderia ser um comentário sobre si mesmo, assim como uma profecia autorrealizável da distribuição digital de música.

Apesar do pouco apoio oferecido pela Universal, os três receberam a benção de David Geffen. Ele entendia que a indústria musical não sairia ilesa da vindoura internet, mesmo que a Universal e demais gravadoras quisessem fingir que não. Ele disse aos rapazes: “Se vocês conseguirem descobrir como matar o negócio antes de meus inimigos, eu sobreviverei”, relembra Griffin. Era algo premonitório, que compreendia a necessidade de um modelo de negócios que canibalizaria propositalmente o passado por uma chance no futuro.

Von Goeben falou com a CompuServe sobre lançar a canção por meio do Music Vendors Forum. Ele os pediu para deixarem de lado a taxa de 10 dólares por hora. A empresa se recusou. Não queriam dar tanto tempo de graça e não viam nem porque fazê-lo, diz von Goeben. “Eles não eram nada legais, e por mais que soubessem que a música era uma área de grande interesse, não iam além disso”. O fato de que a AOL poderia ser a empresa “super legal” (emprestando a descrição de von Goeben) que derrubou a CompuServe logo depois é um lembrete de quanto imediatamente impressionante e ainda assim existencialmente estagnado pode ser considerado o “progresso” tecnológico. Não se sabe por que os mesmos debates sobre música e tecnologia continuam até hoje.

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Finalmente, a CompuServe cedeu, assim como o Aerosmith abriu mão dos royalties. Griffin digitalizou e comprimiu “Head First” em formato WAV, que tocaria na maioria dos PCs da época. A qualidade não chegava perto das de toca-discos, mas não precisava – bastava ser boa o suficiente. A reprodução, é claro, dependia do computador ter caixas de som, algo ainda mínimo, do tipo de coisa que só fanáticos tinham.

A música foi disponibilizada para os dois milhões de usuários da CompuServe em 27 de junho. Steven Tyler deu a deixa no press release: “Se nossos fãs estão ali percorrendo a super autoestrada da informação”, ele disse, “então queremos nosso som tocando na parada de descanso”. Usuários poderiam acessar a música por meio de um comando, ao digitar “VAI AEROSMITH” (GO AEROSMITH, em inglês). Os downloads demoravam de 60 a 90 minutos, dependendo se a conexão do usuário era de 9,6 ou 14,4 kbps, na velocidade da luz, em termos de comparação. Houve preocupação quanto a quedas nos servidores, mas tudo correu bem.

Em um artigo do New York Times na semana seguinte, Wood falou dos diversos objetivos da gravadora: “Fizemos isso porque pode ser feito e é legal e divertido”, disse, “mas também para mostrar que há outras questões envolvidas, como por exemplo como se recolhem as taxas de direitos autorais?”. As reações dos críticos foram variadas. No mesmo artigo, Tim Nye, operador do serviço de música alternativa SonicNet, atacou a Geffen por conta dos longos downloads, afirmando que era uma tentativa desonesta de provar que a distribuição digital de músicas não era viável, ressaltando que o download deveria demorar 40 minutos no máximo. Diversas publicações lamentaram de forma histérica o fim da indústria musical. Outras defendiam as novas possibilidades. E então – nada. A Geffen nunca mais lançou outra música neste formato.

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“Head First” foi gravada durante as sessões do álbum Get a Grip de 1993, mas acabou não entrando na versão final do álbum. Neste disco o Aerosmith refinava sua mistura de reafirmação hard rocker dos anos 90 e dava umas cutucadas no rock contemporâneo. Nessa mesma pegada, “Head First” surge como uma canção proto-grunge, inundada por guitarras em turbilhão e ooohs assustadores que não ficariam esquisitas em um disco do Sonic Youth, antes de cair de vez em acordes carnudos e nos vocais típicos de Steven Tyler. Tyler segue em território familiar com frases de duplo sentido falando do que gostaria de fazer com uma mulher primeiro (o título da canção é uma referência a sexo oral), uma mulher lembrada com carinho, e então mergulhando em uma série de trocadilhos venéreos infames (I’m so hungry for love / I’ve been lickin’ off all my fingers / Oh yeah, you got to learn to / Take the bitter with the sweet”.“Sinto tanta fome de amor / Tenho lambido todos os meus dedos / Oh yeah, você tem que aprender a / Misturar azedo com doce”, em tradução livre).

Fazer isso com o Aerosmith, declarou Wood, foi uma prova da vontade da banda e de seu agente Tom Collins de subverter convenções. “Eles tinham uma postura excelente e um desejo de levar o negócio adiante, não mostraram medo algum”, disse. “Nos darem uma canção não lançada de um disco como aquele mostra comprometimento”. Também pode ter tido a ver com a reconstrução da imagem da banda perante o público entre complicações com a gravadora e críticas por trabalharem com compositores externos.

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Estranhamente, porém, a música pode ter sido encarada como novidade demais, especialmente para fãs acostumados a ciclos de álbuns, de forma que qualquer coisa diferente daquilo pareceria desertado ou apenas uma sobra qualquer. A resposta morna do público dificultou para Hamilton julgar sua própria música. “A falta de interesse dos fãs [em “Head First”] me fez questionar meu próprio interesse”, diz. “Estávamos muito acostumados com o fato de que as músicas que gostávamos serem as mesmas que os fãs gostariam”.

Naquela época, eles se preocupavam com os mesmos problemas que nos preocupamos hoje. Por mais que tenhamos uma noção melhor do que colocar em websites, e tenhamos nos tornado bons mesmo nesse negócio de compartilhar música online, muitas das questões básicas do negócio nunca foram atendidas. As gravadoras não descobriram como replicar as vendas de CDs físicos com álbuns digitais, como lidar com meios alternativos de distribuição ou tirar qualquer vantagem da pirataria. Ainda não está claro como estas gravadoras darão aos seus fãs o que eles querem.

Para os artistas, ficou mais fácil lançar suas músicas. Como Hamilton disse, a possobilidade de “começar algo de manhã e ter algo que se pareça com uma música” ao fim do dia, compilado em um computador e pronto para ser enviado, é eletrizante. Hoje todo mundo pode fazer por conta própria algo que tempos atrás demandava um esforço coordenado enorme. Mas mesmo as pessoas e empresas que confrontaram estas questões, do plano-com-tudo do Spotify à anarquia de conteúdo gratuito do Pirate Bay e doações sugeridas do Bandcamp, não geraram uma resposta satisfatória.

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Ao menos eles estão tentando. A indústria musical é mestra em evasão, a Universal sendo um grande exemplo. Em 1995, o contrato de David Geffen com a Universal (que comprou a gravadora em 1990) acabou, e ele caiu fora. A Universal então logo voltou atrás com todo o esforço de distribuição digital que Griffin, von Goeben e Wood haviam criado, por meio da sentença de morte corporativa analógica – o memorando. Desde então, a empresa tomou parte em um arranca-rabo generalizado com o resto da indústria musical, enquanto empresas adquirem, absorvem, fundem e por vezes fabricam alianças para continuarem por cima. Essa conexão cada vez mais frágil deu um golpe duradouro nos negócios. Com as músicas filtradas através de serviços de distribuição, as gravadoras perderam sua identidade. Para alguém que esteve sua vida inteira envolvido com isso, como Hamilton, essa é uma questão importante. “As gravadoras defendiam algo quando eu estava aprendendo a tocar”, disse. “Os fãs viam a [distribuição digital de música] como se estivessem tirando o dinheiro das empresas malvadas. Mas a merda rola morro abaixo”.

Aerosmith hoje, foto de Ross Halfin

Von Goeben trocou a Geffen em meados de 1996 pela vida de investidor no Vale do Silício. A paralisia infligida em si mesma pela indústria abriu as portas para o iTunes e o Spotify, analisa: “Em algum lugar entre 16 dólares por um CD e 10 por um bufê livre é justo, mas perdemos a oportunidade de um preço justo”.

Griffin ficou pela área até 1998, e desde então desenvolveu uma reputação como autoridade da distribuição digital de música, dando declarações para o Comitê Judiciário do Senado Norte-Americano a respeito de compartilhamento de arquivos e licenciamento de músicas. Ao manter seu foco no futuro, ele censura a ignorância fingida da indústria: “Aqueles alarmados pelo que aconteceu nos últimos dez anos não entenderam a coisa direito”.

Apenas Wood seguiu no segmento, contribuindo em parte para sua trajetória. Após alguns trabalhos na DreamWorks e Interscope, ele se tornou o presidente e COO da Beats, uma empresa que algumas pessoas, pelo menos, acreditam ter algumas respostas para a música online, finalmente. Ele resume a mentalidade que movia o trio: “[Nós] vimos as promessas, oportunidades e riscos da distribuição digital, e só estávamos tentando aprender”.

Quando fiz a eles a mesma pergunta vaga que se faz a uma criança que se comporta mal ou a um assassino – “Por que você fez isso?” – esperava ouvir sobre as complicações, passado, presente e futuro. Os três demonstram preocupações sobre o que o download de músicas pode significar para uma indústria que poderá ser sempre uma grande confusão, mas ao falar com eles, sua empolgação, o “por que diabos não?” da coisa, ressoou forte. Demorariam alguns anos até que a distribuição digital de músicas pegasse no tranco, mas por um breve momento eles levaram o presente ao futuro. “Nós não cagamos com a indústria da música”, diz Griffin. “Nós a levamos adiante contra sua vontade”.

Devin Schiff é um escritor que mora em Chicago e que ainda compra CDs. Siga-o no Twitter - @devinschiff

O Aerosmith sairá em turnê com o Slash este verão. Você não vai achar muita coisa sobre na CompuServe, mas tem uma lista de datas completa aqui.

Traduzido por: Thiago “Índio” Silva