O ex-presidente Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC nesta sexta (6). Foto: Ricardo Stuckert/Fotos Públicas
Desde a noite desta quinta (5), manifestantes se concentram em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve o habeas corpus negado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por 6 votos a 5.Lula está ao lado de amigos, familiares e aliados políticos na sede do sindicato – onde iniciou sua carreira política –, no estilo "se é isso que cês quer vem pegar". A defesa do ex-presidente entrou com um novo habeas corpus e protocolou recurso junto ao comitê da ONU (Organização das Nações Unidas). Ainda na quinta-feira, o juiz de primeira instância da 13ª Vara Criminal de Curitiba determinou que Lula se entregue até às 17h desta sexta-feira (6).Os dois parágrafos abaixo foram atualizados às 19h30.Lula não discursou para seus apoiadores. Segundo aliados do ex-presidente, ele irá dormir mais uma noite no sindicato. Pessoas que estavam dentro da sala e viram Lula afirmam que ele está firme e rodeado de amigos numa espécie de despedida. Há ainda a possibilidade de Lula se entregar depois da missa de Dona Marisa – que faria aniversário no sábado (7) –, publicou o Estadão.Durante a noite, uma pessoa passou mal e chamaram o Samu. Dentro da sede, uma banda de pagode faz a trilha sonora (com músicas como "Saudosa Maloca", de Adoniran Barbosa e "Dança da Desilusão", de Marisa Monte), e a VICE encerra sua cobertura ao vivo por aqui.É possível ouvir um pagodão rolando dentro da sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC."O meu medo é eles matarem o Lula", diz um manifestante de cabelo roxo.Polícia Federal não considera Lula foragido, publica o jornal O Estado de S. Paulo.A deputada Jandira Feghali, do PCdoB, defende o ex-presidente sobre os rumores de fuga: "O Lula está em endereço conhecido e localizado. Ele está no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC".Lula volta a aparecer na janela do segundo andar do Sindicato e acena para manifestantes.Manifestantes na região do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC entoam: "Não tem arrego, o Lula é do povo brasileiro".Lula aparece na janela após gritos de manifestantes com saudade: "Lula, cadê você? Eu vim aqui te defender". Ele acenou por um minuto e saiu."Marielle presente", gritam os manifestantes."Esquerda unida jamais será vencida", gritam os manifestantes enquanto discursa Julio Medeiros, presidente do PSOL.A temperatura cai e ameaça chover. As pessoas começam a aparentar cansaço – muitas estão no sindicato desde cedo –, mas parecem dispostas a permanecer.Gleisi Hoffmann ao microfone: "Eu vim trazer um forte abraço de gratidão e carinho do presidente Lula".Antes da fala da senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, trio elétrico toca "Vermelho", música de Fafá de Belém: "Meu coração é vermelho. De vermelho vive um coração". Manifestantes acendem sinalizadores vermelhos."Na imprensa, estão dizendo que o Lula está foragido. Eu nunca vi um foragido que todo mundo sabe onde ele está", dispara Guilherme Boulos, líder do MST.Acontece um empurra-empurra entre manifestantes do lado direito do trio elétrico durante discurso de Manuela d'Ávila.Aliados de Lula confirmam que ex-presidente pode discursar para os manifestantes e negocia voar para Curitiba em jato fretado na sequência.Lula negocia ir para Curitiba em jatinho fretado, publica jornal O Globo.Manifestantes continuam hostilizando helicóptero da TV Globo e cantam: "A verdade é dura, a rede Globo apoiou a ditadura, e ainda apoia".Guilherme Boulos e Manuela d'Ávila são anunciados como Kendrick Lamar e Beyoncé. Manifestantes reagem como se estivessem vendo Kendrick Lamar e Beyoncé.Hashtag #OcupaSaoBernardo está nos trending topics do Twitter.Um homem visivelmente embriagado e com o rosto vermelho passa falando: "Eles não vão levar ele, não. Nós não vamos deixar, damos bofete até no cão."Manifestantes provocam Sérgio Moro e fazem contagem regressiva antes do relógio alcançar as 17h, horário em que Lula deveria se apresentar à Polícia Federal.Ivan Valente, deputado federal do PSOL, cita Che Guevara ao microfone: “Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros”.Apesar da muvuca, o ex-diretor do programa Manos e Minas Zeca MCA conseguiu comer uma rabada de responsa no boteco às 14h30, contou.Lanchonetes na região estão praticamente sem alimentos para venda. Comerciantes não estavam preparados para a quantidade de clientes. O vendedor de churrasquinho Marcelo Barreto perdeu as contas dos pedaços de carne vendidos. "Só bença, fio. Só benção", afirma enquanto conta as notas e serve mais um.Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) realizaram um escracho na porta da casa de Carmen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), na tarde desta sexta (6).Manifestantes começam a vaiar um helicóptero da Globo: "Ei, Globo. Vai tomar no cu".Há quem se incomode com a muvuca. "Está sendo ruim para os moradores, eles estão reclamando muito porque não dá para sair de casa", diz Renato Oliveira, 48, proprietário de um estacionamento ao lado do sindicato. Ele menciona também a falta de estrutura no local: "Não tem banheiro, água, tá complicado".Os manifestantes acompanham os discursos com atenção. Há uma galera mais velha, quase nenhuma criança e o sol deu uma aliviada.Professora aposentada, Ione Lobo, 61, tem osteoporose, artrite e está no sindicato desde às 8h. Veio de Socorro, interior de São Paulo, cerca de 320 km.Achamos um churrasquinho mais barato do que o do PCO: custa R$ 5 e tem uma fumaça mais cheirosa.Já tivemos católicos, evangélicos, judeus, palestinos e agora um representante dos quilombos falando ao microfone.Depois de um judeu, fala ao microfone um palestino. A treta de Jerusalém aparentemente está do mesmo lado no ABC."Não tenho medo, avisa lá pro Moro que aqui não tem arrego" cantam manifestantes ao som da fanfarra.Paulo Luiz Ferreira, metalúrgico do ABC, afirma: "Às 17h ele vai falar e vai inflamar ainda mais a gente".Um outro trio elétrico, menor, vem subindo a rua com bandeiras da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e mandando o clássico "olê olê olê olá, Lula, Lula".A pequena rua João Basso está lotada do trio elétrico na altura da rua José Bonifácio à Avenida Marechal Deodoro.SSP (Secretaria de Segurança Pública) afirma em nota enviada à VICE que Polícia Militar está disponível na região do sindicato para prestar apoio à Polícia Federal "se necessário".Sindicalistas puxam um Pai Nosso um tanto tímido de cima do trio elétrico.Erundina afirma que Lula está sendo perseguido por ser nordestino.
A barraquinha do PCO (Partido da Causa Operária) distribui adesivos com os dizeres "Não à prisão de Lula - abaixo o golpe", vende bottoms (R$ 3), camisetas (R$ 30) e churrasquinho com linguiça (R$ 8).Churrasquinho bombando, fumaça, breja e um trio elétrico atravessado em frente ao Sindicato dos Metalurgicos do ABC. O líder sindical Vicentinho, aos berros, anuncia: "Lula livre sempre". A deputada federal Erundina, do PSOL, irá falar ao microfone.
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A VICE está na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e você acompanha nossa cobertura abaixo:
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