Se você, como eu, vive no país Internet, você, como eu, deve vez ou outra se ver saturado pela quantidade de informação recebida por dia. Para a dupla carioca Gorilla Brutality, porém, o fluxo digital diário intenso foi o ponto de partida para a concepção do primeiro disco da banda, sem título. "Criamos um método pra produzir, que era basicamente se encontrar com computadores e internet, desenhando na timeline os nossos toptrends do dia. Era confortável pra gente, tinha uma coerência com a nossa rotina em geral e nos agradava usar referências externas ao mundo da música que também eram tão interessantes. Então, aplicamos esse método para produzir o disco", contam.Teaser do disco, por Helo Duran.A referências vão, segundo a dupla, " desde sons ambientes de hipermercados até Beyoncé, de ASMR até o Ratzinger em discurso de paz, de corrida de Fórmula1 a caixas de areia microfonadas. Era interessante pra gente descontextualizar essas imagens, jogar elas em uma grid e gerar um ritmo", dizem. Todas as faixas podem ter sido construídas da mesma maneira, mas os inúmeros samples garantem a diversidade do disco: "Hold", por exemplo, conta com batidas construídas através de samples de instrumentos orgânicos que chegam a me lembrar algo que o Four Tet faria, enquanto alguns momentos, como "Fyxo", com baterias eletrônicas, remetem ao triphop.A intenção da dupla em sua despretensiosidade era que o disco formasse-se por si só, portanto, nenhum conceito ou fio condutor foi seguido em sua concepção — daí a ausência, também, de um título. "Nossa maior dificuldade foi assumir uma identidade sem fazer escolhas particulares, como no nome das faixas, o release, a capa, etc, porque a partir do lançamento, elas tomariam uma identidade própria que a gente acreditava não caber a nós decidir."O trampo sai pela Domina, uma mistura de selo e organizador de rolês baseado no Rio. Ouça o disco:O Gorilla Brutality está no Facebook // Soundcloud.Siga o THUMP nas redes Facebook // Soundcloud // Twitter.
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