FYI.

This story is over 5 years old.

Música

O Gorilla Brutality vai de Beyoncé a corridas de Fórmula 1 em novo disco

O álbum de estreia do duo cataliza o “fluxo digital” de sons que os dois receberam ao longo de sua concepção.

Se você, como eu, vive no país Internet, você, como eu, deve vez ou outra se ver saturado pela quantidade de informação recebida por dia. Para a dupla carioca Gorilla Brutality, porém, o fluxo digital diário intenso foi o ponto de partida para a concepção do primeiro disco da banda, sem título. "Criamos um método pra produzir, que era basicamente se encontrar com computadores e internet, desenhando na timeline os nossos toptrends do dia. Era confortável pra gente, tinha uma coerência com a nossa rotina em geral e nos agradava usar referências externas ao mundo da música que também eram tão interessantes. Então, aplicamos esse método para produzir o disco", contam.

Publicidade

Teaser do disco, por Helo Duran.

A referências vão, segundo a dupla, " desde sons ambientes de hipermercados até Beyoncé, de ASMR até o Ratzinger em discurso de paz, de corrida de Fórmula1 a caixas de areia microfonadas. Era interessante pra gente descontextualizar essas imagens, jogar elas em uma grid e gerar um ritmo", dizem. Todas as faixas podem ter sido construídas da mesma maneira, mas os inúmeros samples garantem a diversidade do disco: "Hold", por exemplo, conta com batidas construídas através de samples de instrumentos orgânicos que chegam a me lembrar algo que o Four Tet faria, enquanto alguns momentos, como "Fyxo", com baterias eletrônicas, remetem ao triphop.

A intenção da dupla em sua despretensiosidade era que o disco formasse-se por si só, portanto, nenhum conceito ou fio condutor foi seguido em sua concepção — daí a ausência, também, de um título. "Nossa maior dificuldade foi assumir uma identidade sem fazer escolhas particulares, como no nome das faixas, o release, a capa, etc, porque a partir do lançamento, elas tomariam uma identidade própria que a gente acreditava não caber a nós decidir."

O trampo sai pela Domina, uma mistura de selo e organizador de rolês baseado no Rio. Ouça o disco:

O Gorilla Brutality está no Facebook // Soundcloud.

Siga o THUMP nas redes Facebook // Soundcloud // Twitter.