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Música

Os Metz são os meus novos melhores amigos

E vêm cá tocar na próxima semana.

Na quarta-feira, estive quase meia-hora à conversa com o Alex dos METZ, a banda canadiana que tem dado cabo da jugular a todos os que têm visto os seus concertos. Foi uma entrevista inacreditavelmente divertida, pessoal, em que a minha promessa de lhes mostrar o Porto ficou marcada (e irá ser cumprida, mas isso depois verão). Aliás, o Alex até me pediu para os abordar, logo que os visse: “Come and join us!” E é claro que o vou fazer.

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Mas, infelizmente, e tal

como vos tinha contado ontem

, o meu gravador decidiu ter um ataque epiléptico e corromper o ficheiro áudio da entrevista. Ainda assim, posso afirmar-vos (segundo as notas que tirei) que os METZ, que estavam em Lille há dois dias, estão “ansiosos por vir a Portugal”, quer para a próxima semana, quer para a actuação já agendada para o Optimus Primavera Sound.

Influenciados e fãs confessos de bandas compatriotas como NoMeansNo e Fucked Up, os Metz recusam os rótulos. Muito se diz sobre eles: são a nova esperança do punk, com toques hardcore e grunge, que são os salvadores do ruído… Só que eu não concordei muito com essas denominações e expliquei ao Alex que os encarava mais como um grupo noise rock, com traços claros de psicadelismo. A resposta: “É curioso que digas isso, porque concordo plenamente contigo e a crítica não percebe isso. Somos muito influenciados por artistas psicadélicos, sim!” Aliás, até é por isso que decidiram fugir à construção musical do rock’n’roll (“Não queremos ser a típica banda rock, quisemos trazer algo de novo, que mesclasse isto tudo”) e que gravaram

Metz

, o seu disco de estreia pela Sub Pop, com ajuda de Graham Walsh e Alex Bonefaut, mais ligados à cena electrónica. “A diversidade é que torna as coisas mais interessantes e nós somos perfeccionistas. Temos um lado

arty

, devido às nossas profissões [falamos de um pintor, de um produtor de eventos e de um investigador de cinema], e queremos explorá-lo sempre, a inovar.”

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É estranho que uma banda tão debutante como esta tenha ido logo parar aos radares da prestigiada Sub Pop. Mas não, não se pense que há aqui cunhas. “Sabes, conhecíamos pessoas na editora, de facto. Só que não foi isso que nos ajudou, foi por acaso.” E assim, com a fama estrondosa que as suas actuações ao vivo têm, da incredibilidade e entrega, as coisas foram surgindo. Aliás, neste momento os seus trabalhos diários estão suspensos, facto que Alex confessou nunca ter imaginado. Confrontei-o com os sentimentos que “Knife in the water” me leva e perguntei-lhe se a composição, para os Metz, é algo cirúrgico ou natural. “Natural, sempre. Não pensamos nisso. Também por isso, o disco atrasou-se.”

Por falar em disco, e como amante da fotografia, perguntei-lhe o que significava aquela capa do álbum. Sabia que era uma foto antiga, tirada pelo pai de um deles, mas a mim, parecia-me um gajo na escola, a dormir. O Alex partiu-se às gargalhadas: “Nunca me tinham dito isso! Que giro, é uma maneira de analisar, sim. Mas não, escolhemos esta capa porque sempre gostámos desta foto. Recorda-nos de como é estar saturado com a vida, com a adolescência (e outras partes da nossa vida) é lixada. E que é preciso resistir, é isso que as nossas letras transmitem.” Sem dúvida, não podemos dizer que “Headache” não seja intensa quanto baste. E o resto do disco também.

Estou demasiado triste, porque, de 30 minutos de conversa, o resto perdeu-se na tecnologia. Posso garantir-vos que estes gajos são os mais simpáticos de sempre e extremamente boa onda. Confirmem-no já para a semana, na

Galeria Zé dos Bois, em Lisboa

, e no

Plano B, do Porto

. Depois conto como é que correu o meu passeio com estes três.