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Música

Quem São os INVDRS que Tomam Conta do Factory Hoje?

Os curitibanos que invadem o Beats Lounge nos mandaram uma mix pra fazer o esquenta da noite desta quinta (30).

Em qualquer esquina ou língua do mundo, o termo invasor certamente virá carregado de uma conotação negativa. Mas, vá lá, quando um local encontra-se abandonado ou mal cuidado, é possível que a chegada de um intruso seja algo bom e que traga mudanças. Afinal, mudar é algo bom, certo? Pelo menos é dessa forma que pensam Luis Ricardo e Fernanda Baglioli, que trazem a festa curitibana INVDRS para o Lounge do Skol Beats Factory nesta quinta (30).

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Além de seus projetos solos, os dois produtores ainda assinam o Sweet Grooves, misto de selo, festa, podcast e zueira sem fim onde exploram timbres mais melódicos e harmoniosos do bass, RnB e chillwave. Na INVDRS, no entanto, o som não pede licença e agita essa que tem se destacado como a melhor festa de Curitiba: sempre trazendo convidados de outras cidades ou países, como Cybass e Marginal Men que já fizeram a festa tremer. Recentemente, eles também se apresentaram no TribalTech, que rolou em Curitiba, mas você verá que não é apenas com bate-estaca que dá pra fazer um set memorável.

A gente trocou um papo rapidão com eles por e-mail, que nos mandaram de volta uma mix incrível pra você sentir a vibe que invade o Lounge hoje. "Fizemos uma mix especial com músicas essenciais da Sweet Grooves (aquelas do podcast do Soundcloud), costurando com algumas músicas que tocamos na noite. Foi uma maneira de mostrar os sons que conversam e flertam entre si. Esperamos que o público goste." É de graça, é cedo, deu bom. Solta logo o play e adianta as coisas do trabalho pra vir curtir e não perder nada.

TRACKLIST:
Fortune. - Unity
GXNXVS - Easily
Sango - Pôr do Sol Parte 2 (Bônus)
Elis Regina - O Trem Azul (NeguimBeats Remix)
Stwo - Aura
Sh?m - Resurgence
UZ - Trap Shit V18
Mr. Carmack - Drugs
Lunice - Can't Wait To
8Er$ - Sharp
Bro Safari - Bender

THUMP: Porque o nome INVDRS? Quando começou a festa e com que periodicidade ela rola?
Luis Ricardo: Como diz o nome, é Invaders (invasores) basicamente por dois motivos:

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1) Queríamos um nome que não se apegasse a nenhum gênero e que tivesse um conceito futurístico por trás. Pois a ideia é sempre trazer sons novos para o público, ou seja, invadir a festa com coisas novas para a galera agitar e curtir até o último minuto. Buscamos trazer novas tendências musicais que rolam mundo a fora para as festas;

2) Em todas as edições trazemos um DJ convidado de fora de Curitiba, ou seja, um invasor. Acreditamos que com isso rola criar uma ligação com a cena fora da cidade e vice-versa.

A festa, que é bimestral, teve sua primeira edição em março deste ano. É bem recente, mas já conseguimos atrair um público cativo.

A festa é feita por mim (Luis) e pela Fefa. E sempre contamos com a ajuda do Gabriel Talamini (A Volta), nosso residente, para agitar a festa.

E o que é o Sweet Grooves? É uma proposta diferente ou complementar à INVDRS?
O Sweet Grooves é um projeto anterior à INVDRS. Ele é feito por mim (que possuo o projeto solo Swinga) e pela Fefa.

A ideia inicial do Sweet Grooves era fazer um podcast simples com as musicas que nós gostamos de escutar. Na sua essência, o projeto busca explorar estilos mais tranquilos, como o Future Beats, Chill Trap, New R&B e coisas do gênero. Com o passar do tempo começaram a rolar convites para tocar em várias festas e aí tivemos que adaptar o nosso estilo para algo mais pista, passando pelo trap, bass, ghetto funk, eletro swing, drum and bass e até house, dependendo da festa tocamos.

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O grande segredo do Sweet Grooves é essa versatilidade. Até porque, gostamos de todos esses estilos de música e achamos divertido costurar tudo isso num set.

Podemos dizer que a INVDRS é um complemento ao Sweet Grooves, rs.

E como vocês começaram a sair e a se envolver em discotecagem e na cena curitibana?
Luis: Bom, eu já ia em várias festas aqui em Curitiba e em outras cidades. Discotecar sempre foi uma enorme vontade para mim. Um dia decidi fazer curso de DJ e posteriormente de produção musical. Mas tudo começou mesmo com o Sweet Grooves.

Fefa: Sempre tive muita influência de black e disco music pela minha mãe. Aos 13 descobri o drum and bass e os fóruns como o Dnb Online. Tinha amigos próximos que faziam festinha em garagens e com isso sempre estive engajada com o gênero aqui em Curitiba. Aos 18, comecei a me aventurar em festas em São Paulo como a Vibe no Lov.e e o saudoso festival Skol Beats, mas sempre na pista. Mas isso também me deu a oportunidade de conhecer muita gente legal que hoje também migrou para a cena bass.

A vontade de tocar cresceu quando conheci o Luis e começamos a trocar ideia sobre o podcast. Com isso fui atrás de curso de DJ, o Sweet Grooves nasceu e cá estamos nós!

Que outras festas ou cenas vocês acompanham, seja daqui do Brasil ou de fora?
Aqui no Brasil acompanhamos a cena de São Paulo e Rio de Janeiro, principalmente. Wobble, Doom, Colab011, Metanol, entre outras. E temos contato também com o pessoal de Porto Alegre e Balneário Camboriú, com quem fazemos, inclusive, algumas colabs de artistas com a festa Dope.  A cena de bass do Brasil tem muito a crescer se todos se unirem.

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O que vocês acham da cena de Curitiba, em termos de festas ou produtores? Boa ou chata, pequena ou cara? Em alguma época já foi mais ou menos legal?
A cena aqui está progredindo em termos de números de festas e locais para fazê-las. Temos produtores envolvidos com a cena há muitos anos, e isso é muito bom para todos. Além da INVDRS, temos a Cambalacho, que existe há mais de sete anos, a I LOVE CWBEATS que já tem um público cativo no meio do hip-hop curitibano, a It's A Trap que ganhou um bom público, está estreando a RADAR BEATS agora.

Acreditamos que 2014 foi um ano para solidificar as estruturas para que 2015 seja melhor ainda.

Creio que, na cena de bass, Curitiba esteja vivendo seu melhor momento.

Quem já passou pela INVDRS? E quais locais vocês costumam fazer a festa?
Na nossa primeira edição, trouxemos os cariocas do Marginal Men, produtores da festa Wobble.

Na 2ª edição, trouxemos o DJ e Produtor Musical paulista Vekr, que faz parte do Coletivo Metanol.fm, também de São Paulo.

Na 3ª edição, o convidado foi o DJ e produtor musical paulista Sants, que faz parte do selo Beatwise Recordings, de São Paulo.

Na 4ª e mais recente festa, trouxemos o o DJ e produtor Cybass que também faz parte do selo Beatwise Recordings.

A festa tem como DJs residentes o Sweet Grooves e o DJ Gabriel T., que comanda o site A VOLTA.

 A INVDRS não tem um local próprio, e é aí que também se encaixa com o conceito da festa. Sempre pronta pra invadir um novo local.

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E agora dia 13 vai ter o Carmack, né? O que vocês acham sobre ele? Que outros produtores vocês gostariam de trazer?
Vai sim! Estamos superanimados com a vinda do Mr. Carmack para Curitiba. A festa vai rolar em parceria entre a INVDRS e a RADAR BEATS, tendo o apoio de outras festas da cena.

Creio que hoje seja o nosso produtor preferido. As músicas dele sempre estiveram presentes em nossos sets e principalmente nas festas.

Estamos confiantes e acreditamos que o público vai comparecer ao evento em peso. Com isso poderemos crescer ainda mais e trazer novos nomes para Curitiba.

Se a cena continuar a crescer e o público apoiar cada vez mais, acreditamos que será possível trazer mais nomes expressivos no futuro.

Seria além do sensacional trazer nomes como BAAUER, RL GRIME, KAYTRANADA, FALCONS, SANGO, WHAT SO NOT e KEYS 'N KRATES, por exemplo.

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