Cleo fala sobre carreira na música: "Quero ser menos tímida"
Crédito: Jacques Dequeker

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Cleo fala sobre carreira na música: "Quero ser menos tímida"

Conversamos com a atriz sobre seu primeiro EP 'Jungle Kid', ter menos pudor e como a música pode servir como gasolina para a imaginação.

Vira e mexe, o nome de Cleo Pires gera ondas de comentários internet afora. Agora só Cleo, a atriz, cineasta e produtora sempre deixou claro que música é a sua paixão inicial. Foi vocalista numa banda de rock na época de escola, já cantou com seu pai e por volta de 2016, já tinha liberado um som no YouTube.

Na tarde de segunda-feira (19), seu primeiro EP Jungle Kid saiu oficialmente nas plataformas digitais. “Foi um dia que eu não consegui dormir”, confessa a cantora. Com cinco músicas, o novo EP de Cleo traz todas as composições escritas e co-produzidas por ela, que prefere não definir um gênero único de sua obra.

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Na terça (20), encontramos Cleo na VEVO Brasil, em São Paulo, para saber como está sendo retomar esse lado na música, as comparações e a preparação para os shows e apresentações. Saca só:

NOISEY: Você quer que sua música leve seus fãs a um estado emocional. Qual o seu hoje?
Cleo: Não sou capaz de opinar (risos). Estou muito feliz, acho que nunca senti isso antes, sabe? Porque é uma coisa completamente minha, tiveram as parcerias mas é uma coisa muito escolhida por mim, iniciada por mim. Em todos os aspectos têm a minha mão. Dá vida isso, muito legal. E poder compartilhar, ver que as pessoas gostam, sabe? É muito foda.

Como está sendo a repercussão?
Eu peço só para me mostrarem coisas positivas, não quero ficar envenenada agora, sabe? É algo muito do meu íntimo, o que eu quero, dos meus desejos, me sinto muito vulnerável. Mas as coisas positivas que eu tenho lido são incríveis.

Acha que a Cleo de 17, 18 anos da banda de rock na escola está orgulhosa?
Acho. O meu namorado na época, que era o baterista ele falava: "Caralho, você tem que fazer isso da vida". Quando eu virei atriz, ele me mandou um recado "não esquece da música". Eu esqueci durante um tempo, mas agora eu acho que ele deve estar orgulhoso.

A atitude continua roqueira.
O que importa é a atitude. Tem muita influência de rock, sempre muita guitarra, uns timbres que lembram o universo do rock, prato.

"Bandida" é a primeira música do EP em português, como aconteceu?
A história dessa música é engraçada. Porque a maioria das composições são em inglês, eu escrevo muito mais em inglês do que português, fui alfabetizada em inglês e português. E para mim sempre fluiu muito mais fácil, inglês é uma língua mais fácil. Em setembro do ano passado, comecei a mostrar as minhas letras pro Guto Guerra que é o meu produtor, começamos o processo de produzir as músicas, botar a voz. Chegou um momento que eu falei: "Cara, eu vou querer fazer uma parada com isso, mas também quero cantar em português. Só que eu não escrevo muito bem em português, quero saber fazer isso, pegar esse jeito." Ele falou: “Tem um cara que eu confio para caramba, que é o Pablo Bispo, vamos trazer a galera aqui. A gente extrai o quê você quer falar, passa esses temas e essas coisas para eles e escrevem em cima disso, você pode mexer na letra, é um início”. Foi Pablo, Arthur [o Maffalda] e Rodrigo Gorky. Passei tudo e eles: “A gente tem essa música", e mostraram "Bandida”. Eles tinham a primeira estrofe e o refrão, e eu escrevi a segunda parte, começando aos poucos.

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"Bandida" te faz rebolar?
Engraçado, nessa eu não rebolo tanto. Eu rebolo mais em "Jungle Kid" no que nela.

Sempre vai rolar as comparações?
Sempre, história da minha vida. É sempre chato mas cada vez eu ligo menos pra isso, e eu penso, cara, se estão me comparando a uma pessoa legal, que eu admiro, legal, o que eu posso fazer? As pessoas gostam de comparar.

O som nos lembrou a Scarlett Johansson.
Sério? Engraçado… Olha isso. Essa eu não tinha ouvido ainda. Ouvi Lorde, Lana Del Rey, Pitty foi uma surpresa também. Mas só gente boa.

Qual convite você daria para quem nunca escutou um som seu?
Não tenho a menor ideia. Eu não quero convencer ninguém, quero que a pessoa escute por livre e espontânea vontade. Da forma mais natural possível, gostaria. Foi um trabalho que eu compus, produzi, co-produzi, fiz a direção de arte, a identidade visual. Estou apaixonada por esse álbum, ele é foda, ouve.

Provavelmente apresentaria fingindo que é de outra pessoa, mas não dá porque estou na capa. Mas falaria “Caralho, você ouviu esse álbum? É incrível, não tem nada igual, você vai amar."

Onde você espera que a música te leva?
A música já me levou para todos os lugares, emocionalmente, mentalmente, ela pode levar para todos os lugares, tipo uma gasolina para a imaginação. Fisicamente, não sei, espero que para o mundo todo.

Novos públicos?
Claro, por que não? Quanto mais, melhor.

Vai rolar shows?
Estamos recebendo muitos pedidos. Cara, é muito legal. Estamos nessa fase de divulgar, lançar e acho que vamos partir do show.

Tá pronta?
Estou me preparando bastante, ensaiando, fazendo aulas, me preparando de todas as formas. Porque chega uma hora… Ontem o Veja Música me pediu uma palinha e minha garganta contraiu tanto de nervoso, que o negócio ficou desse tamanho e tremeu pra caralho e falei "Fudeu". Então, tem uma coisa do nervoso, da novidade, de você se sentir que está pulando para o abismo, as pessoas ali. Estou me preparando.

O que espera levar dessa nova fase?
Quero ter menos pudor, ser menos tímida, me jogar mais, quero ter uma puta presença de palco, ser uma puta performer, quero conseguir colocar minha voz exatamente onde eu quero, mesmo estando nervosa, quero aprender essas coisas.

É só fazer, então?
Tem que fazer, não tem jeito.

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