A primeira vez que me lembro de ter ficado encantada com a natureza foi aos 14 ou 15 anos, numa trilha pelas montanhas do Colorado. Era manhã, bem cedinho, e o sol subia sobre um pequeno vale onde a galera do acampamento de verão e eu havíamos montado nessas tendas pra passar a noite. Tudo ao redor tinha um brilho orvalhado e o riacho próximo refletia os tons azul e rosa do céu. Florestas e planícies se espalhavam por quilômetros, e boto fé que uma voltinha por ali revelaria todas as cores conhecidas pelo homem. A segunda vez que me senti assim foi aos 30 minutos do episódio sobre montanhas de Planeta Terra 2, da BBC, enquanto David Attenborough explicava aos telespectadores o quão hostil é o clima dos picos vulcânicos dos Andes, 4 mil metros acima do nível do mar. Ao passo em que a câmera abre o quadro para revelar que flamingos moram ali onde a atmosfera é tão fina que raios UV podem queimar a pele humana em quatro minutos, o vento leva o sal do lago rumo ao ar. "Estou chapadaça de natureza", dizia a mensagem que a mandei para vários amigos.Para poder chapar de natureza o máximo possível, os produtores de Planeta Terra 2 passaram anos filmando suas respectivas regiões com algumas das mais avançadas tecnologias existentes. Depois disso, todo o material é condensado e editado de forma a criar uma narrativa atraente, para então ser enviado aos responsáveis pela trilha do programa, Jake Shea e Jasha Klebe. Conversei com os dois para saber como é ter trabalhado nessa trilha, qual seu episódio favorito da série, e é claro, se eles curtem fumar um verdinho enquanto assistem tudo.Leia a entrevista no Noisey.
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