FYI.

This story is over 5 years old.

Tecnologia

Na Costa Rica, Pássaros mais Jovens Estão se Adaptando para Sobreviver

A evolução dos pássaros permitiu que eles vivessem entre os humanos em zonas agrícolas.
Crédito: Daniel Karp

Um novo estudo sobre pássaros na Costa Rica descobriu que enquanto a transformação humana de florestas em fazendas está empurrando algumas espécies rumo à extinção, espécies mais recentemente evoluídas estão se adaptando melhor à vida nas zonas agrícolas.

A conclusão é profunda: a manipulação humana do campo na Costa Rica está fundamentalmente redesenhando a árvore da vida do país, favorecendo novas espécies sobre as mais antigas.

Publicidade

Pesquisadores da Universidade de Stanford e da Universidade da Califórnia, em Berkeley, estudaram 44 lotes de terra que representam três diferentes tipos de terra usados na Costa Rica: florestas tropicais naturais, zonas agrícolas com múltiplos tipos de colheita e fazendas de monocultura industrial que só utilizam um tipo de colheita.

Usando um conjunto enorme de dados de 118.127 avistamentos de 487 espécies de pássaros e uma filogenia de pássaros criados por Wlater Jetz na Universidade de Yale em 2012, os pesquisadores desenvolveram um novo modelo para estimar quando e onde as espécies de pássaros desaparecem de uma paisagem.

"O que nós conseguimos mostrar foi que, em termos de progressão de tempo, foi uma extinção evolutiva, as antigas espécies que se extinguiram localmente na agricultura e tiveram mais dificuldade de recolonizar", me disse Luke Frishkoff, um estudante de doutorado em Stanford e principal autor do estudo. "Os mais jovens conseguem recolonizar e uma vez que conseguem, eles permanecem no lugar."

O Rufous-tailed Jacamar com rabo evoluiu há muito tempo e agora não faz tanto sucesso perto de áreas de agricultura. Crédito: Daniel Karp

O que eles não sabem é como exatamente essas espécies mais novas estão se adaptando, ou o que está limitando as antigas. Uma teoria é que os pássaros evoluíram para viver em savanas, que se desenvolveram mais recentemente em florestas tropicais, e estão pré adaptados para a vida em zonas agrícolas – mas isso é apenas uma especulação.

Eles concluíram que fazendas menores e diversificadas são melhores para as espécies antigas do que os enormes locais industriais. Um grande volume de pesquisa mostrou que fazendas mais diversas têm mais biodiversidade que as fazendas de monocultura, mas isso não é tanto uma surpresa.

Simplesmente plantar uma árvore entre as colheitas pode ajudar muito a proteger milhões de anos de evolução. Frishkoff disse que as fazendas diversificadas, com mais vegetação, limites naturais ao invés de cercas, e múltiplas colheitas, conseguem ser a casa de quase 600 milhões de anos de diversidade evolucionária.

Enquanto proteger a vida deveria ser algo natural, existem benefícios para os humanos também, dizem os pesquisadores. Uma diversidade genética responde melhor mudanças brutas, da mesma forma como diversificar seus investimentos é mais inteligente do que jogar todo seu dinheiro em um investimento só.

"Quanto mais pássaros você tem na sua plantação, mais você pode evitar invasões de pragas, por exemplo," disse David Karp, um pesquisador de Berkely e co-autor do estudo. Karp previamente escreveu um artigo explicando como a conservação da biodiversidade dos pássaros está realmente melhorando a produção de fazendas de café.

No futuro, os pesquisadores querem observar melhor os pássaros que estão sobrevivendo nas zonas agrícolas para identificar quais traços permitem que eles se adaptem. Adaptando paisagens agrícolas para ajudar esses motivos, humanos podem criar fazendas mais inteligentes que melhorem as colheitas e também evitam a extinção.