A noite fumeta do Back2Black teve altos passinhos

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A noite fumeta do Back2Black teve altos passinhos

O esfumaçado correspondente Matias Maxx fez belas imagens do festival carioca de música negra, incluindo altos gifs.

Ano após ano, eu sempre perdia o Back2Black. Quando não estava fora do Rio, sempre acabava pintando algum trabalho ou problema no dia e eu acabava não indo. Daí este ano eu bolei um plano para o trabalho ser aplicar uma cobertura do festival, pros bróders do Noisey. E não é que deu certo?! Então lá vamos nóis.

O evento rola no pilotis da “Cidade das Artes”, um monumental complexo cultural idealizado pelo prefeito César Maia que tardou quase uma década para ficar pronto e custou mais de 500 milhões de reais aos cofres da cidade.

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O pico é realmente incrível, com a iluminação e projeções que estavam rolando ficou numa pegada “dando um rolé a pé em Brasília bem doidão de LSD com 2CB”.

Tinha um lance chatão. Ao invés de liberar a galera de beber sua cerva direto da latinha e espalhar um monte de lixeiras, a organização armou esse esquema de comprar um copo plástico retornável por R$5. Por R$8 o copo vinha com uma cordinha pra pendurá-lo, pique micareta!

Graças ao trânsito maldito da Barra só consegui chegar no festival quando o Planet Hemp já tava prestes a subir ao palco. Show do Planet no Rio de Janeiro é daquele jeito “Planet Hemp está em casa, sossegado na moral”. Assim como na turnê de 2012, o show foi dividido em três atos, cada um representando um dos discos de estúdio da banda.

Quando o Planet Hemp voltou a fazer shows em 2012, o VJ João Wooles recrutou uma galera para criar os vídeos que passam no telão. Eu fiquei com o de “Queimando Tudo” e, com a ajuda da Helô Duran, fiz uma animação de stop motion usando bonecos do Cheech e Chong. Ficou clássico!

Do mesmo jeito que vinte anos atrás, B.Negão e Marcelo D2 não paravam um minuto no palco, correndo e pulando de um lado pro outro. Um cheiro maravilhoso tomava conta da plateia, geral cantava junto e tinham várias rodinhas de pogo. Realmente, assistir o Planet no Rio de Janeiro é sempre uma experiência foda.

Depois do show, fui com parte da banda para o camarim através do subterrâneo da Cidade da Música, atravessando longos túneis e desviando de dutos de ar condicionado gigantes.

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Lá no camarim fiz uma foto classe do Marcelo Maneta!

Damian Marley entrou no palco com pompa de príncipe do reggae. O filho mais legal do Bob Marley não parava um minuto no palco, muitas vezes parecia que ele levitava.

Na canção “Beautifull”, Damian diz algo tipo “em várias manhãs ela passa shampoo nos meus locks”. Realmente por conta dessa cabeleira, Damian deve requerer muita ajuda externa, e não só pra lavá-la.

Tem um integrante da banda que fica balançando uma bandeira rastafári freneticamente o show inteiro.

Essas minas arrasavam nos back vocals e na dancinha, mas o melhor passinho ainda estava por vir.

Depois do show do Damian, o outro palco do evento recebeu o “Dream Team do Passinho”. O grupo ficou famoso em 2012 por protagonizar o clipe da música da Coca-Cola pra Copa. “Quem diria que uma história que começa com um anúncio de refrigerante iria tão longe?” disse a vocalista Lelêzinha.

O Passinho é um estilo de dança surgido no inicio do século nas favelas do Rio de Janeiro. Sob base de funk, a dança tem influências tão dispares como o break, frevo ou vogueing.

Ai rolou uma participação especial de uns dançarinos africanos de kuduru. A coreografia deles era bem classe também, bem agressiva, mas sensual ao mesmo tempo.

Teve uns momentos “as mina pira” tipo esse aqui.

E finalmente uma participação conjunta do Bonde do Passinho, já em outro figurino, e a galera do kuduru.

A noite ainda teve Linton Kwesi Johnson, Dughettu e Karol Conká, mas não consegui vê-los. Uma programação bacana por um preço sossegado, se compararmos a outros festivais – R$150 o ingresso inteiro. Salvo quem teve de matar a larica no food truck que vendia tapioca a R$16 e as minas que ficaram o festival todo na fila do banheiro, acho que a maior parte do pessoal voltou pra casa feliz.

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