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Música

Os 50 Melhores Discos de 2014 | 1 - 10

"Tá na hora da pole position"

10. Huxley | Blurred [Aus]

Em um ano povoado por uma miríade de abordagens supermodernas do garage, o veterano do dance Huxley saiu na frente de todos ao investir numa sonoridade old-school, mantendo tudo classudo. Já tendo escrito praticamente um disco inteiro antes da gravação deste aqui começar, ele jogou muitas das faixas antigas no lixo e começou do zero. A edição final de Blurred é uma coleção quase impecável de house e garage variados. Cada faixa é excelente e única. Pra completar, você pode meter esse disco numa boa e as pessoas achariam que você é um puta DJ ao misturar sons clássicos e novos. -JK

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9. Arca | Xen [Mute]

As produções obscuras e dissonantes de Arca são malmente classificadas como "hip-hop experimental", mas soam como viessem de um mundo completamente diferente – um planeta alienígena hostil povoado por metal se batendo e cacos de vidro, talvez. Em seu disco de estreia (que sai logo após ele ter feito contribuições essenciais ao LP1 de FKA Twigs e Yeezus de Kanye West) o produtor venezuelano vai ainda mais fundo em Xen, um alter-ego ficcional criado junto de seu parceiro de longa data, Jesse Kanda. Talvez ninguém consiga entender Arca tão bem quanto sua mãe, que o descreveu em um antigo texto: "o novo forma canções e notas transferem do coração o que é melhor mesmo em meio à dissonância". As mães que nos conhecem melhor, no final das contas. -ML

8: SOHN | Tremors [4AD]

O disco de estreia de SOHN, Tremors, veio na esteira de um monte de singles, remixes, participações como produtor e uma residência de cinco meses na BBC Radio 1. Dizer que era um disco esperado seria um eufemismo. Ainda assim, o músico inglês que mora em Viena não cedeu à pressão. Tremors finalmente junta todas as peças e define SOHN como um artista que possui uma visão única de si e sua arte. É uma ponte entre mundos – um vocalista profundo e emotivo de um lado, e um produtor habilidoso do outro. Em 11 faixas, Tremors é um companheiro inabalável para quem cansou do mundo, cimentando a si mesmo nos anais de 2014. -ZR

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7: Joris Voorn | Nobody Knows [Green]

Após uma espera de sete anos, o gênio holandês do tech-house, Joris Voorn finalmente lançou Nobody Knows – um de seus mais envolventes discos de sua carreira, que interessantamente não foi feito para as pistas de dança. Lançado pelo Green, o próprio selo de Voorn em parceria com Edwin Oosterwal desde 2005, Nobody Knows nos mostra um Voorn navegando em novas e interessantes águas, oferecendo uma experiência levemente avolumada em relação aos seus esforços prévios. Faixas como a de abertura "Monk" fluem em climas meio ambiente; "Homeland", sua colaboração com Matthew Dear; quase poderia ser indie-electronica; "Sweet For Piano" respira delicadamente com batidas de aço e acordes que se desdobram lentamente. A intenção de Voorn em Nobody Knows é clara: eles quer que nós escutemos, e escutemos com atenção. -DG

6: The Glitch Mob | Love Death Immortality [Glass Air Records]

Naquela parte do mundo em que a música eletrônica não é ambiente nem pra dançar está o The Glitch Mob. Seu segundo disco, Love Death Immortality, é uma coleção passional e inflexível de música eletrônica repleta de graves. Lançado pelo seu próprio selo, Glass Air, o disco teve uma estreia surpresa no 13º lugar da Billboard 200, em grande parte graças aos seus leais fãs, que assim como os integrantes do grupo já fizeram, anseiam pelos sons pulsantes de pioneiros como Tool e Nine Inch Nails. Enquanto os vocais de Aja Volkman do Nico Veja em "I Need My Memory" e "Our Demons" poderiam muito bem amaciar as porradas do grupo, as implacáveis "Can't Kill Us" e "Skytoucher" não deixariam isso acontecer. Love Death Immortality faz justiça ao seu nome, sendo uma compilação vital de faixas que não deixa nada para trás. -ZM

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5. FKA Twigs | LP1 [Young Turks]

Os músicos pelos quais mais provavelmente nos apaixonamos são aqueles que emergem já completamente formados, clamando sue lugar no zeitgeist cultural sem esforço algum. FKA Twigs é este tipo de artista, e seu disco de estreia, LP1 foi um estudo em contradições intrigantes: melodias angelicais e produções sorumbáticas; vulnerabilidade e força; amor e ódio. (A própria Twigs afirmou "I love another, and thus I hate myself" [Eu amo outro, e sendo assim me odeio], frase retirada de um poema de Sir Thomas Wyatt, tema único do disco.) Provando que ela consegue se valer de luxúria e desejo em destaques como "Two Weeks", "Video Girl" e "Lights On", de forma tão incisiva como ela consegue explorar as questões do racismo e feminismo em entrevistas, FKA Twigs já foi chamada de a Sade de nossa geração (ou Aaliyah). Mas de verdade, ela não pode ser ninguém além de si mesma. -ML

4. Gorgon City | Sirens [Black Butter Records/EMI]

Esse lance de revival garage sempre esteve pronto pra cair nas graças do mainstream, nós só demos sorte que isso rolou através do Gorgon City. A dupla londrina conseguiu colocar todos os sons de boate atuais em um formato amplamente palatável sem diluir a energia criativa. "Ready For Your Love," com a participação de MNEK foi um hit mundial, "Imagination" é uma música que não se cansa de ouvir, e o fato de que eles conseguiram com que Jennifer Hudson cantasse em "Go All Night", composta em parceria com Kiesza, uma faixa que mistura o garage com o house de Chicago, conta muitos pontos. É música de boate que cai bem em rádios pop, composta por dois indivíduos com extensas carreiras no underground. O valor cultural de Sirens [The cultural worth of Sirens is contingent upon that tightly wound balancing act and Gorgon City have pulled it off]. -JK

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3. Clean Bandit | New Eyes [Atlantic]
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Uma molecada esnobe britânica de Cambridge com instrumentos clássicos de corda fazendo referências a Mozart nas músicas e dando os nomes de seus discos com base em seus lugares favoritos da França para passar as férias não fazem você pensar fenômeno internacional da dance music de cara, mas isso aconteceu e o mundo é um lugar melhor por isso. Faixas como "Rather Be" e "Extraordinary" são a porta de entrada para o dance de 2014 para toda uma geração. - JK

2. Porter Robinson | Worlds [Astralwerks]

Há três anos atrás Porter Robinson era um adolescente que lançava pedradas electro engraçadinhas sobre vomitar. Com seu disco de estreia lançado pela Astralwerks, Worlds, Robinson proclamou-se uma força criativa madura e hábil com grandes ambições. Worlds é cheio de dream pop feito para bombar nos palcos principais de festivais, mais paisagens sonoras estilo M83 que rasgações a la Skrillex, e faixas como "Divinity" e "Sad Machine" são verdadeiros hinos triunfantes. O fato de que você pode citar razoavelmente My Bloody Valentine e Dada Life ao falar desse disco é prova de seu posicionamento único. O crescimento de Robinson refletiu o amadurecimento do gosto de sua geração nos EUA indo além do "EDM"; e é esse amadurecimento que confere a Worlds sua relevância cultural elevada. -JK

1. Aphex Twin | Syro [Warp]

A chegada do sexto disco de estúdio do Aphex Twin foi anunciada por uma das mais intrigantes campanhas de marketing que já vimos pós-Random Acess Memories. Logos pichados em calçadas e rumores na deep web elevaram a intensidade do eventual lançamento de Syro, mas a primeira faixa do disco  "minipops 67 [120.2]," soava caracteristicamente despretensiosa, embalando os fãs de longa data e noos ouvintes (muitos que nem eram nascidos em 1992, na estreia do Aphex Twin) rumo a um estado de som alterado. Impressionantemente, o novo Aphex Twin é muito parecido com o antigo Aphex Twin, o que dialoga com a visão dos primeiros trabalhos do produtor Richard James e o futurismo consumado de seus instrumentos. O que sempre fascinou as pessoas à respeito de sua música (especialmente outros produtores) são as formas mistificantes como a sua mente trabalha. Não há nada lógico e nada previsível. Enquanto disco, Syro não tem nada de confortador ou receptivo, mas ainda assim há certa segurança nos marcadores sônicos espalhados em seu decorrer. Ninguém mais poderia ter feito Syro e ninguém mais deveria tentar. Em um ano em que incontáveis produtores tentavam se definir enquanto se prendiam à imitação tediosa, o Aphex Twin lembra ao mundo como a música com influências audíveis ainda pode ser relevante tanto quanto a arte sem contexto ainda pode ser importante. -ZM

THUMP staff: Zel McCarthyJemayel KhawajaMichelle LhooqDavid GarberZiad Ramley e Joel Fowler.

Veja a eleição completa dos discos do ano:
No. 50-41
No. 40-31 
No. 30-21 
No. 10-1