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Música

Tommy Trash: do Piano Clássico ao EDM Bate-Estaca

Conversamos com o DJ e produtor australiano, que tocou em maio no Skol Beats Factory. De quebra, ainda ganhamos uma mix com uma faixa inédita dele.

Pela primeira vez no Brasil, Thomas Olsen aka Tommy Trash foi a atração protagonista da festa que rolou no espaço Skol Beats Factory no último dia 15. O australiano de Queensland sacudiu a pista (e, consequentemente, sua vasta cabeleira) na celebração que contou com o suporte das bonitas intervenções visuais do estúdio Laborg, o que tornou a apresentação ainda mais especial. Se você perdeu, dá um confere nas fotos do evento. Atualmente, o Tommy é um dos principais artistas do EDM global. Em 2006, tão logo estreou como DJ e produtor, e também ao explorar as possibilidades do electro-house, chamou a atenção do influente selo inglês Ministry of Sound, e por ele lançou um monte de singles animadões e remixes de nomes como Green Velvet e Armand Van Helden. Depois veio a chance de mixar o primeiro volume da série Electro-House Sessions, o que atraiu mais uma boa demanda de remixes, dessa vez para gigantes das pistas como Moby, Timbaland, Swedish House Mafia e Deadmau5.

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Mas se engana quem pensa que o Tommy só se faz em cima de sons alheios. "Reload", trabalho autoral lançado em 2012 em parceria com Sebastian Ingrosso, e "Monkey in Love" (2013), são contagiantes composições que servem de exemplo para mostrar sua sensibilidade em combinar melodia e pancadas sonoras nas medidas exatas. Prova disso é seu mais novo single, "Lord of the Trance", faixa de abertura do mix que vocês escutam logo a seguir em primeiríssima mão. Esse mix traz as produções mais recentes do artista, assim como algumas faixas que ele vem incluindo em seus sets nos últimos tempos.

Aproveitamos a deixa e trocamos uma ideia com ele. Na entrevista a seguir, Tommy fala de sua experiência como estudante de música erudita, os planos de investir em outras frentes da eletrônica, o lançamento de seu próprio selo e até sobre a vontade de aprender a tocar flauta. Acompanhe:

THUMP: Quando você entrou no mundo da música eletrônica e começou sua carreira como DJ/produtor?
Tommy: Eu sempre toquei em bandas e escrevia algumas músicas antes de me tornar DJ, então com o tempo só fui descobrindo mais da música eletrônica. Depois disso, alguns amigos sugeriram que eu tocasse em algumas festas, assim eu poderia entrar e ganhar bebidas de graça. Tudo evoluiu a partir daí.

Você sempre teve interesse em música? Quero dizer, desde criança ou muito jovem?
Sim, sempre fui interessado em música. Minha primeira memória musical é de quando me sentava ao piano com meu pai, martelando no teclado.

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Você estreou como DJ ao mesmo tempo em que o maximal electro estava em alta em diferentes lugares. Você foi influenciado por essa tendência de alguma maneira?
Não sei se fui influenciado por essa cena específica, mas os DJs são, definitivamente, influenciados por qualquer cena em que estejam participando.

Sua música é notavelmente direcionada para festejar como se não houvesse amanhã, certo? Mas você também curte a música eletrônica mais experimental? Futurebeats, grime ou até psy-trance?
Eu gosto e faço de vários tipos de música eletrônica, mas não vejo como fariam sentido se eu as soltasse sob o nome Tommy Trash. Definitivamente, existem planos de soltar umas coisas diferentes sob um nome diferente no futuro.

Se você pudesse escolher as cinco melhores produções ou momentos de sua carreira, quais seriam? E por quê?
1) Ser nomeado para um Grammy pelo meu remix de "The Veldt", do Deadmau5;
2) "The End", que foi a música que lançou a minha carreira internacional;
3) Meu remix de "Ladi Dadi", para o Steve Aoki. É provavelmente o remix favorito que eu já fiz;
4) "Reload", pois me permitiu colaborar com um dos meus mentores musicais, e o sucesso que ela recebeu foi a cereja no topo do bolo;
5) Quando voltei ao Sydney Stereosonic e toquei no palco principal logo depois de ter me mudado para os Estados Unidos – foi um momento especial para mim.

O que você pode nos dizer sobre projetos futuros? Alguma parceria, lançamento, álbum ou turnê depois dessa apresentação no Brasil?
Tenho um verão lotado de apresentações e estou bem ansioso. Fora a turnê, eu vou tentar encaixar algum tempo em estúdio para finalizar meu próximo álbum com vocais. Também estou finalizando os últimos detalhes para o lançamento de meu próprio selo. Tem muito mais por vir!

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Tocar em lugares grandes ou pequenos é algo que interfere no tipo de set que você faz?
Sim, o tamanho e tipo do lugar definitivamente interferem no jeito que toco, mas não é algo que me faz mudar de gênero completamente.

E fora EDM, que outros tipos de música você gosta? Em quais artistas você anda pirando no momento?
Eu escuto todo tipo de som. Mas agora estou num momento de ouvir muito Beck; o Morning Phase é o meu álbum favorito no momento. Alguns artistas importantes para mim são Beck, Bon Iver e Dave Grohl.

Você toca algum instrumento ou estudou música quando era mais novo?
Eu toco trompete e piano, que estudei quando estava na universidade – fiz música clássica em Brisbane –, mas eu gosto de arranhar umas coisas na guitarra, também. Além disso, tenho uma leve obsessão por flauta, mas ainda tenho muito o que aprender.

Como você acha que esse conhecimento ajudou ou definiu o jeito que você toca ou cria seus remixes?
Eu acho que o contato íntimo com o piano e a teoria que o cerca me ajudou a compor melodias melhores e com mais facilidade, e perdendo menos tempo tentando adivinhar o ponto certo, mas nada pode substituir a experimentação. Vindo do paradigma da música clássica, eu costumava focar menos em experimentar e mais em seguir regras, então, levou um tempo até que eu conseguisse me encontrar nesse meio.

Tracklist:

01. Tommy Trash - Lord of the Trance (Original Mix)
02. David Guetta & Showtek vs Jewelz & Scott Sparks - Pharaoh vs Bad (Tommy Trash Edit)
03. Wiwek - "Angry Birdz" (Original Mix)
04. Junior Jack vs DG Bros - Ins4ne (Original Mix) vs Thrill Me (No_ID Remix) (Tommy Trash Edit)
05. Tommy Trash & KillaGraham - The Little Death (Original Mix)
06. Jimi Frew & Sherry St. Germain - Trouble (Original Mix)
07. Jordy Dazz & Bassjackers - Battle (Original Mix)
08. Sidney Sampson vs Martin Garrix - Torrent (Original Mix) vs Trojan (Original Mix) (Tommy Trash Edit)
09. Michael Woods vs Futuristic Polar Bears - The Pitt (Original Mix) vs Back to Earth (Original Mix) (Tommy Trash Edit)

Ficou curioso pra ver o que rolou na festa? Se liga aqui:

Tommy Trash é Pura Diversão