As melhores curtas de 2016

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As melhores curtas de 2016

Apesar de, no geral, o ano ter sido horrível, foi excelente para o cinema em formato curto.

Este artigo foi originalmente publicado na VICE USA.

Este ano foi daqueles estranhos, selvagens e, no geral, horríveis. Entre as eleições nos Estados Unidos da América, a crise dos refugiados, a economia global, David Bowie, Prince, Ébola, Brexit, Carrie Fischer, e os tiroteios em massa, tem sido complicado encontrar uma réstia de luz. Felizmente, tudo isto não parece ter afectado nenhum dos filmes lançados online, porque, na verdade, não só são bastante extraordinários na sua maioria, como, tecnicamente, não foram feitos em 2016.

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Não foi nada fácil fazer uma lista entre os mais de dois mil filmes de formato curto que vi nos últimos 12 meses - tendo escrito, inclusive, sobre alguns deles para a VICE - e só o consegui colocando-os em categorias e definindo algumas regras básicas:

  • Máximo de 40 minutos de duração, de acordo com o que estabelece a Academia (não que 40 minuto seja assim tão curto).
  • Lançados online em 2016 (o ano de produção pode ser anterior, mas terá ainda assim de ter feito o percurso dos festivais de cinema).

Portanto, sem pensar muito no ridículo que são os galardões de "melhores do ano", aqui vai disto.

O galardão "Estou Tão Contente que Isto Não Me Esteja A Acontecer A Mim"

Vencedor: The Procedure. Provavelmente um dos mais estranhos e horríficos cenários de tortura ao estilo "e se", alguma vez filmados, The Procedure é, em partes iguais, choque e riso de fazer doer a barriga. Também conquistou o prémio do júri para ficção em Sundance.

Segundo classificado: Her Friend Adam. Ainda não consegui decidir se uma pessoa que esteja numa relação deve ou não ver este filme. É ciúme puro e ansiedade no ecrã. A actuação de Grace Glowicki como protagonista envergonha a Meg Ryan de When Harry Met Sally.

O galardão "A Tua Mãe Morta"

Vencedor: I Think This Is the Closest to How the Footage Looked. Vencedor do prémio do júri para não ficção, na edição de 2014 de Sundance, este documentário em formato curto realizado por Yuval Hameiri, é algo completamente diferente de qualquer coisa que tenhas visto este ano - ou noutros anos. Utilizando uma série de objectos domésticos, ele tenta recriar os últimos momentos de vida da sua mãe. É cru, artesanal e inacreditavelmente comovente.

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Segundo classificado: Thunder Road. Estás a ver aquele momento quando a tua mãe morre e é suposto que tu leias a sua elegia fúnebreem frente a todos os amigos e família e, de repente, tudo começa a correr tremendamente mal? Bem, Jim Cummings, que escreve, realiza e protagoniza Thunder Road, sabe bem como é - ou pelo menos consegue imaginá-lo de forma convincente - e a prova é esta impressionante e brilhantemente burilada curta, filmada em take contínuo.  Vencedor do grande prémio do júri de Sundance em 2016, bem como de vários outros prémios, Thunder Road vai provocar-te uma data de sentimentos. Todos potentes.

O galardão "Documentário Extremo"

Vencedor: Speaking Is Difficult. Cinco anos detiroteios em massa, chamadas para as linhas de emergência e imagens dos sítios onde estas coisas acontecem, constituem a base desta curta. Muitíssimo forte e poderoso.

Segundo classificado: Born to be Mild. No lado oposto do espectro do "extremo", está esta curta sobre os homens mais monótonos à face da terra. Estes gajos limitam-se a ver a relva crescer e, ainda assim, este documentário de 15 minutos de Andy Oxley, consegue fazer com que a actividade mais entediante do mundo pareça interessante.

O galardão "Lidar Com a Crise Dos Refugiados"

Vencedor: 4.1 Miles. Um dos documentários mais esclarecedores e emocionantes sobre a crise dos refugiados, foi feito por Daphne Matziakari, uma recém-formada em jornalismo. É sobre uma faixa de água entre a costa da Turquia e uma pequena ilha grega e sobre os homens que a patrulham, salvando centenas de vidas ao mesmo tempo. Faz parte da short-list para os Oscares da Academia.

Segundo classificado: Over. Através da combinação de ficção e realidade, a aclamada curta de Jorn Threlfall é, definitivamente, uma abordagem diferente à situação dos refugiados. Contada de trás para a frente e em menos de 14 minutos, a história do filme motiva várias conclusões por parte de quem a vê e tem um final mais chocante que o de Memento.

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O galardão "Febre da Animação"

Vencedor: Manoman. Sempre que me sinto mais em baixo e me apetece ver um simples e tradicional filme com bonecos aos gritos, foda, porrada e insultos, esta é a minha escolha. No final vais converter-te à terapia destes gajos e não vais parar de cantar o seu mantra: "MANOMAN, MANOMAN".

Segundo classificado: Symphony No. 42. Réka Bucsi é uma das realizadoras de animação mais talentosas e imaginativas da actualidade. As suas ideias tomam forma de maneiras tão estranhas e surpreendentes que é uma maravilha simplesmente observarmos como tudo se desenvolve. Neste momento tem já uma nova curta a rodar no circuito, Love, que está, literalmente, a conquistar os festivais de cinema.

O galardão "WTF"

Vencedor: Short Stories About Love. Os rapazes choram mesmo e esta é a prova.

Vemo-nos em 2017!