Passado o primeiro turno, o Brasil se encaminha para uma disputa entre a extrema-direita representada pelo PSL de Jair Bolsonaro e a centro-esquerda petista com Fernando Haddad. Sabendo que os planos de governo de cada candidato — o que eles dizem e também o que deixam de dizer em seus compromissos — podem afetar diretamente a vida dos nossos jovens leitores, demos uma esmiuçada e comparamos o que cada um dos presidenciáveis colocou no papel a respeito de tópicos importantes. Abaixo, por tópico, estão os resumos das propostas. Você também pode encontrar a íntegra dos planos de Haddad e Bolsonaro no site do TSE.
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Jovens
Mulheres
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Direitos Trabalhistas
Igualdade Racial
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BolsonaroNão existe nenhum ponto específico sobre a promoção da igualdade racial no plano de Bolsonaro — no máximo um ponto genérico que diz que “qualquer forma de diferenciação entre os brasileiros não será admitida” — ou seja, promete o mínimo do mínimo.HaddadPara a população LGBT+, o plano inclui criar uma nova lei que tipifique os crimes de ódio, incluindo a LGBTIfobia. Além disso, promete criar a Rede de Enfrentamento à Violência contra LGBTI+ com a participação de órgãos federais, estaduais e municipais, além de expandir nacionalmente o projeto Transcidadania, aplicado durante sua gestão na Prefeitura de São Paulo, para garantir bolsa de estudos a pessoas travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade.BolsonaroAlém da “não-diferenciação” citada acima, há apenas uma menção veladamente negativa à população LGBTI, quando o candidato se posiciona contra uma suposta “doutrinação” e a “sexualização precoce” que supostamente aconteceria nas escolas brasileiras.HaddadConsidera o “acesso pleno aos bens e serviços culturais como uma garantia de cidadania”. Bem completo, promete revisar uma série de pontos abandonados pela gestão Temer, como o Plano Nacional de Cultura e o Sistema Nacional de Cultura, além de aumentar progressivamente os recursos destinados ao Ministério da Cultura, até chegar a 1% do orçamento da União. Outros pontos importantes são a garantia da aplicação da Lei Cultura Viva, que facilita a operação dos Pontos de Cultura, a consolidação de uma Política Nacional para o Livro, Leitura e Literatura, além de reforço ao setor audiovisual e da política nacional de museus e proteção e promoção do patrimônio cultural.
LGBT+
Cultura
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BolsonaroNão há nenhuma menção à políticas culturais no plano de governo de Bolsonaro. Talvez seja o momento em que ele saca o revólver.HaddadPara Haddad, a atual política de drogas no Brasil é “equivocada, injusta e ineficaz”. O petista diz claramente que vai focar menos no pequeno traficante desarmado, principal vítima da explosão do encarceramento no Brasil, e enfrentar diretamente os grupos organizados e facções do tráfico nacional e internacional. A prevenção ao uso de drogas se dará nas áreas de saúde e educação, além de se comprometer a estudar as experiências internacionais de descriminalização do uso de entorpecentes.BolsonaroNão há nenhuma menção direta a uma política de drogas no plano do capitão da reserva, apenas uma tentativa de ligar as drogas à esquerda, onde diz que “o avanço das drogas e da esquerda são prevalentes nas regiões mais violentas do mundo: Honduras, Nicarágua, El Salvador, México e Venezuela”. É importante anotar que Honduras desde 2010 é governado pelo conservador Partido Nacional, enquanto o México ainda é governado por Henrique Peña Nieto, do neoliberal PRI, depois de ter passado de 2000 a 2012 pelo comando do partido direitista PAN.HaddadVai resgatar e atualizar o Programa Nacional de Direitos Humanos, incluindo uma conferência popular que inclua diferentes setores da sociedade, como jovens, LGBT+s, idosos, portadores de deficiência e povos originários. Além disso, pretende recriar as pastas de Direitos Humanos, Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial, todas com status de ministério, e reintegrar o Brasil no Sistema Internacional de Direitos Humanos — para o candidato, democracia e direitos humanos são “interdependentes”.BolsonaroNão existe nenhuma seção especifica na questão dos direitos humanos no plano de governo de Bolsonaro, apenas um ponto nas conclusões da seção dedicada à segurança pública: "redirecionamento da política de direitos humanos, priorizando a defesa das vítimas da violência."Siga a VICE Brasil no Facebook, Twitter, Instagram e YouTube.