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Música

Recapitulando o Eletric Festival 2014: Fiquei Tropicalmente Excitado em Aruba

Nosso primo do hemisfério Norte conta por que a ilha caribenha é o melhor lugar do mundo para saber qual será o futuro da EDM.

Há alguns anos, quando o Amsterdam Dance Event estava procurando expandir, o clima ensolarado de Aruba já parecia uma escolha imediata e ideal. A ilha tem um forte contingente holandês, e nos últimos anos, Caribe e a América do Sul estão investindo pesado nesse negócio de festivais. O provocador-sujão-e-holandês Chuckie liderou esforços junto com o Conselho de Turismo de Aruba, e foi assim que o Eletric Festival nasceu – e eu me vi saltando entre flamingos, tudo em nome do jornalismo musical.

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A programação do festival que rolou no início de setembro ao redor da Ilha bizarra de Gobsmackingly em Aruba, entre piscinas, praias e até mesmo em um catamarã, foi do deep ao dance moderninho. As festas diárias na piscina foram invadidas por um contingente muito presente e gostoso de venezuelanas e colombianas, que manteve a festa deliciosa de Loco Dice na quarta-feira da abertura do festival até seu encerramento.

As festas diárias na piscina no The Renaissance foram do meio-dia até a noite.

O local exótico atraiu representantes de todas as organizações de festivais mais relevantes da Holanda para a conferência ADE, ID&T, Q-Dance e Cream. No entanto, ninguém foi capaz de explicar como as pessoas são capazes de achar o Hardstyle (EDM) palatável.

O poderoso ADE, a poucos passos de distância das praias ensolaradas.

A localização à beira-mar e o valor da produção do palco principal do Eletric Festival foram de alto nível - iguanas enormes com um cocar nativo vestindo óculos de sol que emitiam lasers no céu. É engraçado que alguns festivais sejam tão quadrados e proíbam cocares indígenas, mas o Eletric Festival se dignou em colocar um enorme desses no palco.

O primeiro headliner foi o Carnage. De muitas maneiras, sua atuação parecia ser apenas uma interpretação estilo iPod Shuffle do set do Chuckie que rolou em seguida. Eu acho que ele não deveria ter se perdido dessa forma.

Eu nunca fui a um festival onde os funcionários se divertiam tanto. O estande da Starbucks estava meio abandonado como um bando de trabalhadores se mexendo com a música em torno do perímetro. "Quem vai servir o café?" Perguntei a um deles. "Ninguém aqui quer café", ela riu para mim antes de voltar a mímica, enquanto dançava. Mantenha a elegância, mocinha.

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Depois, Chuckie levou triunfantemente a multidão a um frenesi e foi ai que comecei a me ligar em algo. Em certo momento, suas opções são para ser um hipster moderno e rabugento ou apenas ir no flow como foi em Roma. É assim que eu acabei assumidamente curtindo pra caralho o set "Boneless" do Steve Aoki. Chuckie é o embaixador mundial do festival, e sua performance foi uma celebração. Mas quando chegou a hora e tocar o mash-up de "Wonderwall" e "We Will Rock You", achei que era hora de sair de fininho e ir até o spot Nikki Beach. E rapaz, foi aí que as coisas ficaram sérias.

O contraste de vibes entre o palco principal e as outras partes era como noite e dia. O palco principal foi praticamente "a sala e estar" o tempo todo, enquanto os spots pós-festas, todos sediados por equipes de curadoria, eram banhados a noite inteira por groove-fests de house e techno. Era como se todas as pessoas quadradas tivessem ido para casa e apenas os cabeçudos ficaram para dançar até a luz do dia. Strangers and Friends é uma festa de Miami, e na sexta-feira à noite, ALX, Patrick M e Boris ficaram como se eles tivessem a ilha na palma de suas mãos toda a noite / manhã inteira. A festa é conhecida por trazer uma montanha de infláveis, e estava cheia de bolas de praia, elefantes, palmeiras, e alguns dinossauros enormes saltando entre o público.

Foi lá, no meio da multidão, que eu notei a justaposição gritante de estilos de dança entre os holandeses e sul-americanos. Os holandeses são duros e cheios de dancinhas esquisitas, enquanto os sul-americanos sabem requebrar. Eu ouvi alguns norte-americanos comentando que os venezuelanos interagiam meio que à distância. Mais tarde, tudo foi explicado por um venezuelano muito amigável, que o maior contingente de seus compatriotas no festival tinha vindo de Caracas - uma cidade que Gallup [empresa de pesquisa de opinião dos EUA] se refere como a mais insegura do país em todo o mundo em termos de crimes cometidos no ano de 2013. Por isso eles estão habituados a manter os olhos bem abertos. Se liga nisso. Aprendemos alguma coisa enquanto estávamos dançando em um festival!

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Mas não é um festival de verdade sem algum drama do Carnage. Alegadamente, o Great Chipotle Bandit foi para a cabine do DJ durante a performance b2b improvisada do Boris e Chuckie, enfiou um USB em uma das plataformas, meio que numa tentativa de sequestrar o set. Houve um pouco de tumulto e eventualmente rejeitado, Carnage voltou para onde veio. Charmosinho!

A melhor parte de fazer snorkel é fingir que você é o Darth Vader do mar. A melhor parte sobre o ADE Aruba é que você pode sair da água, passar por alguns flamingos e a menos de 1 km você está em uma cabana numa sessão de conferência ADE, desfrutando de uma conversa sobre o futuro da música dance no Caribe. É irreal. Não há melhor lugar no mundo para se obter informações sobre a indústria de música eletrônica do que sob um telhado de palha de palmeiras, com uma pina colada na mão, enquanto se está pingando água do oceano caribenho.

Na segunda noite do festival: Você sabia que o Lil Jon é DJ? Eu acho que ele nunca disse "Okayuhh" uma vez, embora o mesmo não saiba gritar "Yayuhh". Isso é tudo que tenho a dizer sobre isso. A festa Knife Party começou e, embora os especialistas em música empregassem uma ampla gama de sonoridade do que a maioria das pessoas naquele palco, tudo foi um conjunto domador que eu já estou acostumado em termos de variação. Não importa - a essa altura, eu já sabia o que fazer e lá fui no after de novo, onde o esquadrão venezuelano No Eat No Sleep botou todo mundo pra dançar ao lado da piscina, duas noites seguidas de batidas 4x4 absolutamente essenciais. Todos after-parties rolaram com atraso, e o sol já estava alto quando o último folião foi encurralado para fora da praia.

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Stacey Pullen na festa de encerramento em Nikki Beach.

A cerimônia de encerramento na Nikki Beach preservou os pesos pesados ​​para o final. Tanto Chus e Ceballos e Stacey Pullen tocaram sets magistrais. Barcos da área pararam e ancoraram assim como os lasers foram muito além da maré, eu percebi o grande potencial deste festival. O que torna o Electric Festival um vencedor é que toda a ilha parece estar vibrando pela festa, além do fato deles terem sido inteligente na programação que agrada ambos extremos, do deep a quem curte um som moderninho. O número de locais mantém as coisas frescas, os arredores são inigualáveis​​ e com apoio ADE, o Eletric Festival irá ficar cada vez maior e melhor a cada ano.

E hey, eu sei que você está se perguntando: com todas aquelas gatinhas bronzeadas venezuelanas, será que o escritor que vos fala encontrou o amor em Aruba? A resposta é sim, mas, infelizmente, ela não parecia tão gostosa quando acordei de manhã:

Todas as fotos boas são da Connie Chan. Todas as fotos cagadas são do Jemayel Khawaja.

Jemayel Khawaja é Editor Associado do THUMP em Los Angeles - @JemayelK

Tradução: Jules Sposito