Uma baita duma entrevista com o 50 Cent, diga-se de passagem

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Música

Uma baita duma entrevista com o 50 Cent, diga-se de passagem

Mandamos a Kitty Pride conversar com o rapper sobre o(s) seu(s) disco(s) novo(s) e seus videgames velhos.

Videogames, NASCAR e a afinidade da minha mãe por letras de rap obscenas deram ao 50 Cent uma certa onipresença na minha vida. Apesar dele não lançar um álbum em cinco anos, ele ainda é pauta. Desde que anunciou que o lançamento do seu álbum seria prorrogado em mais dois anos, ele reestruturou completamente a gravadora e lançou umas músicas que combinam suas rimas pegajosas e refrãos cantáveis com o tipo de batidas que você poderia associar com os bom rap arroz-feijão de Nova York, além da participação do seu ex-arqui-inimigo Jadakiss. Graças ao seu próximo álbum Animal Ambition (que deve sair no dia 3 de junho) e o que eu suspeito que seja uma exaustão pós-SXSW de toda galera do Noisey, consegui uma entrevista com ele antes da festa de lançamento do disco na Sirius XM. Minha experiência com rappers famosos me ensinou a não esperar um senso de humor de ninguém que carregue centenas de diamantes no pescoço, mas ele acabou sendo o artista mais amigável e comunicativo que conheci na minha curta carreira como jornalista.

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Eu estava prestes a mijar nas minhas calças quando entrei em um escritório gigante cheio de grandes móveis brancos e geométricos (que é um padrão para escritórios chiques da indústria musical), mas agradeci a Deus ter escolhido vestir roupas pretas no evento. Todas as balzacas que estavam rodando sem parar pela sala se vestiam dos pés à cabeça com roupas pretas de spandex. A rádio de soul da Sirius XM ecoava baixinho por baixo das suas vozes apressadas. Não havia nenhum bar à vista e todo mundo parecia muito ocupado para conversar comigo, então esperei em silêncio sentada em um pequeno sofá ao lado de um loiro recém-saído de um catálogo da Urban Outfitters, até que uma das estressadas de spandex me levou até uma pequena salinha branca com uma parede de vidro (outro padrão de escritórios luxuosos) onde o 50 Cent estava me esperando, casualmente portando uma corrente de diamantes e uma cara de morte que me deixou ainda mais hesitante de fazer todas as minhas perguntas imbecis. Comecei com as que acho que todo mundo estava perguntando, só para sentir a vibe dele. Eu decidi que se eu pudesse fazê-lo sorrir nos primeiros dois minutos, ele provavelmente responderia o "oi" que minha mãe pediu para dar para ele.

Noisey: Faz cinco anos que você não lança um álbum. Você está ansioso para finalmente soltar o Animal Ambition, depois da frustração que rolou com o Street King Immortal? E a mudança de gravadora (da Shady Records/Interscope para a Caroline Records/Capitol Records) foi devido a essa frustração?
50 Cent: Foi uma decisão que tomamos por que tudo estava demorando muito. Mas foi uma coisa boa. Em(inem) usou um pouco da influência dele para me ajudar a encontrar uma saída para o álbum, mas tudo deu certo no fim das contas. Eu vou lançar o Animal Ambition agora, e o Street King Immortal deve sair mais para o fim do ano, mas eu senti que o Animal Ambition era importante para mim por que ele mostra o que eu estou fazendo agora.

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Isso é demais. Muita coisa para um ano só. Você vai fazer turnê?
Sim, vou entrar em turnê depois do lançamento.

Como foi o SXSW? Eu vi que você tocou umas paradas lá.
Foi legal, foi uma coisa diferente do que eu estava fazendo no palco desde que comecei e foi uma experiência bacana porque normalmente eu estou com os caras do G-Unit no palco, e o SXSW só tinha eu lá e eu pude utilizar todo o espaço e fazer o que eu bem entendesse. Por um bom tempo, nos meus shows, não era só o MEU show – eu sempre fiz questão que fosse um show do 50 Cent e o (Tony) Yayo ou sei lá. Eu faço isso para promover os nomes deles e fazer as pessoas reconhecerem eles através de mim. Agora estou fazendo mais as coisas por minha conta e só será eu.

Isso é uma coisa muito legal da sua parte. Acho que preciso dizer que minha mãe te mandou um "oi".
[risos] Own, fala para ela que eu mandei um "eae" para ela.

Ela vai chorar. Bom, ok, minha pergunta mais importante é sobre o Blood on the Sand. Você joga ele com que frequência?
Eu não jogo ele faz um tempo. Joguei muito assim que ele saiu, quando eu estava em turnê, já que não se tem muito o que fazer nos ônibus, aviões e tudo mais. Tudo que você tem são videogames.

Eu comprei o jogo no inverno e joguei demais. Quem você escolhe para ser seu parceiro quando joga?
Ah, cara. Normalmente escolho o Yayo.

Então você sabe todos os segredos, eles é o melhor parceiro. Não escolhe o Lloyd Banks, cara.
Nahhhh.

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Vocês mesmo que fizeram a captura de movimento para o jogo ou eles que te presenteram com aquela posição fera de segurar a arma?
Sim, a gente fez tudo aquilo. Era pro Young Buck estar no jogo também, mas ele não apareceu na captura de movimento porque ele teve que pegar um voo para gravar um vídeo com o Jeezy. Então é por isso que ele não está no jogo.

Droga. Eu provavelmente o escolheria como meu parceiro. Vocês estão fazendo as coisas muito difíceis.
[risos] Desculpe!

Como você se sente sobre garotas brancas fazendo rap?
Eu acho da hora, saca? A cor da pele não importa no rap. As pessoas se prendem muito ao fator cor de pele e não é isso que importa. O Em é muito subestimado porque as pessoas vivem se referindo a ele como "O rapper BRANCO Eminem" ao invés de falar apenas "o rapper".

Você acha que até mesmo hoje ele é subestimado?
Sim, porque tem essa questão da cor ainda. Ele tem tantas habilidades e ele é muito mais da quebrada do que muita gente por aí, mesmo assim as pessoas colocam a questão racial na frente de tudo e não dão a ele o devido crédito. É como falar que o Elvis Presley só era famoso porque era branco. Sabe, ele tinha o ritmo do James Brown, mas ele tinha uma coisa só dele. Ele era o Elvis, não apenas um cara branco. Coisas assim irão rolar entre negros e brancos e qualquer um por aí, mas não significa que uma pessoa não é boa porque é influenciada por algo que é associado com outra raça. Isso não importa.

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Bom, você é fã do NASCAR. Eu sou de Daytona e as pessoas adoram isso. Quais são seus motoristas favoritos?
O Cole Whitt e o Parker Kligerman.

Eu não sabia deles.
Eles são meus pilotos!

Caralho, eu nem sabia disso.
Sim, eu tenho dois caros no Daytona 500. É legal, nós nos divertimos muito.

Você permaneceu em Daytona? Fico feliz que você não acha que é uma bosta de lugar. Eu sou de lá e acho que é uma bosta.
Não, Daytona é legal! Eu amo aquele lugar! Nós tentamos permanecer na cidade, mas todos os hotéis estavam lotados até Winter Park, então nós ficamos na cidade mesmo.

Estão me dizendo que o tempo está acabando, então muito obrigada por conversar comigo. Mal posso esperar para escutar o álbum.

Produtor do 50 Cent: Calma, preciso te perguntar. Você pintou o seu cabelo de verde em homenagem ao Saint Patrick's Day?

Não, ele sempre foi verde. Sinto que todo mundo está me julgando hoje, tipo "essa louca está muuuuito animada com esse feriado."
50 Cent: [risos] Ela é engraçada.

Kitty Pryde ainda está segurando suas lágrimas pelo 50 Cent ter chamado-a de engraçada. Ela faz rap e está no Twitter - @kittaveli