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Música

Ouça o T-Pain Rimar por Seis Minutos Seguidos em "Stoicville"

Não que ele precisasse se provar, mas a gente já sabia que o T-Pain canta muito sem auto-tune. Agora o cara surpreende todo mundo novamente com esse freestyle bonzão.

De repente todo mundo gosta do T-Pain, talvez pela primeira vez após seu Tiny Desk Concert gravado para a NPR, em que ele cantou sem Auto-Tune e provou que (sem zoeira) mandava bem nesse lance de música. Claro que o T-Pain sempre foi foda e talentoso e, sendo bem sincero, um dos mais relevantes inovadores na música da última década. O cara basicamente inaugurou a onda atual do rap ao transformar o Auto-Tune em um efeito ao invés de ferramenta. Além disso, T-Pain é um observador astuto da condição humana, como essa coluna de conselhos dele no Noisey te faz lembrar.

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Essa introdução toda foi só pra avisar você de que deveria prestar atenção à nova música de T-Pain, “Stoicville”, porque é um dos seis minutos de rap mais intensos que você ouvirá esse ano. “Stoicville” consiste em T-Pain tocando aquilo que poderia ser uma música do Drake: as batidas são mínimas, com uma voz feminina etérea flutuando ali em torno de um piano lá por uns minutos, e T-Pain dispara relembrando do começo de sua carreira. Ele não poupa nada – sem a menor preocupação de parecer legal, o que é parte de seu charme – e rima sobre como era um cara bobo, como duvidavam dele, e como ele provou que todos estavam errados.

A faixa pode até se chamar “Stoicville”, mas T-Pain é tudo menos estoico:

“Voltando da escola com lágrimas nos olhos / estavam caçoando de mim e não devolviam meu chapéu / agora tenho chapéus o suficiente para dar por aí / os dias estão melhores, me recuso a ter flashbacks” ["coming home from school I had tears in my eyes / they was picking on me and wouldn't give me my hat back / now I've got enough hats to give away / it's better days, I refuse to have flashbacks"]

“e meu pai orgulhoso de mim / mesmo sendo orgulhoso demais para falar isso pra mim / pegou aquele teclado no meio da rua / trouxe pra mim em casa / ele vem nos meus shows, fica ali no meio da galera por mim” ["and my daddy proud of me / but he got too much pride to say it out loud for me / got that keyboard off the road / brought it in the house for me / he coming to my shows, hanging in the crowd for me"]

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“percebi que consigo deixar uma marca / mas meu deus isso é deprimente” ["I realized I can make an impression / but good lord this is fucking depressing"]

“meu último disco não vendeu tanto quanto eu queria” ["my last album ain't do numbers like I wanted it to"]

“filho da puta você não lembra? / eu precisei de ajuda e você me deixou sozinho” ["and like motherfucker do you just not recall? / I needed help and you just left me sitting on my balls"]

Temos em mãos, essencialmente, emoção e narrativa puras – mais uma vez, cabe lembrar que T-Pain é um puta compositor – e apesar do seu instituto em fazer alguma piada preguiçosa com Auto-Tune, essas rimas são melhores do que qualquer coisa que seu rapper freestyle favorito provavelmente esteja fazendo agora. Não acredita em mim? Ouve aí embaixo.

Tradução: Thiago "Índio" Silva