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Música

Alex Minoff Quer Te Fazer Rir (Como o Morrissey Faz Ele Rir Também)

O cara do Weird War e do Make Up toca suas canções de amor em SP.

Membro de alguns cultuados grupos da cena underground de Washington, DC (nos EUA), como Weird War e Extra Golden – além de colaborador do Make Up, entre outros – o guitarrista Alex Minoff lançou seu primeiro álbum solo em 2014. Com sabor de roque 1950s e um tiquinho de Beatles iê-iê-iê, além de uma alusão africana aqui ou acolá, o disco parece ter uma doçura irresistível – mas, segundo o próprio Mr. Minoff, está recheado de ironias nas letras, não muito diferente de Morrissey, que ele considera “um dos letristas mais engraçados que já ouvi”.

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Minoff está no Brasil por questões de “amor”, segundo ele próprio, mas resolveu aproveitar a oportunidade para apresentar seus novos sons num formato (segura o clichê!) intimista, só ele e seu violão. Em São Paulo, Alex se apresenta nesta quinta-feira (23) no Neu Club, ao lado do Rebate. O preço pra entrar são módicos R$ 15 pilas, e o show começa às 21h. Trocamos uma ideia com o Alex sobre o álbum e o que ele vai tocar aqui, saca só

Por que você veio pro Brasil?
Eu vim pra cá pela mesma razão que as pessoas vão a qualquer lugar: amor.

Seu primeiro disco solo tem traços nostálgicos. Qual é a sua relação com o rock dos anos 50 e 60?
Quando eu comecei a compor o álbum, meu principal objetivo era fazer música “pop”. O padrão desse estilo foi criado nas décadas de 1950 e 1960. Houve inúmeras variações ao longo dos anos, seja nos instrumentos, na tecnologia ou atitude, mas o que faz uma boa canção pop (uma melodia grudenta, um ritmo divertido, personalidade) ainda é o mesmo de sempre. Além disso, o Buddy Holly foi a minha inspiração para comprar minha primeira guitarra.

Por outro lado, dá para ouvir influências de guitarra africana em faixas como “Hard Labour”. O quanto dos seus projetos anteriores – como o Extra Gold – você trouxe neste novo trabalho?
Para mim, a música e a guitarra africanas são uma paixão por mais de 20 anos, e eu tive a sorte de conseguir explorar isso de verdade com o Extra Golden. Eu aprendi muito do meu estilo ao tentar copiar meus guitarristas africanos favoritos (de um jeito bem tosco, tenho que admitir), e seria impossível “desaprender” isso.

Quem é a sua banda de apoio no Brasil?
Diferente do álbum, eu não tenho banda. Estou no momento tocado sozinho, apenas com um violão. Quando eu escrevi essas canções, eu tomei a decisão consciente de deixar elas facilmente adaptáveis. Eu acho que, ao vivo, eu prefiro um set acústico, tem mais personalidade. Tocar com uma banda completa é bem divertido, mas é difícil não se sentir em apenas mais uma banda de roque.

O roque não parece estar em seu melhor momento. Você ouve algum artista novo de roque?
Hoje em dia eu praticamente ouço apenas música francesa – velha e nova. Existem algumas bandas contemporâneas que não são francesas que eu curto, mas a maioria vem de lá. Eu não consigo explicar exatamente porque, mas eles tem uma combinação fantástica de humor e estilo que funciona pra mim. Eu acho que o humor é algo extremamente importante na música, e espero que as pessoas consigam sacar isso nas minhas músicas. As pessoas costumam achar que os Smiths são completamente mórbidos, por exemplo, mas o Morrissey é um dos letristas mais engraçados que eu já ouvi.

Alex Minoff + Rebate @ Neu Club- quinta (23/01)
Endereço: R. Dona Germaine Burchard, 421 – São Paulo - SP
Horário: 21h
Preço: R$15