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Fran "Brit" Garcia: A diferença pode parecer insignificante, mas é profunda. Por exemplo, se você entra num bar e fala em voz alta que está num pub, ninguém vai nem piscar. Mas se fizer a mesma coisa no pub errado, alguém pode acabar enfiando sua cabeça na privada. Outra diferença é a música — bares tendem a tocar músicas de luxúria, e pubs tocam mais músicas de amor, ou pelo menos celebrando a morte do amor. Sendo assim, quem frequenta pubs provavelmente é alcoólatra, e quem frequenta bares provavelmente é pervertido.
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Brit: Depende da localização, da origem do encontro (Tinder = bar/ pub = levar sua namorada para sua cidade natal pela primeira vez) e a intensidade do encontro. Encontros casuais combinam mais com bares agressivamente iluminados do centro ou o bar de drinques mais próximo, mas pubs são para encontros de desejo desesperado. Nada diz mais "Te curto intensamente" do que uma pint de Caffrey's em temperatura ambiente (o gosto é tipo um pão de forma líquido feito de moedas) e um saco de batata frita Taytos num local bem spit and sawdust [risca-faca].
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Brit: Na adolescência, em diferentes idades e com níveis variados de entusiasmo. Ou, pelo menos, essa foi a minha experiência: garrafões de cidra de marca genérica compartilhados por moleques hiperativos, cínicos e ligeiramente assustados, em parques e pontos de ônibus, em conjuntos habitacionais e na frente de lojas de conveniência. Esses são os points eternos dos ritos de adolescência britânicos. Hoje em dia, muitos moleques de 15 anos entram na vida noturna através de raves ilegais de gabba em abatedouros metropolitanos reformados, como Christianes F. dos subúrbios de Londres — mas para mim, foi o antigo combo de bebida vagabunda e tédio adolescente.É mais ou menos universal que o processo ocorre entre os 12 e 17 anos, o que transforma até o Tom, Dick ou Harriet mais espinhento num especialista em duplicidade. É uma rede emaranhada de mentiras sobre dormir na casa do amigo, quedas da janela do quarto, jaquetas que vão ser marinadas em fumaça de cigarro e depois banhadas em latinhas inteiras de desodorante AXE. Como você já deve imaginar, esse é um tipo de mentira que até os pais mais ingênuos desmascaram logo, levando aos famosos "anos difíceis" entre pais e rebentos, imortalizados no país desde o sucesso de "Yakety Yak".
Brit: Bom, algumas coisas são unicamente britânicas. A transgressão adolescente tende a começar com um jogo de futebol com garotos mais velhos da escola, que inexplicavelmente não tem nenhum amigo do seu próprio ano. (Julgando pelo que vi na cultura pop americana, vocês substituem o elemento do futebol por jogar rolos de papel higiênico na casa dos outros e tacar fogo em animais na floresta). E esses garotos mais velhos da escola estão sempre roubando uns cigarros da mãe.
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Brit: Sim, é legal, e sim, é um evento, mas talvez não tanto como para os berlinenses ou parisienses. Cresci em Londres, então nunca vi nada de anormal em beber na rua. Nos raros dias quentes de verão, todo mundo ia para o espaço verde mais próximo tomar as latinhas da cerveja mais baratas do supermercado. Isso ainda existe hoje, só que mais pessoas estão baforando bexigas de NOS, e se isso for proibido em Londres algum dia, é sinal de que a cidade morreu enquanto conceito.Dito isso, longe do brilho irreal da capital, você está num território muito diferente. Morei muito tempo na Escócia, onde estranhamente beber na rua é a) ilegal e b) um problema de saúde pública. Apesar do risco de ser multado pela polícia, todo dia — ainda mais raro — de sol, leva legiões de moleques a estarem sempre prontos a destruir qualquer gramado na nobre busca por chapar o coco.
Brit: Sei exatamente do que você está falando. Normos/quadrados tomam uma variedade de "alcopops" coloridos indutores de diabetes antes de ir para o próximo encontro no Tinder. (No norte, essas bebidas têm o apelido muito politicamente incorreto de "suco de baitola".)
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Brit: O esquenta é um dos rituais mais estranhos em que você se vê assim que faz 20 anos. E ele muda apenas sutilmente. Você pode largar mão dos dirty pints de Jack Daniel's, cuspe e Stella, mas o impulso continua o mesmo, só que com drogas mais caras. Em Londres, não conheço ninguém velho o suficiente para ter largado completamente o estilo de vida dos esquentas. No subúrbio, ele é um sonho distante para jovens de olhos cansados e mulheres que trocaram os tênis por filhos.Yank: As pessoas ligam para cepas de maconha, tipo indica vs. sativa, como nos EUA? Ou maconha é só maconha?
Brit: Ah, o maconheiro connoisseur, um dos esteriótipos mais difundidos e pentelhos da vida noturna mundial. Aqui eles existem em todos os campi, estão infiltrados em toda cidade-satélite, no cantinho de cada festa de merda na casa de alguém. Entre os 15 e 25 anos, você inevitavelmente encontra uma pequena legião de fãs do Pink Floyd, que não conseguem esperar para te contar todas as facetas do cranberry kush que acabaram de arranjar, cara.
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Brit: Esse provavelmente é nosso melhor momento da noite. A caminhada às oito da matina até o morro, reservatório, parque, campo ou apartamento de um amigo mais próximo, com um saco cheio de maconha e os olhos vidrados de arrependimento, esse é um dos pequenos momentos de transcendência universalmente reconhecidos nesses tempos deprê da nossa ilhazinha decadente. Na verdade, a vida noturna inglesa e todo seu romance sempre foi mais sobre o começo e o fim da noite. Nossa introspecção particular é muito melhor que nosso júbilo público.Yank: Que drogas são consideradas tabu na maioria das festas?
Brit: O normal, acho: heroína e crack não são muito viáveis em baladas e não são particularmente bem-vindas na maioria das festas, a não ser em certas partes do sul de Londres e Bristol. Também acho que alucinógenos pesados, como DMT e sálvia, não ajudam os anfitriões da festa a alcançar a "vibe" desejada. As pessoas também torcem o nariz para M-cat (ou mefedrona, para vocês, seus esnobes sem cultura), porque te deixa a) cheirando a mijo de gato e b) com muito tesão. É muito pouco "Romeu e Julieta" esse combo.Yank: Vamos falar de dogging. As pessoas realmente transam tanto assim em público no Reino Unido?
Brit: Sim, na maioria das noites. Por volta das quatro da manhã, nas estradas que levam para os picos mais sujos e escuros da cidade, você vê filas de carros cheios de gente indo transar com qualquer coisa que achar lá, geralmente na esperança de acordar na segunda e descobrir que um vídeo seu viralizou no Facebook. Alguns clubes têm até serviço de shuttle com micro-ônibus. É só chegar no bar cinco minutos antes de tocarem o sino e pedir pro garçom um "ingresso para o bom e velho show de putaria", fazendo uma pequena reverência e esfregando rua região genital com uma fatia de limão.
Brit: Em termos de frequência, uso de drogas em público é rotina. A reação dos seguranças varia muito dependendo do tipo de lugar. Geralmente há uma correlação em quão "da moda" um clube ou bar é e quão relaxada a gerência vai ser com drogas. Falando no geral, quanto mais fresco e caro o lugar, mais fácil é cheirar uma carreira no banheiro. Pubs são totalmente diferentes, onde o oposto é mais verdade (é só ver os banheiros de todos os pubs num raio de 10 quilômetros de um estádio quando o time da casa joga).Yank: Tem mais alguma coisa que a gente devia saber?
Brit: Ketamina é muito mais popular aqui do que nos EUA. Sei lá por quê.Siga o Brit e o Yank no Twitter.Tradução: Marina Schnoor