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Como convencer uma miúda a defecar em cima de ti

Às vezes pedem-me conselhos sobre assuntos esquisitos.

Fotografia por mRio

O sexo é uma coisa que me fascina. Às vezes pode ser perigoso para a nossa saúde e segurança, outras vezes é absolutamente incrível. Mas também há alturas em que simplesmente envolve merda. Calma, somos todos adultos aqui. Consigo entender que, hipoteticamente falando, alguém fique excitado se estiver a receber uma cascata fecal directamente do ânus de uma miúda. Consigo entender que depois essas fezes façam ricochete nos lábios de um homem adulto, enquanto ela se agacha à sua frente, em delírio escatológico.

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Dá para imaginar, não dá? Claro que a maioria das pessoas não aceita este fetiche. É o caso deste jovem adulto que me enviou um mail no outro dia. Dizia ele: "Por favor ajuda-me a convencer a minha namorada a cagar-me para a boca. Talvez tu sejas capaz de ignorar os tabus. Os alemães conseguem. Os japoneses também. Será uma cena assim tão má de se pedir a outra pessoa? Será que tenho um problema mental sério? Como é que tu reagirias se fosse contigo? Não te quero assustar, só gostava de saber a tua opinião sobre o assunto." Ao que eu respondo: não deixes que as convenções culturais pré-estabelecidas te impeçam de realizar as tuas fantasias (ainda para mais inocentes). Quis responder-lhe em público por imaginar que haja mais mentes atormentadas desse lado. Espero ajudar.

COMEÇA COM OUTROS FLUIDOS CORPORAIS

O esperma é normal. A secreção vaginal é normal. A saliva também. Mas, por alguma razão, uma pessoa atira fezes para a equação e está o caldo entornado. Por exemplo:

Isto tudo para dizer que tens de começar devagar. A cena esquisita de cocó a sair do teu corpo é que existe de verdade. É feio, é nojento e pode causar doenças. Gasta-se muito tempo e dinheiro a tentar ignorar que a merda existe em quantidades assustadoras. Utiliza isso em teu benefício. Trata a coisa como o glorioso espectáculo que é. Como? Transforma as excreções corporais mais aceitáveis num espectáculo igualmente formidável. Brinca com a saliva da tua namorada, por exemplo. Deleita-te com a sua seiva vaginal. Sugere que façam sexo enquanto ela estiver menstruada. Compara o orgasmo com a vontade de mijar. Encoraja-a a urinar. Tens de ir aos poucos. Devagar e bem.

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O PODER É TUDO

Há sempre uma dinâmica de poder em todas as relações sexuais, ainda que implícita. Embora haja malta que curta assumir-se como dominante ou submisso, a maior parte das pessoas vive a vida sem se preocupar com essas classificações. Se curtes a ideia de ter alguém a cagar-te em cima, deves considerar a relação de poderes que o acto envolve. Primeiro: por que é que queres que te façam isto? Estás aborrecido, curioso, sentes-te espicaçado pela internet? Será que te detestas secretamente? Será que te sentes culpado em relação a algum acontecimento passado? Será que simplesmente idolatras o teu parceiro? Seja qual for o motivo, parece-me razoável dizer que tens tendências submissas, por isso a outra pessoa (a que te vai cagar em cima) tem de se sentir confortável na posição de líder.

Fotografia por pasotraspaso

ESSE SANGUE A CIRCULAR

Todas as funções extremas do corpo humano exigem sangue. Ou melhor, a sua boa circulação. Defecar faz parte desse grupo (orgasmo, parir, etc). Tenta imitar todos os efeitos fisiológicos de cagar antes da outra pessoa o fazer em cima de ti, de forma a tudo correr bem. Estares hidratado também é importante porque ajuda os intestinos e estimula a circulação. Também não faz mal se tocares nas zonas erógenas da tua parceira. Dá-lhe uma massagem, liga o aquecimento da casa, cria calor físico entre os corpos. Quanto mais simulares o acto em si, melhor.

NÃO SEJAS UM IDIOTA

Esta é a parte mais difícil, claro. É bom que saibas que podes procurar ajuda médica de forma a ultrapassar este teu fetiche desviante. Mas ei, se já o fizeste e até curtiste (e não estás interessado em mudar essa faceta da tua vida), quem sou eu para te dizer seja o que for — a não ser isto: não sejas um esquisitóide. Ou seja, não persigas o teu projecto escatológico sem pensar na pessoa que pretendes envolver no acto. Fala sobre o assunto de forma equilibrada, discute o tema a partir de perspectivas diferentes. Tem de ser possível, vou arriscar dizer. Coragem, os sonhos tornam-se realidade.