Em um dos picos mais desertos da região sul do Plano Piloto em Brasília, o produtor Bruno Sres, conhecido como MYMK, mesclava sons de velhos sintetizadores analógicos com alguns recortes mais secos de field recording e registrava tudo isso em vídeo. Foi nesse processo introspectivo que nasceu seu primeiro LP, Jeopardy, que será lançado no dia 28 de outubro pelo selo Low Kick High Punch, do recifense radicado em Berim, QRG. E é numa vibe sinestésica que o Bruno lançou nesta quinta (3), o som e o clipe de "Drag", que segundo o próprio cara: "Deu um pouco de trabalho por ter um uso acentuado de sons modulares, imprevisíveis. Nisso ela se diferencia um pouco das outras [faixas do disco]."Numa livre tradução para o português, "Jeopardy" significa algo no sentido de "correr risco, perigo" e, tanto a sonoridade experimental, quanto a arte da capa transpõem um retrato meio triste/feliz de um cenário que dá a impressão de estar se decompondo. MYMK não é muito de ficar pilhadaço em seguir à risca um gênero musical para produzir, mas acompanha o trampo do londrino Louis Johnstone, do Wanda Group e do diretor de Kansas, Andrew Lovgren, que ajudou a construir a identidade visual de todos os projetos do MYMK.O clipe, que tem suas formas, cores e movimentos sinestésicos perfeitamente ajustados ao ritmo da música, é assinado pelo Yoshi Sodeoka, o artista japa que também dirigiu o clipe de "Elephant", do Tame Impala. "Deixei praticamente tudo nas mãos dele, acho que foi bem melhor. De vez em quando eu entrava no Instagram dele e bisbilhotava sem comentar nada, já vibrando demais com alguns trechos que eu rezava para serem do meu clipe." Se o Bruno rezou ou não, o fato é que ele foi atendido e os trechos eram mesmo de "Drag". A primeira coisa que vem à cabeça do MYMK quando ele pensa no disco é black metal \,,/Sem mais delongas, ouça "Drag" e fique hipnotizado com o clipe caleidoscópico-sinestésico:
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