O festival Ozora mantém  vivo o sonho trance no Brasil

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Música

O festival Ozora mantém vivo o sonho trance no Brasil

Faltou luz mas sobraram boas vibes, pirofagia e boa música na primeira edição 'One Day' do festival húngaro no Brasil.

Uma nova geração de ravers segue no caminho do trance lotando festas no meio do mato. A última delas, foi a vinda do festival húngaro Ozora para o Brasil. O festival calcado na cultura psicodélica que existe há mais de 10 anos teve sua primeira edição no país no último fim de semana, entre os dias 5 e 6. Foram 24 horas de música eletrônica, pirofagia, danças e muito misticismo na rave que aconteceu no Parque de Eventos CCA, em Americana, cidade do interior de São Paulo.

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O Ozora que desde 2004 acontece num vilarejo na Hungria — e lá tem programação ao longo de uma semana inteira — vai a outros países em edições chamadas de "One Day". Famoso por acontecer no meio da natureza e agregar arte, cultura e música com feirinhas de artesanato, projeções de vídeo, performances, apresentações de música ao ar livre e até aulas de yoga, o Ozora no Brasil ainda parece sofrer com problemas de infraestrutura.

Ainda assim, quando soubemos que o evento aconteceria no Brasil, não pensamos duas vezes antes de ir. A festa já teve início quando entramos no ônibus. Todos já estavam animadíssimos com o open bar e dançando ao som de clássicos do trance. No fim da viagem, que durou cerca de três horas, já tínhamos novos amigos ravers.

Chegando ao Parque, em Americana, uma chuva rápida pegou todo mundo de surpresa — só para dar aquele clima clássico de lama que já estamos acostumados em todos os festivais.

O palco principal estava lotado à meia-noite, até porque a festa tinha começado às 16h. O som já estava no talo e todos fritando com os DJs. Passaram pelo palco principal nomes como Justin Chaos, Burn In Noise, Eclipse Echoes, Labirinto, Element, The Big Brother e Koi Boi, atração inédita no Brasil. No segundo palco, o Chill Lounge, ficava mais afastado entre árvores e era um cantinho pras pessoas curtirem uma brisa mais de leve.

Os dois únicos palcos do Ozora tinham pouca iluminação — eram apenas alguns holofotes e strobo, com uma vibe bem diferente do que estamos acostumados a ver em grandes festivais de música. E o que acabou iluminando pra valer o espaço foram as performances ritualísticas com fogo.

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Dentro de uma estrutura que simulava um peixe, rolavam umas projeções psicodélicas incríveis da VJ Ana Lopes. Fomos literalmente abduzidos lá.

Aproximadamente cinco mil pessoas passaram pelo Parque de Eventos CCA e nossa experiência de raver na floresta rolou sem maiores problemas: havia banheiros e caixas sem filas e água a preço acessível. Ainda assim, um jovem de 25 anos teve convulsões durante o evento, foi levado ao Hospital Waldemar Tebaldi, onde morreu na manhã do domingo (6) — como noticiado pelo G1, amigos do rapaz teriam dito que ele havia consumido LSD. A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) abriu um inquérito para investigar a morte do rapaz.

A vibe de todos dançando com sol amanhecendo e aquela paisagem incrível ao redor é contagiante. Segundo o núcleo organizar do Ozora no Brasil, a realização da primeira edição do festival no Brasil "proporciona a oportunidade para que as pessoas que não podem ir para outro país possam conhecer um pouco da vibe, da essência do evento húngaro".

A organização disse também que "a expectativa" é que o festival tenha novas edições brasileiras.Enquanto não se confirma a notícia, voltamos pra casa com a sensação de que tudo foi um grande sonho psicodélico.

Veja mais fotos do que rolou por lá:

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