Daft as Punk: Tocando COMO o Daft Punk

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Música

Daft as Punk: Tocando COMO o Daft Punk

A dupla irlandesa afirma ser o cover número um do Daft Punk no mundo, tem uma agenda lotada de apresentações e toca igualzinho a seus ídolos.

Em mais uma das nossas entrevistas de tributo, me coloquei diante de Eugene do Daft as Punk, um grupo que atualmente afirma ser o único tributo ao Daft Punk. O tributo é um fenômeno estranho, algo que um cínico poderia facilmente descartar como um truque. No entanto, o sucesso do Daft as Punk sugere que tenha algo mais em jogo aqui, como o fato da regularidade das apresentações da dupla. É claro que isso pode ser algo especialmente efetivo com Daft Punk, um grupo que prospera no anonimato. O Daft as Punk, por sua vez, pode não se parecer em nada com o original, mas por trás dos dois visores brilhantes, ninguém conseguiria dizer qual a diferença. Isso porque o Daft as Punk toca como o Daft Punk. Tocando seus sets devidamente paramentados com capacetes e passando por praticamente todas as faixas que a dupla francesa já tocou em Alive 2007, temos aqui uma tentativa de assimilação total. Menos um tributo, mais uma ilusão.

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THUMP: Quando vocês decidiram começar um tributo ao Daft Punk?
Eugene: Meu parceiro DJ James e eu eramos fãs absolutamente maníacos do Daft Punk e nós já tocávamos juntos. Nós eramos de um coletivo de DJs na universidade também. O Daft Punk fez turnê em 2007 e em 2011 o show deles foi o melhor que vimos. Estávamos cansados de esperar eles tocarem de novo. Nós estávamos falando sobre começar uma noite Daft Punk na qual só tocariamos suas faixas, o que nós fizemos - e foi um grande sucesso. Nós fizemos essa noite sem os capacetes e foi ótimo, mas nós sabiamos que se conseguissemos a fantasia nós poderiamos tocar como eles. Para outros grupos de tributo você precisa aprender as músicas. Nós não queríamos que as pessoas apenas nos vissem apertar play, então mandamos fazer os capacetes.

Quem fez os capacetes para vocês?
Nós pedimos para um cara em Los Angeles fazer. Ele faz objetos para filmes. Nós compramos capacetes mais baratos que eram ok inicialmente, então nós conseguimos os de verdade que os caras usaram. Eles custaram U$150.000 e os nossos que são réplicas exatas que custaram cerca de £3.000.

Isso é dinheiro bem gasto?
Muito bem gasto. Nós precisamos fazer alguns shows para pagá-los. Você precisa parecer o personagem. Com o Daft Punk, apesar das faixas serem incríveis, é sobre o visual, a imagem.

Qual a psicologia por trás de começar um grupo desse tipo?
Nós inicialmente fizemos por diversão, e nós ainda não ganhamos muito dinheiro disso. Se nós vendemos trezentos, quatrocentos ingressos por show, nós vamos ter um ótimo fim de semana mas não conseguimos voltar com muito mais no bolso. No momento o Daft Punk não está em turnê, mas as pessoas querem vê-los. Nós preenchemos esse espaço. Quando eles voltarem nós seremos os primeiros caras da porra da fila.

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Quando você toca você é o Thomas Bangalter ou Guy Manuel?
Eu sou Guy Man.

Por quê?
Essa decisão veio a partir do fato que o meu parceiro é o DJ mais talentoso de nós dois, então é mais fácil dele enxergar pra fora de seu capacete. Eu mal consigo enxergar com o meu. Eu posso praticamente só olhar para baixo com o meu, então eu faço os efeitos e ele faz a maioria da discotecagem de verdade, a mixagem. Você não consegue usar fones de ouvido com eles, por isso tudo tem que estar pronto com o Traktor. Nós precisamos trabalhar algumas semanas no refinamento do set, deixar tudo certinho.

Vocês tocam lados B obscuros do Daft Punk, ou coisas do tipo?
O Daft Punk tem 73 músicas. Nós não tocamos todas elas por que algumas são muito obscuras, algumas são uma bosta, e algumas apenas não funcionam. Nós fizemos um show no Superclub, em Dublin, na Irlanda, uma vez e nós desenhamos o set para que ele fosse um set trainspotter real do Daft Punk. Nós estávamos tocando todas essas re-edições, e todos esses mashups online que nós achamos. Nós achamos incrível. O público, porém, nos odiou. Aqueles moleques na pista de dança não conheciam nada disso. Eles não conheciam "Rollin' and Scratchin'" ou "Rock 'N Roll" e nós limpamos o lugar.

Vocês conseguiram resgatar sons? Ou vocês voltam sempre aos clássicos?
Nós mandamos "One More Time" que sempre funciona. Naquela noite em Dublin, nós aprendemos que você precisa começar com as grandes faixas. Você pode tocar os ácidos do Homework depois delas.

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Nós podemos concordar que metade do **Random Access Memories *é uma bosta completa?***
Sim. Com certeza. Quando eu ouvi pela primeira vez, fiquei bem puto. Era devagar, frio, era música que você podia usar pra transar com a sua mina.

Vocês tocam as coisas fora dos limites? Sons que saíram pelos selos Roulé ou Crydamoure?
Nós costumavamos tocar "Music Sounds Better With You" e outros clássicos do house francês. Nós basicamente temos dois tipos de público. O primeiro é quando um clube marca a gente e a maioria do público não conhece tanto o Daft Punk. Eles conhecem as faixas famosas, mas se nós tocamos algo obscuro… Nos nossos próprios shows, recebemos os fanáticos e aí podemos tocar o que quiser. Nós costumamos achar edições que nos deixam tocar coisas mais lentas, mas é porrada da faixa três pra frente. Nós não colocamos as coisas mais leves. Deixa isso para o quarto de dormir.

Eles sabem de vocês?
Eu não sei. Nós contratamos um procurador para checar a legalidade. Basicamente enquanto não usarmos sua propriedade intelectual e tocar em uma casa de shows licenciada, nós estamos bem.

Vocês vão comprar uma pirâmide?
Nós temos uma! Mas não usamos ela ainda. Não é da magnitude como a que eles têm mas funciona.

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Tradução: Pedro Moreira