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Música

As Muitas Vidas e Amores do Jillionaire

Trocamos uma ideia com o membro do Major Lazer que saiu em turnê solo, montou seu próprio selo, é maluco por pizza e conta o que faz para manter seu cabelo impecável.
Foto: Alexander Kalyk

O Jillionaire é apaixonado por pizza, dono de um penteado afro, natural de Trinidad e membro do trio Major Lazer. Além de viajar pelo mundo tocando dancehall ao lado do Diplo e do Walshy Fire, ele também está fazendo seu próprio nome. Ele tem andado ocupado com sua carreira solo: saiu em turnê sozinho e lançou seu próprio selo, o Feel Up Records. Também lançou o single "Fresh" em parceria com o produtor sueco Salvatore Ginaachi, nome que não deve ser estranho a nenhum de vocês, entusiastas de EDM. O que você talvez não saiba é que o Jillionaire também tem pensado em descansar, se mudar para Sydney e abrir uma rotisseria.

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Me encontrei com ele na capital australiana, durante sua turnê pelo país, para um papo sobre futuros lançamentos (incluindo uma parceria com o Swick, de Melbourne), seus produtores australianos favoritos e o programa de TV do Major Lazer que está para sair. Ah, antes que eu me esqueça, se alguém quiser mandar algumas faixas para ele ouvir, ele é todo ouvidos!

THUMP: Você vem à Austrália com frequência. Quais são os seus lugares preferidos em Sydney?
Jillionaire: Eu velejo. Um amigo meu daqui tem um barco, então a gente veleja pela Baía de Sydney, relaxa, vê a cidade de outra perspectiva. Fora isso, tem muitas coisas que quero fazer mas ainda não fiz, como ir ao zoológico. O que eu mais gosto de fazer é andar ali pela Casa de ?"pera e ver o sol se pôr sobre a ponte ou caminhar de Bondi até Coogee. O legal de Sydney é que tem muita coisa para fazer aqui.

Quais são os seus músicos australianos favoritos?
Eu curto o Ta-Ku e todo o seu movimento. O What So Not, claro, e o Harley (Flume). Conheço muitos DJs aqui em Sydney. Levins, Barney/Kato e Beni são alguns nomes. Tem um garoto novo de Brisbane chamando UV Boi que eu meio que tenho acompanhado. Fora isso, se alguém em Sydney tiver músicas para me mandar, é só me falar que eu ouço.

Normalmente você sai em turnê em grupo com o Major Lazer. Como é fazer uma turnê solo?
Acho que viajar em grupo é um pouco mais fácil, porque daí você tem mais gente com quem sair. Felizmente, as duas últimas semanas foram bem tranquilas porque eu passei uma semana em Melbourne, onde tenho amigos, e outra aqui em Sydney onde também conheço gente. E tive tempo livre entre os shows, o que é bom para aliviar a tensão. Meu verão foi bem louco, tocando tipo terça, quarta, quinta, sexta e sábado, daí tirava dois dias de folga e começava tudo de novo. Está sendo ótimo estar aqui, fazer alguns shows no fim de semana e ter a semana livre pra descansar, encontrar amigos e fazer coisas.

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Estive em estúdio com o Swick na semana passada, em Melbourne, para finalizar uma faixa. Essa semana estou passando menos tempo no estúdio, então estou com mais tempo para relaxar. Acho que quando eu viajo com o Major Lazer é mais agitado, porque a gente faz shows menores durante a semana e tem mais coisa para fazer em estúdio, mais trabalho de divulgação. É mais corrido. Mas é legal viajar com um grupo de amigos. As duas situações têm prós e contras.

E como é lançar suas próprias faixas? É diferente de lançar com o Major Lazer?
Acho que o objetivo é sempre criar o máximo de conteúdo possível. Lancei "Fresh" há alguns meses e deu muito certo. No outono ou na primavera, devo lançar outro EP. Tenho três faixas prontas. Uma eu fiz com o Swick, outra com o Phat Duece e a última com o Salvatore Ginacci. Estou trabalhando em um projeto com uns caras de Trinidad e tentando compor o maior número possível de músicas para continuar lançando material novo.

Ouvi falar que você tem ou tinha um bar, é verdade?
Sim, eu tinha um bar em Trinidad. Não tenho mais, mas era muito divertido e de vez em quando eu sinto falta dessa época. Gritar com os funcionários do bar! Isso foi quando eu comecei a tocar regularmente. Assim, eu tocava quando estava no colégio e na faculdade, mas era mais um hobby. Eu fazia umas coisas tipo reggae/dancehall. Quando eu abri o bar voltei a tocar e nunca mais parei.

Você teria um bar ou coisa parecida de novo?
Ah, sim! Tenho pensado em me mudar para Sydney, abrir uma rotisseria e curtir. Certamente faria algo assim de novo. Sinto falta. Existem muitos paralelos entre os bares e a vida noturna, obviamente.

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Como você entrou no mundo da música? Ouvi dizer que você estudou TI. Você acha que existe uma ligação entre essas duas áreas?
Sim, mas não sei se existe uma relação. Muitos produtores são vidrados em tecnologia, então acho que essa é a ponte. Eu fazia consultoria em TI, mas sempre estive envolvido com música. Eu colecionava discos na escola e na faculdade, então, quando o Serato apareceu, pensei cara, que louco isso! Era só conectar aquela caixa no meu computador e atacar de DJ. Enfim, sempre foi meio orgânico para mim.

Você acabou de lançar o Feel Up Records. Por que você tomou essa decisão e o que espera do selo?
Lancei o selo porque quando comecei a sair em turnê, em 2010, sempre encontrava uma galera que andava fazendo coisas na própria comunidade. Tipo, criando uma cena em Sydney, Atlanta, Minneapolis ou Varsóvia, organizando festas e produzindo música. Havia duas perguntas que sempre me faziam: "como eu consigo um contrato com a Mad Decent?" e "como consigo fazer shows fora da minha cidade?". É muito importante para mim ajudar pessoas a chamar atenção para música nova, a divulgar seu trabalho e usar as relações que estabeleci ao longo dos anos para ajudar gente bem mais talentosa do que eu e que pode não ter os contatos necessários para fazer as coisas acontecerem. Foi por isso que criei o selo, e tem dado muito certo. Recentemente, lançamos um trabalho do Grand Analog, um grupo canadense. Foi através do Teleseen. No momento, estamos organizando outros lançamentos. Estamos indo com calma, tentando nos descobrir e fazer o melhor que podemos para representar nossos artistas da melhor forma possível.

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Que tendências você vê para o futuro da música eletrônica?
Cara, em relação à música eletrônica, eu não faço ideia! Quanto à música em geral, não sei. A música está sempre mudando e não dá para lutar contra isso. Não dá para pensar que o que veio antes é melhor nem que está sendo produzido agora é uma merda. Você tem que aceitar as mudanças e contribuir da melhor forma possível para a evolução da música.

Ouvi falar que o Major Lazer vai ganhar um programa de TV, é verdade?
Sim, sim! Tem um desenho animado no qual a gente está trabalhando faz um tempinho e que vai passar na FOX ADHD. Então fiquem de olho! Deve ser lançado na grade de programação de outono.

Vocês são os personagens? Fazem as vozes?
É uma mistureba. Não é a gente, propriamente. É mais um desenho com o tema "Major Lazer", com personagens desse mundo, mas em algum momento a gente deve aparecer também.

Já faz um tempo que você está trabalhando com o Major Lazer. Que características únicas você acha que cada membro traz para o grupo?
Só o fato de virmos de lugares diferentes, sabe? O Diplo é da Flórida, o Walshy, da Jamaica, e eu de Trinidad. Trazemos elementos diferentes dessas cenas e juntamos tudo para criar uma conexão entre as coisas que estão rolando no mundo da dance music.

Como você descreveria a sua relação com o Diplo e o Walshy Fire?
São meus irmãos, tipo família mesmo.

Vocês brigam ou algo do tipo?
O tempo todo. É isso que famílias fazem. Os membros de uma família brigam, saem juntos, fazem coisas juntos, trocam ideias, descobrem coisas juntos, crescem juntos e apoiam um ao outro em seus projetos individuais.

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Qual foi a pior briga que vocês já tiveram?
Não brigamos desse jeito. A gente se entende. Nossa trajetória até virarmos DJs de verdade é parecida. Me desculpa por não estar falando mal de ninguém. Nós três começamos tocando em pick-ups. Somos parecidos e procuramos dar apoio uns aos outros. Seja em relação a apresentações solo ou contribuir para melhorar uma música. Não brigamos tanto assim.

E qual é essa da pizza?
Cara, eu só gosto muito de pizza!

Qual foi a melhor pizza que você já comeu?
Essa é uma pergunta difícil. Mais recentemente… Teve uma que comi hoje num restaurante turco. Era para eu ter ido comer uma pizza de trufa de queijo num lugar chamado Vacanza, em Surry Hills, mas não rolou. Quem sabe amanhã!

Li por aí que um de seus hobbies no momento é andar de jet ski no meio de golfinhos.
Gosto de andar de jet ski, sim. Se tiver golfinhos por perto, melhor ainda. É divertido, é como andar de bicicleta no mar. É mágico.

Qual é a primeira coisa que você faz quando chega à uma nova cidade?
Acho que é descobrir onde fica a Footlocker mais próxima, haha. Assim, a primeira coisa que faço é descobrir o que tem de bom, se eu conheço alguém na cidade, quais são os lugares legais que têm por perto que eu preciso visitar, bons restaurantes. Tem três ou quatro coisas que pessoas que viajam querem saber: um bom lugar pra comer, um bom lugar para visitar e tirar uma foto bacana e bons lugares para fazer compras e conseguir algo que não se encontraria em outro canto. Na maioria das vezes, eu viajo para lugares onde nunca tinha estado, nem pensado em visitar até chegar lá. Então eu curto caminhar e ver a cidade, não importa quanto eu esteja cansado ou com jet-lag.

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Antes de terminarmos, devo dizer que o seu cabelo me intriga.
Não tanto quanto o seu cabelo me intriga!

Você cuida bastante dele?
Não, eu acordei assim, impecável.

Beyoncé.
É.

Então você não usa nenhum produto, nada? Eu uso.
Sério, é engraçado. Essa é a melhor entrevista que já dei. Sou muito moleque para me preocupar com cuidados com o cabelo e estou sempre viajando. Então eu sou lindo assim graças a xampus de hotel. Pode anotar. Moças, vocês também podem ter esse visual incrível.

O estilo do Darren foi totalmente aprovado pelo Jillionaire.

Darren também dá conselhos sobre a vida em seu Twitter aqui.

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Tradução: Fernanda Botta