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Música

Susanne Sundfør Está em um Relacionamento Sério com Los Angeles

A norueguesa que se tornou ícone do pop alternativo conta como LA a inspirou na produção do seu novo disco.

"O meu taco favorito de Los Angeles é o do Taco Zone", afirma categoricamente a norueguesa Susanne Sundfør, atual ícone do pop alternativo. Embora as suas raízes nórdicas possam indicar que ela seja mais uma especialista em peixe em conserva do que em carne asada, Sundfør criou uma afinidade tão grande com a cidade dos anjos que já passou pelo ritual de passagem local, que é escolher – e defender – o seu restaurante mexicano favorito.

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Leia: O caminho de Susanne Sundfør até o eletropop

"Senti muita nostalgia chegando em Los Angeles desta vez", diz Susanne, durante uma passagem de som no Club Bahia, um clube latino espaçoso, com quarenta anos de existência, situado na Sunset Boulevard. Depois do lançamento do seu quinto álbum de estúdio, o mundialmente aclamado Ten Love Songs, em fevereiro, ela está de volta ao lugar que o inspirou para uma série de shows intimistas.

"Los Angeles realmente influenciou muito o disco, as pessoas que conheci aqui, a música que ouvi aqui, o ambiente", ela diz. "Eu alugava apartamentos no Airbnb, só levava um equipamento básico e gravava as músicas. Normalmente ficava em Echo Park. Até dirigir era muito inspirador. Fiz "Fade Away" como uma música que eu gostaria de ouvir no carro, dirigindo por aqui."

Ela admite que, para poder imergir em Los Angeles, teve que descartar alguns dos estereótipos associados à cidade, algo que muitos angelinos estão acostumados a ouvir. "Antes de vir, tinha ouvido que as pessoas eram superficiais", ri. "Mas o que é muito legal em LA é que a cena musical é muito interessante. Nova York está meio que estagnando, e as pessoas estão vindo para Los Angeles para conhecer gente nova, montar novas bandas."

Meio que inesperadamente, Sundfør encontrou dois colaboradores de Ten Love Songs, em Los Angeles. O primeiro, Anthony Gonzales, do famoso grupo de dream-pop M83, é um velho amigo e conspirador de longa data. O segundo, Jonathan Bates, da influente, mas de pouco sucesso e agora finada banda Mellowdrone, ela conheceu pouco antes de eles trabalharem juntos. Gonzales e Bates completam um time impressionante, que inclui o Röyksopp e Lars Horntveth, líder do lendário grupo norueguês de jazz-prog Jaga Jazzist.

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"Eles são malucos", ela diz. "Estão com um disco novo [Starfire, lançado pelo Ninja Tune agora em junho], e ele é absolutamente maluco."

Horntveth e Sundfør começaram a trabalhar juntos no segundo disco dela, The Brothel, de 2010, e construíram uma relação que ajudou a impulsionar a norueguesa, que de apenas compositora se tornou performer, produtora e além. "A musicalidade dele sempre me impressionou muito", ela diz. "Trabalhar com ele me deixou gradualmente mais interessada e confiante de que eu podia fazer essas coisas sozinha."

Sundfør diz que, no começo da parceria, era mais uma espécie de passageira no estúdio. "Lars produziu The Brothel. Eu compus as músicas e fiz alguns dos arranjos", explica. "Não me envolvi na produção, mas participei nos arranjos. Foi quando comecei a me interessar em produzir algo de fato também. Quando fizemos Silicone Veil [de 2012], nós o produzimos juntos. Aprendi muito sobre produção e sobre como pensar a música com Lars, especialmente no estúdio."

Em Ten Love Songs, ela assumiu o comando, compondo, arranjando, mixando e produzindo, buscando uma tonalidade exuberante que abrange desde fortes temáticas disco a surtos eletrônicos distorcidos. A recepção tem sido esmagadoramente positiva e comprova a evolução de Sundfør de compositora promissora, talvez ainda imatura, para autora musical completa.

"Só queria fazer um disco pop", ela ri, antes de destruir sua modesta afirmação com um complemento. "Mas não de pop radiofônico. Quando escuto rádio, sinto que não tem talento ali. Parece um bolo em cima do outro, e eu gosto de caramelo salgado em vez de apenas caramelo. Sabores diferentes juntos simplesmente tornam a vida mais interessante."

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Tradução: Fernanda Botta