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Música

Seu Osvaldo conta sua história no curta 'Orquestra Invisível Let’s Dance'

Um filme de 19 minutos sobre a vida do primeiro DJ do Brasil ainda é muito pouco, mas já é uma grande coisa.
Foto por Felipe Larozza.

A gente já deixou claro aqui no THUMP toda a nossa reverência ao Seu Osvaldo Pereira, o primeiro DJ do Brasil, que começou a tocar profissionalmente em 1958 e criou um mixer, aquele aparelhinho básico para qualquer disc-jóquei. Aos 83 anos, em companhia dos filhos, ele segue à todo vapor com seu Baile Nostalgia na varanda do Copan e até já o vimos discotecar com Serato.

Nesta terça (30), estreou no 27º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo o filme Orquestra Invísivel Let's Dance, que conta um pouco da trajetória do discotecário mais foda do país. Dirigido por Alice Riff, o curta de 19 minutos resgata algumas histórias, fotos e leva Seu Osvaldo à sua cidade natal, Muzambinho, no interior de Minas Gerais (aquela que também gerou o Milton Neves). "É uma emoção muito grande, porque a gente nunca imagina que a escolha da vida da gente vai tomar essa magnitude. Eu estou muito feliz e sem palavras pra descrever isso. Eu não podia imaginar que o que eu fazia lá nos anos 50 se transformasse numa realidade tão grande no mundo inteiro", comenta o protagonista.

Narrado por outra lenda dos toca-discos, o Grandmaster Ney, sobrinho de Seu Osvaldo, mostra além de algumas cenas raras, uma entrevista com o mestre Tony Hits sobre os baile blacks da década de 1970 e o racismo nas baladas. "Ele construiu uma vitrola para fazer uma festa aos negros que não podiam entrar nos bailes. É um movimento de resistência junto com um momento de de desenvolvimento do Brasil", explica a diretora.

A sensação que se tem depois dos 19 minutos de filme é que essa história merece muito mais, um longa, uma série, que Seu Osvaldo merece um busto na Vila Guilherme. Alice explica algumas dificuldades para realizar este trabalho. "Tem pouco material e tudo o que tem é do seu Osvaldo, porque ele guarda. Tem pouquíssima coisa, pouquíssima cosa escrita", mas dá aquela pontinha de esperança no final. "Ainda tem muita história que não foi explorada."

O filme foi exibido em São Paulo ontem no Museu da Imagem e do Som (Av. Europa, 158) e também ganha espaço nesta quarta (31), às 21h, no Espaço Itaú de Cinema (Rua Augusta 1.470). Mas calma, dá pra ver online também. No site do Porta Curtas todos tá rolando uma premiação com os filmes da Mostra Brasil e Panorama em parceria com o Canal Curta! E tem uma porrada de filmes para assistir e votar.

Clique aqui para assistir ao Orquestra Invisível Let's Dance.