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Música

Falamos com o Cara que Ofereceu um Suborno de 100 Euros pra Entrar na Berghain

E perguntamos sobre ele ter recebido algumas negativas em relação à sua proposta (indecente).

Finalmente aconteceu: alguém achou que precisava tanto entrar no Berghain, que postou anuncios no Craiglist oferecendo 100 euros a estranhos para ter certeza que ele se passasse por um alemão. A política de entrada na Berghain se tornou lendária. DJs superstar como Felix Da Housecat e Hawtin tiveram suas entradas recusadas e tem até um aplicativo para ajudar as pessoas a saber quando é a melhor hora de ir lá (a resposta é sempre domingo de manhã caso você queira saber).

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O homem oferecendo um suborno para que ele e um amigo possam "seguramente e repetidamente entrar… nas baladas mais descoladas de Berlim" se descreve como um "empresário bem sucedido" de trinta anos sem tempo de ler os inúmeros artigos sobre como ser digno da entrada na casa.

O Craiglist marcou o post original para ser removido, mas você pode ver um screenshot do anúncio abaixo:

Ofereço 100 euros por visita se você pode confiavelmente (!) e repetidamente fazer com que eu e um amigo possamos entrar nas baladas mais descoladas de Berlim - Berghain, Kater Blau, etc. Nós somos dois empresários bem sucedidos de uns 30 anos que não temos tempo para entender como funciona a política para entrar nesses lugares. Vamos precisar da prova do seu background antes de contratar você.

100€ para nos deixar entrar na Berghain (Berlim)

Curiosos sobre que tipo de pessoa desesperada oferece esse tipo de esquema, nós procuramos esse sujeito em questão, que não quis revelar seu nome. Nós podemos chamá-lo de Bernie.

Aparentemente, o plano de Bernie é desmistificar o apelo do Berghain ao provar que ele pode ser infiltrado com uma combinação de dinheiro + internet, que sempre resulta em #sucesso, certo? (Argh)

THUMP: O que você faz da vida, onde você mora?
Bernie: Sou um empresário e investidor e no momento divido meu tempo entre múltiplos projetos entre Nova York, Londres e Berlim.

Você já foi ao Berghain?
Já. Eu admito que é uma balada muito boa, mas sempre pareceu que eles não justificam o hype e isso era mais uma tentativa desesperada dos berlinenses tentarem ser maneiuros, [e manter] toda a reputação "pobre porém sexy" que a cidade tão fortemente tenta passar o tempo todo.

O público não parecia se destacar para mim de nenhuma forma particular comparada com as pessoas que eu vi na fila do lado de fora. Apesar dos óbvios turistas, não era claro da onde vinha a diferenciação. O critério de seleção parecia mais ou menos aleatório. Eu fiquei imediatamente intrigado sobre se existia uma lógica por trás disso, ou se a porta era essencialmente um jeito sem sentido de aumentar o hype do lugar.

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Então, o melhor jeito de descobrir isso foi tentando encontrar pessoas que ou quebraram o código e poderiam me mostrar que existe de fato um sistema e uma lógica por trás disso. Ou melhor ainda, apesar da Berghain garantir que não existe uma lista de convidados, tindo acesso à lista, alguém estaria disposto a vender seu acesso por dinheiro — provando que no final das contas, o jogo sempre vai ser o mesmo, não importa como o Berghain tenta promover seu conceito inexplicavelmente cool. No final das contas não é nada além de um truque de marketing que poderia ser facilmente comprado, e por um preço consideravelmente menor do que ir a um lugar em Londres.

O que fez você postar um anuncio no Craiglist?
Definitivamente sou tão preguiçoso quanto ocupado, mas nesse caso eu diria que o maior fator é a simples curiosidade sobre o número e os tipos de respostas que eu receberia.

Você está preocupado que as pessoas da porta do Berghain consigam sacar isso e estragar seus planos?
Na verdade não. Se eu conseguir uma oferta de lista de convidados, mandaria outra pessoa no lugar a primeira vez para ver se eles de fato sabem [quem eu sou] e tentariam estragar essa intervenção. Só depois de me convencer de que funciona de verdade, eu iria eu mesmo para lá. O mesmo sobre as pessoas que "ensinam" a entrar lá. É mais sobre desmistificar o conceito de Berghain do que apenas entrar lá.

Você faria uma entrevista com quem oferecesse a entrada?
Perguntaria para quem me oferecer acesso à lista de convidados, e o que ele ou ela poderia me mostrar em termos de prova. Os que me dessem uma prova satisfatória, estrevistaria por telefone antes de fazê-los assinar um contrato.Estou bem curioso sobre que tipo de pessoa que apareceriam, e que experiência com eles eu poderia ter.

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Que tipos de resposta você teve até agora?
As respostas foram bem divididas entre mensagens de ódio — o tipo que você acharia que numa sociedade civilizada estaria reservada para criminosos de guerra condenados e molestadores de crianças — e pessoas que juram que descobriram o segredo e iriam me treinar sobre como entrar. Um número surpreendente de pessoas ofereceu lugares na lista de convidados. Para aqueles que me ofereceram lugar nessa lista, explico que precisaríamos entrar pela porta juntos e eu os pagaria já la dentro, e todos disseram que tudo bem.

Você já teve problemas pra entrar em baladas no passado?
Costumava sair bastante, mas mais para clubes de alto nível em lugares como Londres e Nova York. Então todo o conceito de "a balada mais descolada da cidade" ser esse lugar escuro e sujo, e a política de entrada ser completamente ambígua e aleatória parecia intrigante. Eu nunca tive muito problema em entrar até nos lugares mais top.

Você vai conseguir contanto que você saiba qual é o jogo. Em Londres é você pegar uma mesa e mostrar que você está disposto a gastar — ou até se comprometer a gastar — uma grana preta.

[Nota do editor: se essa é a sua ideia de baladas em Londres você está fazendo errado]

Em Nova York acho que é mais focado em aparecer lá com a garota mais gata possível. [De novo] Em uma balada em, digamos, Mônaco, é um pouco uma mistura dos dois, mas o jogo está quase sempre claro e não tem muito hype em volta do mistério de quem consegue entrar, coma Berghain está tentando criar.

Ok.

Talvez esse cara defina por que a Berghain tem uma política de entrada.

Tradução: Pedro Moreira