LOTIC: "Se Eu Não Disser que Sou Gay e Negro, Estarei Falhando com Minha Responsabilidade de Deixar as Pessoas Putas"

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Música

LOTIC: "Se Eu Não Disser que Sou Gay e Negro, Estarei Falhando com Minha Responsabilidade de Deixar as Pessoas Putas"

Dono de sons abrasivos e presença provocativa na internet, o produtor está disposto a dizer ‘foda-se’ sempre que houver opressão.

No verão de 2013, um amigo me levou a uma casa minúscula em Berlim chamada Chester's para uma noite de dança organizada pelo coletivo eletrônico Janus. A música conjurada por produtores como M.E.S.H e Lotic era diferente de tudo o que eu já havia ouvido: bombásticas erupções de som perfeitamente moldadas a samples da Sade; guinchos mecânicos e turbilhões como se as máquinas de uma fábrica estivessem em plena orgia; urros de rap costurados a sons que só podem ser descritos com o que deve ser o sentimento que alguém sente ao ser castrado. Mas em meio a esse caos auditivo, a multidão não parava de dançar.

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Já se passaram dois anos, Janus foi o objeto de um artigo no New York Times sobre "boêmios do Brooklyn invadindo a cena techno de Berlim," e o coletivo eventualmente parou de organizar a festa que inicialmente eletrizou os ouvidos de todo mundo. Todos os produtores associados continuam a fazer música que derrete tímpanos como bala de goma no microondas, mas um deles se destaca com seus mixes online e sua presença provocativa na internet - Lotic, nascido J'Kerian Morgan. Essa semana, o artista de Berlim através de Austin está lançando Heterocetera, seu primeiro álbum no selo do Brooklyn Tri Angle Records, também lar de Evian Christ e Vessel.

No verão de 2013, um amigo me levou a uma casa minúscula em Berlim chamada Chester's para uma noite de dança organizada pelo coletivo eletrônico Janus. A música conjurada por produtores como M.E.S.H e Lotic era diferente de tudo o que eu já havia ouvido: bombásticas erupções de som perfeitamente moldadas a samples da Sade; guinchos mecânicos e turbilhões como se as máquinas de uma fábrica estivessem em plena orgia; urros de rap costurados a sons que só podem ser descritos com o que deve ser o sentimento que alguém sente ao ser castrado. Mas em meio a esse caos auditivo, a multidão não parava de dançar.

Já se passaram dois anos, Janus foi o objeto de um artigo no New York Times sobre "boêmios do Brooklyn invadindo a cena techno de Berlim," e o coletivo eventualmente parou de organizar a festa que inicialmente eletrizou os ouvidos de todo mundo. Todos os produtores associados continuam a fazer música que derrete tímpanos como bala de goma no microondas, mas um deles se destaca com seus mixes online e sua presença provocativa na internet - Lotic, nascido J'Kerian Morgan. Essa semana, o artista de Berlim através de Austin está lançando Heterocetera, seu primeiro álbum no selo do Brooklyn Tri Angle Records, também lar de Evian Christ e Vessel.

Embora não necessariamente uma linha reta em relação a seu som anterior, o EP é um passo sério para este produtor cada vez mais quente. Começando imediatamente com a abertura de quebrar a coluna "Suspension," o disco tem uma vibe multisensorial onde você pode sentir as faixas na medida em que as deixar tocando - ótimo se você é adepto do sadomasoquismo ou de dançar até seus sapatos estarem transbordando de sangue. As visões de política LGBT de Lotic também são amplamente citadas no lançamento. Heterocetera referencia o cânone LGBT sampleando o hino dos bailes vogue "The Ha Dance," mas de uma forma que respeita o original antes de evoluir em algo sui generis, um movimento que é indicativo da abordagem de Lotic à música eletrônica em geral.

Termos como "frio" e "abrasivo" frequentemente vêm à tona ao discutir as produções do artista de 25 anos, mas Lotic explicou, por uma conversa de Skype, que essas qualidades não são meros latidos musicais apenas pelo som. Elas representam um ato de rebelião para evitar que as pistas de dança sejam tomadas por tipos heteronormativos - uma posição que é indicada parcialmente no título do EP. "Baladas deveriam ser lugares seguros para todas as aberrações do planeta, mas elas não são," ele diz. "O EP inteiro, especialmente a faixa título, é o maior dedo do meio que eu consegui dar agora em resposta."

Abaixo, Lotic falou comigo sobre como fazer música com base no design de certos clubes de Berlim, o ensaio feminista que inspirou o título "Heterocetera," e sua necessidade de dizer "foda-se" para alguém pelo menos uma vez por semana.

THUMP: Você disse que a sua música canaliza a ideia do ser diferente e a coloca na cara do ouvinte. Isso significa que ela pretende ser intencionalmente exclusiva ou não convidativa para certas pessoas?
Eu sei que certas pessoas que são diferentes de mim - brancos, héteros, comentadores do Resident Advisor, por exemplo - serão grande parte da minha audiência. Infelizmente, essa é a força motriz que me inspira a fazer música confrontadora. Se eu não disser "eu sou gay, eu sou negro" e tirar essas fotos bem afeminadas, então eu me sinto como se estivesse falhando com a responsabilidade de irritar essas pessoas. Mas estou falando sobre o tipo de gente que está acabando com a cultura dos clubes ao ser homofóbico, misógino etc. Não é sobre tornar a música exclusiva, mas uma reação contra o status quo - saber meu contexto no mundo da música e ser aberto quanto a isso.

A sua personalidade reflete nas qualidades provocativas da sua música?
Eu sou um cara negro e gay vivendo no oeste, então eu estou sempre com um pouco de raiva.

Você pode me falar sobre o título do EP? Eu sei que ele veio de um livro feminista.
Veio de um ensaio de Audre Lorde. O livro inteiro me inspirou porque ela tem muito jeito com as palavras, e também parece ser uma pessoa muito doce. Caiu a ficha que você pode ser um anarquista, e estar puto por ser negro, mas você não precisa ser maldoso. O livro todo mudou a minha perspectiva sobre existir no mundo. Essa palavra [heterocetera] é perfeita, e eu sabia que ela tinha que ser o nome do álbum desde a primeira vez que eu a vi. Toda vez que uma pessoa oprimida está sendo afrontada pelo opressor e não quer ouvir, essa é a palavra que vem em mente. Mesmo que eu ache que eu seja uma pessoa doce, eu sempre vou dizer foda-se. Eu preciso dizer isso uma vez por semana. O EP inteiro, especialmente a faixa título, é o maior dedo do meio que eu consegui dar agora em resposta.

A abertura "Suspension" é uma das minhas aberturas de disco preferidas de muito tempo, porque ela parece multisensorial - eu a sinto ao mesmo tempo que a ouço. Essa é uma experiência que você ativamente estava tentando causar?
É isso que eu quis dizer sobre a vantagem de ter acesso a clubes constantemente. Não apenas pela qualidade da caixa de som, mas pela experiência auricular de estar nesses lugares gigantes quando algo maluco está tocando. As coisas que eu estou fazendo agora - e que ainda não foram lançadas - se relacionam comigo pensando como essa música funcionaria nos espaços de clube.

Chester's tinha esse canto que foi projetado para as pessoas sentirem as frequências baixas. Você está dizendo que desenha e produz sons especificamente para os clubes nos quais você quer tocar?
Exatamente. Quando eu estava nos EUA, eu não tinha ideia de como, de fato, seria a experiência fora dos fones de ouvido. Não existe contexto real para a música de pista nos Estados Unidos. As pessoas que a tocam geralmente estão em bares cagados com caixas de som cagadas - e está tudo bem com isso, é super importante - , mas como um músico, pensar no espaço em que as músicas vão tocar deve influenciar você diferentemente.

Você disse que sons específicos da cidade de Houston estão impregnados no seu cérebro. Os sons de Berlim influenciaram a sua abordagem em relação à música também?
Sou influenciado por tocar e dançar em clubes específicos de Berlim. O resultado foi que tudo é muito mais limpo na minha música, e eu fiquei bem chato na forma como mixo minhas faixas.

Quando você sampleia "The Ha Dance" - uma das mais famosas músicas do ballroom de Nova York - na faixa título, a transformando em algo novo, parece que você está levando um legado para o futuro.
Fez sentido ir [para esses pontos de referência], sabendo que o EP vai sair em um selo maior e que muitos brancos e heterossexuais vão ouvi-lo. Por outro lado, eu não sou novaiorquino, e eu nunca fui num baile, então eu não queria usar o sample da mesma forma que o pessoal do vogue e da cultura de baile usa. A decisão de usar o sample do jeito que eu o fiz foi um jeito de ser respeitoso à cena original, enquanto, ao mesmo tempo, mando um foda-se para alguns aspectos da comunidade online moderna. [Mas] eu não acho que exista um jeito responsável de usá-lo, a não ser não o use.

Com a produção pós moderna, não está tudo à disposição e aberto para ser apropriado e manipulado, desde que de maneira respeitosa?
Sim, mas se eu estou fazendo um comentário contra produtores que tentam capitalizar uma cena ou tendência, então eu estaria fazendo a mesma coisa, e não seria justo.

Como você descreve a sua conexão com produtores e coletivos que as pessoas costumam associar a você, como Total Freedom, Arca e o selo Fade to Mind?
Eu acho que todos nós estamos vindo de um lugar parecido. Na maioria somos pessoas de cor ou gays. Nosso relacionamento com o clube é este sentimento de tentar proteger o espaço dos tipos de pessoas que o ameaça. Deveria ser um lugar seguro para todas as aberrações do planeta, mas não é, é um lugar seguro para heterossexuais nojentos.

É isso que inspira o seu som ser, por vezes, difícil ou abrasivo?
Eu não posso falar por outros, mas é assim que eu vejo, e eu conversei com outros produtores com os quais costumo ser categorizado junto e sinto semelhanças. É claro que jornalistas brancos e héteros não entendem necessariamente até eu dizê-lo com a minha boca. Eu li aquelas colagens épicas de artigos opinativos que analisam a música de, digamos, Ashland [Mines, também conhecido como Total Freedom] ou outros produtores associados ao Janus, e eles estão certos em relação aos nossos sons terem conexões, mas eles não estão se atendo à política central da coisa. Então, talvez seja melhor que eu esteja descrevendo meus sentimentos quanto a isso, ao invés de alguém fazê-lo por mim. Senão, eu talvez estivesse apenas dizendo, "Pare. Você precisa parar."

Você acha que a nova música na qual você vem trabalhando vai manter a mesma intensidade?
Eu estou deixando ela mais intensa, antes de mais nada. Eu costumava colocar o maior número possível de coisas em uma faixa se ela ainda remotamente fizesse algum sentido, e depois ir cortando. Agora, eu estou melhor em escolher o que faz sentido e deixar tudo como está. Tem mais o que ouvir de fato, mas você ainda pode ouvir a liberdade e falta de constrangimento.

Lotic está no Facebook // Twitter // SoundCloud

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Embora não necessariamente uma linha reta em relação a seu som anterior, o EP é um passo sério para este produtor cada vez mais quente. Começando imediatamente com a abertura de quebrar a coluna "Suspension," o disco tem uma vibe multisensorial onde você pode sentir as faixas na medida em que as deixar tocando - ótimo se você é adepto do sadomasoquismo ou de dançar até seus sapatos estarem transbordando de sangue. As visões de política LGBT de Lotic também são amplamente citadas no lançamento. Heterocetera referencia o cânone LGBT sampleando o hino dos bailes vogue "The Ha Dance," mas de uma forma que respeita o original antes de evoluir em algo sui generis, um movimento que é indicativo da abordagem de Lotic à música eletrônica em geral.

Termos como "frio" e "abrasivo" frequentemente vêm à tona ao discutir as produções do artista de 25 anos, mas Lotic explicou, por uma conversa de Skype, que essas qualidades não são meros latidos musicais apenas pelo som. Elas representam um ato de rebelião para evitar que as pistas de dança sejam tomadas por tipos heteronormativos - uma posição que é indicada parcialmente no título do EP. "Baladas deveriam ser lugares seguros para todas as aberrações do planeta, mas elas não são," ele diz. "O EP inteiro, especialmente a faixa título, é o maior dedo do meio que eu consegui dar agora em resposta."

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Abaixo, Lotic falou comigo sobre como fazer música com base no design de certos clubes de Berlim, o ensaio feminista que inspirou o título "Heterocetera," e sua necessidade de dizer "foda-se" para alguém pelo menos uma vez por semana.

THUMP: Você disse que a sua música canaliza a ideia do ser diferente e a coloca na cara do ouvinte. Isso significa que ela pretende ser intencionalmente exclusiva ou não convidativa para certas pessoas?
Eu sei que certas pessoas que são diferentes de mim - brancos, héteros, comentadores do Resident Advisor, por exemplo - serão grande parte da minha audiência. Infelizmente, essa é a força motriz que me inspira a fazer música confrontadora. Se eu não disser "eu sou gay, eu sou negro" e tirar essas fotos bem afeminadas, então eu me sinto como se estivesse falhando com a responsabilidade de irritar essas pessoas. Mas estou falando sobre o tipo de gente que está acabando com a cultura dos clubes ao ser homofóbico, misógino etc. Não é sobre tornar a música exclusiva, mas uma reação contra o status quo - saber meu contexto no mundo da música e ser aberto quanto a isso.

A sua personalidade reflete nas qualidades provocativas da sua música?
Eu sou um cara negro e gay vivendo no oeste, então eu estou sempre com um pouco de raiva.

Você pode me falar sobre o título do EP? Eu sei que ele veio de um livro feminista.
Veio de um ensaio de Audre Lorde. O livro inteiro me inspirou porque ela tem muito jeito com as palavras, e também parece ser uma pessoa muito doce. Caiu a ficha que você pode ser um anarquista, e estar puto por ser negro, mas você não precisa ser maldoso. O livro todo mudou a minha perspectiva sobre existir no mundo. Essa palavra [heterocetera] é perfeita, e eu sabia que ela tinha que ser o nome do álbum desde a primeira vez que eu a vi. Toda vez que uma pessoa oprimida está sendo afrontada pelo opressor e não quer ouvir, essa é a palavra que vem em mente. Mesmo que eu ache que eu seja uma pessoa doce, eu sempre vou dizer foda-se. Eu preciso dizer isso uma vez por semana. O EP inteiro, especialmente a faixa título, é o maior dedo do meio que eu consegui dar agora em resposta.

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A abertura "Suspension" é uma das minhas aberturas de disco preferidas de muito tempo, porque ela parece multisensorial - eu a sinto ao mesmo tempo que a ouço. Essa é uma experiência que você ativamente estava tentando causar?
É isso que eu quis dizer sobre a vantagem de ter acesso a clubes constantemente. Não apenas pela qualidade da caixa de som, mas pela experiência auricular de estar nesses lugares gigantes quando algo maluco está tocando. As coisas que eu estou fazendo agora - e que ainda não foram lançadas - se relacionam comigo pensando como essa música funcionaria nos espaços de clube.

Chester's tinha esse canto que foi projetado para as pessoas sentirem as frequências baixas. Você está dizendo que desenha e produz sons especificamente para os clubes nos quais você quer tocar?
Exatamente. Quando eu estava nos EUA, eu não tinha ideia de como, de fato, seria a experiência fora dos fones de ouvido. Não existe contexto real para a música de pista nos Estados Unidos. As pessoas que a tocam geralmente estão em bares cagados com caixas de som cagadas - e está tudo bem com isso, é super importante - , mas como um músico, pensar no espaço em que as músicas vão tocar deve influenciar você diferentemente.

Você disse que sons específicos da cidade de Houston estão impregnados no seu cérebro. Os sons de Berlim influenciaram a sua abordagem em relação à música também?
Sou influenciado por tocar e dançar em clubes específicos de Berlim. O resultado foi que tudo é muito mais limpo na minha música, e eu fiquei bem chato na forma como mixo minhas faixas.

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Fez sentido ir [para esses pontos de referência], sabendo que o EP vai sair em um selo maior e que muitos brancos e heterossexuais vão ouvi-lo. Por outro lado, eu não sou novaiorquino, e eu nunca fui num baile, então eu não queria usar o sample da mesma forma que o pessoal do vogue e da cultura de baile usa. A decisão de usar o sample do jeito que eu o fiz foi um jeito de ser respeitoso à cena original, enquanto, ao mesmo tempo, mando um foda-se para alguns aspectos da comunidade online moderna. [Mas] eu não acho que exista um jeito responsável de usá-lo, a não ser não o use.

Com a produção pós moderna, não está tudo à disposição e aberto para ser apropriado e manipulado, desde que de maneira respeitosa?
Sim, mas se eu estou fazendo um comentário contra produtores que tentam capitalizar uma cena ou tendência, então eu estaria fazendo a mesma coisa, e não seria justo.

Como você descreve a sua conexão com produtores e coletivos que as pessoas costumam associar a você, como Total Freedom, Arca e o selo Fade to Mind?
Eu acho que todos nós estamos vindo de um lugar parecido. Na maioria somos pessoas de cor ou gays. Nosso relacionamento com o clube é este sentimento de tentar proteger o espaço dos tipos de pessoas que o ameaça. Deveria ser um lugar seguro para todas as aberrações do planeta, mas não é, é um lugar seguro para heterossexuais nojentos.

É isso que inspira o seu som ser, por vezes, difícil ou abrasivo?
Eu não posso falar por outros, mas é assim que eu vejo, e eu conversei com outros produtores com os quais costumo ser categorizado junto e sinto semelhanças. É claro que jornalistas brancos e héteros não entendem necessariamente até eu dizê-lo com a minha boca. Eu li aquelas colagens épicas de artigos opinativos que analisam a música de, digamos, Ashland [Mines, também conhecido como Total Freedom] ou outros produtores associados ao Janus, e eles estão certos em relação aos nossos sons terem conexões, mas eles não estão se atendo à política central da coisa. Então, talvez seja melhor que eu esteja descrevendo meus sentimentos quanto a isso, ao invés de alguém fazê-lo por mim. Senão, eu talvez estivesse apenas dizendo, "Pare. Você precisa parar."

Você acha que a nova música na qual você vem trabalhando vai manter a mesma intensidade?
Eu estou deixando ela mais intensa, antes de mais nada. Eu costumava colocar o maior número possível de coisas em uma faixa se ela ainda remotamente fizesse algum sentido, e depois ir cortando. Agora, eu estou melhor em escolher o que faz sentido e deixar tudo como está. Tem mais o que ouvir de fato, mas você ainda pode ouvir a liberdade e falta de constrangimento.

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