O Essencial de Omar-S

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Música

O Essencial de Omar-S

Nosso tributo ao artesão dos clubes.

Omar-S não precisa de grandes apresentações — se você o conhece, você conhece. Se você não o conhece, então provavelmente não pisou em um clube na última década. O produtor, DJ, e dono de selo de Detroit — FXHE, o único lugar para encontrar seu house agitado, cru e metálico — é sem dúvida um dos grandes meninos da cena. Ele é áspero, ousado e reluzente. Quantos caras mais por aí podem se safar ao fazer Fabric com seu material e então negar qualquer conhecimento de Ricardo Villalobos?

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Alex Smith é uma força da natureza, uma linha de montagem de um homem só de afiadas e ousadas jams prontas para a pista que funcionam perfeitamente, um artesão que trabalha com materiais simples — o eterno pulsar do 4/4, o click e trinar de chimbais e caixas baratas, o soar de presets de orgãos e pads — e tece isso em ouro puro.

Além disso tudo, esse mês vimos o lançamento de outro estouro — dessa vez com o por vezes colaborador OB Ignitt — nós pensamos em juntar uma baciada saudável dos melhores momentos da lenda. Abra uma janela de escritório/quarto e aumente o som no volume máximo. Até a Sandra da contabilidade/seu pai, podem tirar algo disso.

"Romancing the Stone"

"Romancing the Stone", presumidamente nomeada por causa de uma festa na selva bem selvagem em 1984 de Kathleen Turner e Michael Douglas, mostra o lado sensível de Smith. É uma maravilhosamente gélida, e sensual fatia de deep house. Pads flutuam por cima e por baixo, a profundeza dos acordes do orgão, delicados arabescos de piano e a faixa inteira está pontuada pelo maior bumbo que você ouviu desde que Kerri Chandler começou a zoar com seu 808 lá atrás. Perfeito para aqueles momentos quando você quer sair do clube encharcado com suas próprias lágrimas.

"Day (A1)"

Eu preciso admitir, meu julgamento dessa faixa se alterou para sempre por causa do video de fã acima. Você só consegue pensar em "Day" — um espectralmente sutil, esquivo, empoeirado e flexível suingue, junto com um flutuante, efêmero e etéreo sample dos Supremes — como o hino de um dançarino de estacionamento.

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Omar S Presents Aaron "Fit" Siegel Feat. L'Renee - "Tonite (Detroit Mix)"

Às vezes (bem frequentemente na verdade), não existe nada melhor nesse mundo do que um piano house de botar as mãos no ar, completamente aberto e sem brincadeiras. Essa é a perfeita fatia disso. Se isso não te faz querer colar no bar mais próximo para tomar cinco cervejas, uma catuaba ou duas antes de sair para qualquer balada que deixe você entrar, então tem algo profundamente errado com você. Um alegre hino das alegrias transcendentais da vida noturna.

Omar S and OB Ignitt - "Wayne County Hill Cop's (Original Mix)"

Outro clássico colaborativo aqui, som em que Omar se junta com seu colega de Detroit, OB Ignitt. Como o título sugere, "Wayne County Hill Cop's" surge como uma trilha de abertura de um há muito perdido seriado policial. Uma brilhante, de alta qualidade, novela policialesca atochada até as guelras de batidas de cocaína, assaltos a banco, neon chuvoso, sinistramente longas cenas em clubes de strip tease, barbas saídas diretamente de pornô duvidoso, longas fitas de fumaça de charutos cubanos, avenidas intermináveis bloqueadas com faixas policiais e um chefe de polícia alcoolatra com um coração de ouro.

"Just Ask the Lonely"

Para parafrasear o infelizmente esquecido Marc Park de Peter Kay, essa é cheia de MPI: melancolia pura e inalterada.

"Strider's World"

"Strider's World" é uma tempestade, uma moeção de ficção científica que literalmente caminha através da sala, trinando e apitando maniacamente. É como um fliperama onde o objetivo do jogo é perambular através de alguns brutais e abandonados laboratórios de química em uma parte escura e esquecida da antiga União Soviética. É incrível ao invés de uma caminhada horrorosa e assustadora como o jogo pode soar. Perfeito para aquelas noites de inverno em que você quer fazer uma viagem até o mercado mais próximo para comprar comida e papel higiênico parece bem, bem importante.

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"Blade Runner"

Você gosta de ser assustado pela música? Você ouve Wolf Eyes por prazer? Você toca mixes de Regis no carro? É seu momento preferido de qualquer música a parte de "Dominator" do Human Resource quando o alarme de incêndio começa e parece que você está sendo arrastado para as próprias profundezas do inferno? Você gosta? Eis a coisa certa para você. Para o que consta esse artigo eu estou fingindo ser a minha mãe no telefone comigo, de novo, no que costa esse artigo, finja que ela achou isso tão dark e perturbador que se recusa a falar comigo por duas semanas.

"Here's Your Trance, Now Dance!!"

VAI! DANÇA AGORA! VAI!

"Flying Blind"

Essa é delicada. Super delicada. Tipo, "aperte um pouco mais forte, mas só um pouquinho, isso, assim", e ela estilhaçaria em pedacinhos. Provavelmente uma boa faixa de Omar-S para trilha sonora de transas, se você encontrar alguém que transaria com você ouvindo Omar-S ao invés de um som abafado do que quer que esteja tocando no Netflix de um laptop que agora está embaixo de uma pilha de roupas de baixo e camisetas sujas. Se você encontrar esse alguém especial, parabéns!

"Psychotic Photosynthesis"

Nenhuma lsita dos maiores hits de Omar-S até agora estaria completa sem uma menção para a faixa que é considerada sua maior. "Psychotic Photosynsthesis" — um clássico por seus próprios méritos — forma a peça central da perfeita contribuição de Smith para a série de mixes Fabric. Poucos álbuns são tão perfeitamente compassados, imaculadamente concebidos ou enlouquecedoramente maravilhosos como esse. Suas construções e mexidas e ondas, sacudindo de climax para climax. É contido no entando maximal, maleável porém firme, completamente orgânico no entanto diferente de tudo o mais que está por aí. Uma inegável obra de mestre.

Omar-S não faz social media.

Josh Baines faz.

Tradução: Pedro Moreira