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Música

Nesta Quarta Tem Boiler Room com a Metanol.fm

Acompanhe a transmissão ao vivo hoje, às 19h. E tem MUITO MAIS Metanol.fm no fim de semana da Virada Cultural.

Eu não consigo me livrar do sentimento de confusão quando penso que há menos de dez anos, eu torcia para que os artistas que eu via na televisão viessem para a minha cidade para poder vê-los ao vivo. Hoje, com streamings de shows e performances feitos por canais como o Boiler Room ou o Don't Watch that TV, eu fico esperando para que artistas e produtores que eu conheço, gosto e tento acompanhar ao vivo sempre que possível, apareçam nas telinhas e janelas do YouTube. Esse é o caso da apresentação do coletivo Metanol.fm nesta quarta (14), comandando a quarta edição do Boiler Room no Brasil.

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A turma se apresenta completa com o projeto Gaturamo às 19h, dando o início a uma semana movimentada na agenda: durante a Virada Cultural em São Paulo, no sábado, eles comandam o palco na região da Santa Efigênia com convidados dos selos Beatwise Recordings, Bliq, LOW KICK HIGH PUNCH e Step In Recordingsem uma festança de mais de 12 horas; no domingo, eles preparam um showcase especial e gratuito com a Beatwise Recordings no Red Bull Station; e pra fechar, eles trazem ao Skol Beats Factory o britânico Untold na próxima sexta (23).

Para saber como eles fazem para interligar tantos eventos e públicos diferentes em um só objetivo, o de espalhar música boa pela cidade, trocamos uma ideia com o Akin Deckard, que é ao mesmo tempo o mestre-sala e a porta-bandeira do coletivo. Na sequência, leia o papo na íntegra.

Ah, e não perca o streaming do Boiler Room aqui, e siga a página da rádio para acompanhar todos os eventos.

THUMP: Há quanto tempo vocês tem acompanhado o canal do Boiler Room, e o que pode significar a colaboração de um projeto desse com artistas locais daqui pra frente?
Akin: Desde o começo dele, em 2010, cerca de um ano depois que iniciamos as transmissões da Metanol.fm. O Boiler Room tem uma projeção global, o que é positivo no sentido de estreitar as barreiras imaginárias que dividem o que acontece no Brasil e no resto do mundo. Já faz tempo que a cena musical daqui está no mesmo nível de comparação com a cena global, acho que com a vinda do projeto pra cá teremos em mãos mais uma ferramenta de afirmação desta realidade, e isto pode ser bem importante para a projeção e crescimento dos nossos artistas.

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A Metanol já vinha transmitindo áudio e vídeo de várias de suas apresentações, na rua e em espaços fechados, sem contar a rádio. Qual a importância desse registro e que efeito tem na divulgação e criação dessa cena?
A ideia que permeia nosso trabalho é a troca e propagação de informação. As transmissões de nossas atividades de certa forma ajudam a fomentar uma cena em crescimento e a registrar a evolução de um cenário particular, o que é essencial pra entender por onde nosso trabalho segue, pois dessa forma conseguimos alinhar ideias com pessoas de outras cidades e estados, muitas vezes aqueles que nunca visitamos presencialmente.

E em relação aos eventos abertos X fechadíssimos (como o Boiler Room), existe alguma contradição com a proposta da Metanol.fm de divulgar música eletrônica nova e torná-la acessível? Como você enxerga isso?
Tentamos sempre equilibrar a balança, mas 90% dos eventos que fazemos são acessíveis a todos, a maioria com entrada franca. Como grupo, preferimos não participar de ações de caráter exclusivista, a não ser que seja algum trabalho específico, como eventos de parceiros com quem já trabalhamos. Nosso trabalho possui o mesmo direcionamento em diferentes ocasiões, dos eventos livres de rua às atividades restritas. O que define primordialmente a Metanol não é o local ou o tipo de público presente, e sim a energia que empregamos naquilo que acreditamos. A influência é sempre de dentro pra fora, e não o contrário.

Em alguns lugares e apresentações, o público do Boiler Room é criticado por ser meio paradão ou ficar com cara de paisagem, mas eu já fui em vários eventos da Metanol (e fiquei louco em quase todos) e nunca vi isso acontecer. Como o público ajuda a construir uma festa, e o que esperam da galera que vai estar presente lá hoje?
Isso depende muito do lugar onde as transmissões do Boiler Room são feitas e, em especial, quem está tocando. Muitas vezes esquecem o foco principal da música, que é o de fazer as pessoas se mexerem, e nisso temos sorte com o público que nos acompanha. A interação com quem conhece nosso trabalho é importante, pois gostamos de fazer as pessoas dançarem com o cérebro também. Difícil saber o que esperar de hoje, mas daremos nosso melhor na seleção, como sempre. O que posso afirmar é que se a galera da Pow Pow Pow colar, e mais uma bando de maluco que acompanha nosso trabalho há anos, a bagunça vai ser boa.

Quem se apresentará nessa edição? Vocês estão preparando um set ou algo em especial?
Nesta edição se apresentam MJP, Seixlack, Vekr, Soul One e eu, além do projeto Gaturamo, do L_cio e Zopelar, além do U-RSO, no comando dos visuais. Teremos live do Seixlack e Soul One, set de autorais do MJP, seleções das viagens atuais do Vekr e eu vou seguir o instinto e deixar fluir, sem ficar preso a nada, pra me manter o mais fiel possível ao espírito do que é a Metanol. Por termos todos os integrantes do coletivo reunidos em uma mesma edição, acredito que esta será algo bem especial por si só.