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Música

As soturnas Águas de Março d’A Espiral de Bukowski

Em 'Março Deságua', a dupla de improvisação experimental faz uma releitura do clássico da MPB.

O sonho do pai de Mariana Cetra, quando a 1/2 d'A Espiral de Bukowski era criança, era que ela aprendesse a tocar "Águas de Março" no piano. Embora isso nunca tenha se concretizado, nesta quarta (16) o seu Zé ganhou uma homenagem dupla: o novo EP do duo apresenta um cover da canção original, inspirada na versão do disco Elis & Tom, de 1974, e uma releitura de improvisação livre-lo-fi-experimental-o-que-você-quiser-chamá-la.

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A canção nova, entitulada "Março Deságua", é fruto de uma sessão única de gravação realizada por Mariana e sua outra metade, César Zanin, na casa deles. A dupla utilizou os típicos sintetizadores, sanfonas e até samples do próprio cover para compor o tema que, ao final, totalizou mais de vinte minutos e foi divido em quatro partes no EP.

Março Deságua marca a primeira vez que A Espiral de Bukowski de fato parou pra gravar um álbum, tendo em vista que seus lançamentos anteriores foram todos registrados em apresentações ao vivo. O formato é uma espécie de convite ao mundo do duo: se você prestar atenção, é possível ouvir barulhos da louça sendo lavada e de uma criança brincando dentro da atmosfera cósmica e soturna da canção.

"Acho que é como abrir as portas da nossa casa e convidar o ouvinte para tomar um café", diz Mariana. E César completa: "A ideia nem é mais tanto a de tentar contornar a falta de recursos materiais, mas sim a de aproximar o ouvinte, humanizar o processo artístico."

Depois dessa viagem experimental, é no mínimo refrescante ouvir Mariana e César, armados, dessa vez, somente de violão e sanfona, tocarem uma versão singela de "Águas de Março". Curta o som:

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