FYI.

This story is over 5 years old.

Música

O novo trabalho do Abdala é uma mistura de música tradicional, hip hop e religião

O goiano faz uma salada de referências em seu novo lançamento, que sai pela Propósito Recs.
"All I know is Jesus, Vishnu, Mohit, Taurus, Osiris, Odin, Muhammad all wait in line for seconds just like meThat we are put together by masses of eternal trinkets of matter from the cosmos in the bathroomAnd that they disappear and reappear like worlds between matterThat mountains, seas, and sidewalks won't justify thisBut they will serveServe like universes"

"All I know is Jesus, Vishnu, Mohit, Taurus, Osiris, Odin, Muhammad all wait in line for seconds just like me
That we are put together by masses of eternal trinkets of matter from the cosmos in the bathroom
And that they disappear and reappear like worlds between matter
That mountains, seas, and sidewalks won't justify this
But they will serveServe like universes"

As frases acima são parte de "Feb. 4 '99 (For All Those Killed by Cops)", o corte spoken-word e faixa final do disco Welcome to the Afterfuture (2015), do rapper americano Mike Ladd, em que ele faz homenagem aos mortos por violência policial. Citando nomes de diversas divindades ou termos de cunho religioso, o pedaço de verso foi o ponto de partida para que o goiano Bruno Abdala, cabeça à frente da Propósito Recs, estruturasse todo o seu novo álbum, There is no God but You – o nome da letra veio de "Holy Are You", música de 1968 da banda Electric Prunes, composta e arranjada pelo morto recentemente David Axelrod – em torno de temas que tratassem da religião.

O álbum é composto de oito faixas, cada uma intitulada com o nome de uma deidade citada no trecho, sendo a última chamada "Praise Be the Lord". Bruno adverte que as faixas não têm "nada de experimentalismo dessa vez", mas constituem-se de sonoridades eletrônicas que por vezes passam pelo hip hop – como em "Mohit", que em momentos trabalha com uma batida ligeiramente boom bap – e pela música tradicional, – como em "Vishnu" – dialogando com os trabalhos anteriores de Abdala. "São canções que mergulham em universos religiosos globais trazidos pra uma perspectiva própria de composição", diz. Ouça o disco abaixo: