Antes de Valesca, de Tati Quebra-Barraco, de MC Carol, antes (bem antes) de Ludmilla e Anitta, uma funkeira já rejeitava qualquer ideia de submissão feminina e não media palavras nas suas letras. A Deize Tigrona nunca levantou bandeiras, mas, como uma das primeiras mulheres a fazer barulho no funk carioca, não fazia o tipo "bela, recatada e do lar". Depois de implacar hits como "Sadomasoquista" e "Injeção", a funkeira chamou a atenção do Diplo, que sampleou "Injeção" em "Bucky Done Gun", da M.I.A (inclusive, as duas cantoras se apresentaram juntas quando a inglesa esteve aqui, em 2005) e ainda assinou mais duas produções de Deize, "Bandida" e "Me Chinga".Depois da track tecnobrega que lançou com Jaloo em 2012, a funkeira andava meio sumida, mas faz um retorno triunfante aqui pelo THUMP com seu novo single, "Madame". A produção da faixa é do gaúcho DJ Chernobyl, que quis unir "Miami Bass, beats novos de funk e EDM pesado". Dito e feito: a batida é o pano de fundo perfeito para a letra orgulhosa de Tigrona, uma ode a tudo o que tem de melhor no mundo: a cerveja, a maconha e o funk putaria. E avisa: "Político sai da frente / Que eu tô de fuzil na mão". Bom, o recado foi dado.Ouça o single de Deize, que sai na coletânea Disparo do Funk na Caixa:
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