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Música

Conheça o Som do Húngaro que Faz Bass Music Tropical

Conversamos com Stanislav Bendarjevsky, o produtor de Budapeste que acaba de lançar 'Sweet'.

Um dos nossos lançamentos de hoje vem de Budapeste. Stanislav Bendarjevsky é um jovem produtor húngaro cujo gosto musical nasceu no punk rock até cair nas graças do Daft Punk, do Kraftwerk, do Kavinsky e do Diplo. O cara já curtia também explorar uma bass music requentada no estilo oriental com seu pseudônimo Stas, mas hoje ele responde ao chamado de MRBL.

Ao brincar de fazer uma maçaroca experimental e descompromissada, MRBL acabou juntando uma faixa com outra e assim nasceu seu primeiro disco, Sweet. Ou, como ele me disse, deveria ter se chamado "Internet Music", porque o som dele é tipo a internet: tem um pouco de tudo. Mas "sweet" também é bem apropriado, já que a capa do disco, feita pelo próprio produtor, lembra um pirulito. Stanislav foi generoso e liberou todas as faixas de Sweet para download gratuito. O trampo saiu pela sua label Babylon Records e algumas faixas tem a participação dos seus amigos B:Azta, Skrude e Glenn Matthews.

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Pra sacar melhor qual é a do MRBL e como surgiu tanto o disco, arrumamos uma brecha nesse fuso louco de seis horas de diferença pra bater um papo. Acompanhe enquanto curte Sweet no player aí em cima:

THUMP: Como você começou a se interessar por música eletrônica e passou a produzir?
MRBL: Eu costumava ouvir punk rock, e aí uns anos atrás eu passei a me interessar por música eletrônica. Ouvia muita coisa, Daft Punk, Kraftwerk, o Kavinsky me influenciou demais. Curtia muito o Crookers das antigas, Astromar, Diplo. Não gosto muito de citar artistas porque tem muito mais do que só eles.

Comecei produzindo como Stas, ainda faço isso, é meu perfil principal. Comecei experimentando com estilos diferentes, mas acabei me apaixonando pela bass music tropical. Meu perfil principal é guiado pela bass music com um "quê" oriental. Um pouco mais de um ano atrás criei meu próprio selo chamado Babylon Records.

Por que o nome MRBL? Se pronuncia "marble" [mármore, em inglês], certo?
Sim, MRBL vem de "mármore", que significa seco, pesado, frio e belo ao mesmo tempo pra mim. Eu tento trazer esses conceitos para o meu som nesse projeto. Às vezes soa como uma música eletrônica meio boba (como em "Ladies", "Nobullshit", "Snarez"), e às vezes é bem dark e fria como "Limousine" e "Basic". Não estou focando muito em gêneros ou estilos, é só um monte de experimentos.

E as participações que rolam no disco?
No álbum você pode ouvir algumas músicas com participações dos meus amigos daqui, o B:Azta e o Skrude, e um deles usa o nome Glenn Matthews. Queria agradecer eles. O B:Azta representa a colaboração entre DJs e produtores famosos aqui de Budapeste e também a juventude revolucionária. E o Skrude é um gênio e o cara mais gentil e esforçado que eu conheci recentemente. E ele também ensina produção musical aqui em Budapeste.

Qual é o conceito de Sweet? Você tem alguma referência?
Não sei dizer, como você pode ouvir tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo no disco. É tipo a internet. Talvez eu deveria ter dado o nome de "Internet Music" (risos).

Hahahaha, é um bom nome! Tem muita coisa acontecendo, mas as músicas "combinam", é bem interessante. Você tentou encontrar uma "ordem" pra encaixar cada faixa ou foi aleatório?
Depois que percebi que o que eu estava fazendo era um álbum, passei a prestar atenção das músicas e achar uma ordem pra elas. Vou explicar. Tem diferença na velocidade, e se a ordem não tá certa parece que uma faixa é lenta demais ou rápida demais, então o ponto de vista é esse. Outro lance é que o álbum começa com "Sweet" (doce) e termina com "Bitter" (amargo). Eu sinto que "Sweet" é uma faixa de introdução, como se eu estivesse entrando na boate. Eu não planejei fazer esse disco, estava só experimentando mesmo e fazendo faixas quando eu percebi que todas juntas formavam uma imagem completa, meio louca, mas algo que combina. Assim como a capa.

Eu adorei a capa! Esses pirulitos são ótimos. Quem fez a arte?
Eu mesmo fiz a arte. Sempre faço meu próprio material, cada parte dele, incluindo os gráficos. O mesmo vale pra Babylon Records, eu faço todas as capas de lá também.

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