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Música

23 momentos essenciais da música portuguesa neste milénio

Incluindo 150 álbuns e 79 canções obrigatórias dos últimos (quase) vinte anos.
criança com t-shirt do Bons Sons
O que é nacional é bom… Agora e no futuro. Foto por Pedro Sadio no Bons Sons 2014. Cortesia Festival Bons Sons.

O que dizer sobre a música portuguesa neste milénio? Uma catrefada de novos (e bons) artistas que apareceram, temas que ficaram até hoje, iniciativas que valeram a pena, álbuns que roçaram a perfeição, festivais que exultam a produção lusa, ou as várias homenagens à generosidade de um dos "nossos".

Estes são os vinte e três momentos essenciais - concordes ou não -, que na minha opinião contribuíram para que a música portuguesa seja hoje melhor.

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23. A frontalidade e clareza de Pedro Boucherie Mendes e Manuel Moura Santos nos "Ídolos"

Quando o programa Ídolos apareceu (num update milenar do formato da Chuva de Estrelas), as opiniões de alguns júris foram mal vistas e interpretadas. Pedro Boucherie Mendes e Manuel Moura dos Santos destacaram-se pela frontalidade - ou mau feitio, como os detractores preferem sublinhar. “O povo português tem uma relação muito difícil com a verdade, porque preferimos sempre a quimera”, declarou Boucherie ao Observador, no final do ano passado. Não há como não concordar.


Vê: "O rock de ginga na anca dos The Twist Connection"


22. Regresso dos Ornatos Violeta em Paredes de Coura

O Vodafone Paredes de Coura vive fundamentalmente da alternativa proveniente do estrangeiro mas, em 2012, um dos momentos mais aguardados estava a menos de duas horas do festival (na altura com um naming diferente). Depois de um hiato de quase uma década - o último concerto tinha acontecido em Novembro de 2002, no Hard Club -, os portuenses Ornatos Violeta mostraram ser a cara da “independança” dos 90 que não perde a identidade (nisso, têm a companhia de Mão Morta, Pop Dell’Arte ou Repórter Estrábico).

Nos próximos meses, apresentam-se em várias datas para comemorar os vinte anos d’ O Monstro Precisa de Amigos.

21. A discussão sobre o valor de Conan Osiris

A dúvida anda no ar. Há quem o adore, há quem pense que a sua voz é pouco harmoniosa. Há quem julgue estarmos perante um génio, há quem comente “é esta a nossa Conchita?”. Há quem veja uma lufada de ar fresco e uma súmula de diversas referências (dentro e fora do país), outros que consideram o trabalho sobrevalorizado.

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No fim do dia, é saudável que haja debate em torno da figura excêntrica – e do sentido de humor - de Conan Osiris (sempre é melhor do que perder tempo com paixões assolapadas entre “damas e bandeiras”…). Eu também tenho uma interrogação a fazer. Afinal, o primeiro “i”, em Osiris, leva ou não acento agudo?

20. A leveza conceptual de Maria João Pires

O Centro de Artes de Belgais, em Castelo Branco, é o retrato de um país que não se rende ao centralismo de Lisboa. O espaço cultural da autoria da pianista de música clássica, Maria João Pires, tem como base um estado de espírito em busca da partilha, funcionando com uma visão interdisciplinar e como um laboratório experimental entre artistas de países distintos.

Desde o arranque do milénio tem acolhido diversas iniciativas, entre as quais a abertura para receber os interessados em fazerem um retiro musical. Na agenda de 2019, conta até Maio com dois concertos mensais da anfitriã e da arménia Lilit Gregoryan e, de Junho a Setembro, organiza o Open Air Summer Festival. O Centro de Belgais junta ao ritmo da leveza, a pulcritude arquitectónica e a tradição que nasce na oliveira. Quando perguntares ao silêncio onde ir, não surpreende se acabares algures na Beira Baixa.


Vê: "A música dos Whales a entrar na vida adulta"


19. Os novos “Júlios Isidros”

Os estilos são diferentes, mas de certa maneira têm ajudado a pôr em primeiro plano os músicos portugueses. Seja na telefonia, na TV ou nos canais digitais, eles têm um carisma inconfundível. A espuma dos dias com eles não brinca. Ouvir os seus programas é juntar diversão, informação e rasgos para canalizar para outras amenas cavaqueiras. Álvaro Costa, Fernando Alvim (criador do Termómetro Unplugged) e Rui Unas, são inevitavelmente os comunicadores de quem falamos.

18. Adeus paraíso electrónico. Olá ritmos multiculturais, festivos ou adequados a ambientes íntimos e desacelerados

A Paradise Called Portugal”. Era assim que o país era destacado na capa da revista britânica, Muzik, numa edição lançada durante a primeira metade da década de 1990. O rebuliço fazia correr multidões a discotecas onde toda a gente queria estar (Alcântara Mar, Kremlin, Climacz), a festas a que não se podia faltar (num armazém em Xabregas) e a acontecimentos em locais improváveis: as lendárias raves no castelo de Montemor-o-Velho. A indústria da música de dança floresceu agregada a um país ávido em dançar como se o amanhã não fizesse parte do calendário, à cultura DJ (de cariz house e tecno) e a êxitos como “So Get Up”, dos Underground Sound of Lisbon.

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O brilho esmoreceu e, olhando para o campo discográfico, o éden é agora outro. A electrónica como que deixou de querer ser estanque ao que se ouvia na pista de dança ou numa party no meio da Natureza e foi à dispensa à procura de condimentos que vão do kuduro ao jazz, do hip-hop aos anos 80, ou tendo como referência a mais conhecida islandesa no meio cultural.

Buraka Som Sistema, DJ Marfox e Batida, expressam o multiculturalismo patente em bairros periféricos da capital (ou da Margem Sul) e transformam-no em malhas caleidoscópicas (clip dos Buraka acima); as remisturas dos Cooltrain Crew fazem-nos querer apanhar um táxi para a galáxia da bateria e baixo; os Sensible Soccers e Gala Drop desaceleram o ritmo e crescem com detalhes indie ou de “plantação exótica” (abaixo, podes ouvir os “jogadores” em “AFG”); Surma e Isaura preferem intimidade com endereço “bjorkiano” ou “lambiano”; a criatividade de Balla, Birds Are Indie, We Trust ou Best Youth, é um bolo de laivo orelhudo com fermento pop…

…. os Loto decoram o baile de finalistas com posters dos New Order; os X-Wife “raptam” o punk e prendem-no a uma mesa de mistura; a tribuna lounge ladeia-se do “disco espacial” dos Spaceboys, do ímpeto da Orelha Negra, do requinte de Bullet e de Mourah, do namorico “samplado” de Sam The Kid (Beats Vol 1: Amor), do groove persuasivo de Rocky Marsiano e da envolvência preciosa, com pitada humorística, de David Bruno; Sequin divide-se entre a ternura caseira e um ligeiro agitar das ancas no primeiro bar da noite; DJ Ride faz “scratch” aos nossos anseios, enquanto decidimos onde continuar o serão; Moullinex, Xinobi, Mirror People, Alex FX e Miguel Torga, levam-nos pela madrugada fora; e os Dezperados (DJ) trazem com eles o sunrise e o pequeno-almoço.

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Contas feitas, a “sopa com travo electrónico” mostrou valências de quem chegou à idade adulta com tudo de bom a que se tem direito. O castelo que fique lá onde está.

17. Apresentação de singles (e telediscos) exclusivos na VICE Portugal

Defender a nossa sardinha é uma coisa tão portuguesa, como o é noutras partes do Planeta (e não é preciso que a metáfora utilize o mesmo peixe). Não sendo um órgão de comunicação social dedicado puramente às artes, a VICE Portugal tem revelado em primeira mão telediscos de artistas nacionais, na sua maioria emergentes.

Com textos incisivos de Sérgio “Guardiola” Felizardo, dá-se incentivo à robustez da música que se faz por cá. Um dos recentes exemplos é “Ninguém me avisou”, que junta Cavalheiro à “macaense” Xana. Podes ler aqui sobre a faixa e, acima, ver o clip. Novidades é também nesta casa. Fica o humilde aviso. [Nota do editor: para que não reste qualquer dúvida, o conteúdo deste artigo e as escolhas nele apresentadas são da exclusiva responsabilidade do autor, que não foi de forma alguma coagido a escrever estas linhas que humildemente agradecemos].

16. O árduo caminho da internacionalização revitalizou-se?

Redes Sociais (Youtube, Facebook ou Bandcamp) + Companhias aéreas low cost + Abertura por parte de promotores e espaços internacionais. A soma destas três componentes ajudam a reanimar o interesse de todos os artistas que desejem fazer uma perninha (ou várias) lá fora. O acesso está mais fácil e já não temos somente a gente do fado (e meandros) ou particularidades como Moonspell e Buraka Som Sistema, a fazer digressões para lá da fronteira. Claro, tudo depende da capacidade dos nossos músicos, de quem trabalha para os promover e da habitual sorte.

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Depois há estímulos para chegarmos a maiores audiências. Parcerias marcantes, como Ana Moura a cantar com os Rolling Stones, Luísa Sobral a actuar no Jools Holland ou um álbum dos The Gift a ser produzido por Brian Eno; elogios de enaltecer de Jarvis Cocker sobre The Legendary Tigerman ou de Caetano Veloso a Salvador Sobral; a singularidade de Carlos do Carmo ter recebido um Grammy (ele que faz a despedida dos palcos em Novembro); a actuação de diversos artistas em festivais de renome, como o SXSW nos EUA ou o holandês Eurosonic; e um enorme reconhecimento da UNESCO quando o Fado foi declarado como Património Imaterial da Humanidade, em 2011.

15. Sam The Kid e convidados na TV Chelas

Sam The Kid veste a pele de entrevistador e apresenta um conjunto de conversas dentro do glossário hip-hop. Acima, podes ver um dos momentos altos da sua TV Chelas ao convidar Carlão aka Pacman (dos Da Weasel). A televisão de Samuel Mira flui com estilo há quase três anos e reflecte o amadurecimento do próprio e do rap feito entre portas.

Allen Halloween, Ângela Polícia, Boss AC, Capicua, Chullage, Dealema, GROGnation, Mundo Segundo, NBC, Nerve, Papillon, Plutónio, Regula, Slow J, Supa, Valete, ou Xeg, são outros nomes que têm deixado marcas no género.

14. A ironia, a provocação e o megafone dos Homens da Luta

Há vinte e cinco anos, Pedro Abrunhosa enervava a maralha cavaquista com “Talvez Foder” – no célebre refrão que incluía “o que é que eu e tu podemos fazer?” – e este milénio as personagens Neto e Falâncio “foderam” mesmo a cabeça dos políticos. Tudo começou com sketches no programa “Vai Tudo Abaixo”, na SIC Radical, em que os irmãos Jel e Vasco Duarte se inspiraram no período revolucionário de Abril.

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O sarcasmo e a acidez dos Homens da Luta cresceu em popularidade atacando “o poder” em directo na TV e, inesperadamente, representando Portugal na Eurovisão em 2011. Em razão de termos paletes de burlões que mereciam umas mensagens de luta (pá!), é pena que estejam inactivos. Espera aí… Jel e Vasco foram avistados, numa promoção da Netflix, em Novembro último. Novas aparições a caminho? Que tragam o megafone e o “quiriquiri” de volta!

13. A memória é uma gaja exigente e precisa de um livro destes

Ler uma partitura não é para todos. Resumir a história da música portuguesa entre 1935 e 2016, em pouco mais de cem discos, então, é tarefa complicadíssima.

A propósito dos oitenta anos da rádio anteriormente conhecida por Emissora Nacional, Henrique Amaro e Jorge Guerra e Paz coordenaram um livro idealizado pela Antena 3 (por outras razões, o primeiro autor aparece nos tópicos 5 e 2). Convidaram mais de cinquenta figuras com a sapiência para relevar trabalhos icónicos e o resultado é Cento e Onze Discos Portugueses – A Música na Rádio Pública (2017). A edição tem a chancela da Afrontamento e é uma jóia para historiadores ou meros curiosos.

A gaja – a memória – está feliz da vida.


Vê: "Devoção, entusiasmo e loucura. Um documentário sobre o que é ser fã de música"


12. Concerto de angariação de fundos para as vítimas de Pedrógão

Por mais que se deseje, o Estado não consegue acudir a todos os problemas que afectam a comunidade. Mais do que saber se isso acontece por incompetência, desleixo ou simplesmente pela impossibilidade de cobrir tudo e todos, é fundamental não perder de vista a determinação da sociedade civil. Nesse sentido, foi bastante meritória a iniciativa “Juntos Por Todos” em apoio às vítimas dos incêndios em Pedrógão Grande.

No concerto que reuniu vinte e cinco artistas na Meo Arena (no final de Junho de 2017), foram angariados cerca de um milhão e duzentos mil euros, num evento transmitido em simultâneo pela RTP, SIC e TVI. A criação do espectáculo solidário partiu de Vasco Sacramento, responsável máximo da empresa Sons em Trânsito.

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11. Nove documentários para entender o que se passa cá dentro

Nem sempre é fácil explicar os movimentos dentro da música através do audiovisual. Eis nove documentários que merecem toda a tua atenção:

a) Casa das Máquinas (2016), de Rui Miguel Abreu e Eduardo Morais – Reportagens sobre vários estúdios de música em Portugal.

b) Boom Festival 20 Anos (2018), filme colectivo produção Boom Festival – Como em duas décadas passou de um festival de música trance no interior do País (Idanha-a-Nova), a uma referência intercultural e transgeracional a nível planetário.

c) Fios Bem Ligados (2016), de Eduardo Morais – Como é criar e viver da música no nosso País (com as dificuldades inerentes à profissão).

d) Movimentos Perpétuos – Tributo a Carlos Paredes (2006), de Edgar Pêra - Trabalho sobre a vida e obra do mestre da guitarra portuguesa.

e) Off the Beaten Track (2013), de João Pedro Moreira – Da Amadora para o Mundo, o caminho e a glória dos Buraka Som Sistema.

f) Rock Rendez-VousA Revolução do Rock (2015), de Ricardo Espírito Santo – A casa que marcou toda uma geração na década de 1980. Sim, podes considerar o RRV como o “CBGB” luso.

g) Tecla Tónica (2015), de Eduardo Morais A história da música electrónica portuguesa com contribuições, entre outros, de DJ Vibe e Vítor Rua.

h) Uivo (2014), de Eduardo Morais – O epicentro chama-se António Sérgio, figura que moldou os gostos de muitos músicos e radialistas que segues hoje, para não falar de um extenso número de melómanos desconhecidos. Lembras-te da XFM?

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i) Uma Só Voz (2016), de Daniel Brízido – A origem, a evolução e o actual momento do punk hardcore português.

10. Setenta e nove canções para reavivar em modo shuffle

Quantos temas é que te deram volta à cabeça este milénio? Abaixo, podes conferir uma lista de setenta e nove temas, entre calmas, mexidas, de diferentes quadrantes e mensagens. No vídeo acima, um cheirinho de 2019 com o duo Fado Bicha a reescrever um clássico popularizado por Amália Rodrigues, ou seja, “Lisboa não sejas francesa” passa a “ Lisboa não sejas racista”. Não há ninguém que faça uma adaptação de outra canção para articular sobre o crime da violência doméstica?

“60KF – Iguana Garcia”; “A Bia da Mouraria” – Carminho; “A meu favor” – Balla; “A pele que há em mim (Quando o dia entardeceu)” – Márcia com JP Simões (videoclip para ver abaixo); “AFG” – Sensible Soccers; “Amar pelos dois” – Salvador Sobral (com Júlio Resende); “Aquele grande rio” – Manuel Fúria e os Náufragos; “Beijas como uma freira” – Tiago Guillul; “Borboleta” – Foge Foge Bandido; “Blasted empire” – Blasted Mechanism; “Buzz” – They’re Heading West com Afonso Cabral; “Cachupa” – Pega Monstro; “Cantiga de amor” – Rádio Macau; “Carta” – Toranja; “Chapa 97” – Cacique 97; “Clandestino” – Deolinda; “De volta” – Chullage; “Dialectos da ternura” – Da Weasel; “Dona Ligeirinha” – Diabo na Cruz; “Ela tinha uma amiga” – Camané; “E se a bela for o monstro” – Riding Pânico; “Esquece tudo o que te disse” – Azembla’s Quartet; “Europa kaput” – 10 000 Russos; “É verdade” – Terrakota; “Everything is changing” – Rui Maia; “Feeling Alive” – Gomo; “Foi Deus” – Donna Maria; “Frescobol” – D’Alva; “H2omem” – Clã; “História” – Souls of Fire; “Horas de matar” – Mão Morta; “Kalemba wegue wegue” – Buraka Som Sistema; “Iminente” – Papillon feat. Plutónio; “Lambreta” – António Zambujo; “Lena Del Rey” – Ciclo Preparatório; “Leva-me a dançar” – Joana Espadinha;“Life ain’t enough for you” – The Legendary Tigerman feat. Asia Argento; “Linhas cruzadas” – Virgem Suta; “Lisa insana” – Cooltrain Crew feat. Kalaf & Sam The Kid; “Lisboa mulata” – Dead Combo; “Lisboa não sejas racista” – Fado Bicha;“Maasai” – Surma (continua depois do vídeo).

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“Maria Albertina” – Humanos; “Meu amor” – Luís Severo; “Meu amigo está longe” – Gisela João; “Meu mar” – Danae; “Mímica sísmica” – Mesa; “Morro na praia” – Capitão Fausto; “Mulher” – Rita Redshoes; Norte Litoral” – Duquesa; “No tempo das sereias” – Os Capitães de Areia; “Oeste” – Valter Lobo; “(Out) on the radio” – Plaza; “Parte IV/Vou-te furar meu ganda boi!” – Fat Freddy; “Partners in crime” – Birds Are Indie; “Ping-Pong” – X-Wife; “Pobre e rico” – Batida; “Poder” – Valete; “Poetas de karaoke” – Sam The Kid; “Poligamia” – Osso Vaidoso; “Popless” – GNR; Pós-modernos” – Xeg; “Radioactivity” – Beautify Junkyards; “Repressão” – Samuel Úria; “Reserva pra dois” – Branko & Mayra Andrade; “Rosa” – Rodrigo Leão; “Rosa Maria e os calores” – Miguel Torga; “Samba da maconha” – Gala Drop; “Sete pedaços de vento” – Cristina Branco; “Sexta-feira (emprego bom já) – Boss AC; “Só neste país” – Sérgio Godinho; “Só te falta seres uma mulher” – B Fachada; “Someone that cannot love” – David Fonseca; “Throwback” – Orelha Negra; “Time (better not stop) – We Trust; “Tributo” – Dealema; “Valsa quase anti-depressiva” – Quinteto Tati; “Vanishing boys” – Post Hit; “Vayorken” – Capicua.

09. Homenagens ao generoso Zé Pedro

“Todos os teus amigos e os meus têm histórias com o Zé Pedro, fotografias com o Zé Pedro e a certeza universal que o Zé Pedro era o gajo mais generoso do rock em Portugal. O gajo mais transversal. O mais puto de nós todos. E, por uma vez, ninguém está a exagerar. Ninguém. Tudo o que o Zé Pedro fez para lá dos Xutos, do Johnny Guitar, à rádio, às campanhas de luta contra a droga ou de sensibilização para a hepatite C, aos DJ sets, às outras bandas todas, fê-lo com uma coisa a que, preguiçosamente, mas assertivamente só podemos chamar de generosidade. Olhava-se para ele e via-se”. Ler o texto completo da VICE Portugal, aquando do falecimento do músico, em Novembro de 2017, aqui.

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Um dos mais recentes tributos foi feito pela TAP, que baptizou um avião da frota com o seu nome. Acima, podes ver o membro dos Xutos & Pontapés (que celebram quatro décadas por estes dias) a ser entrevistado por Ana Sousa Dias, no programa “Por Outro Lado” (RTP), em 2002.

08. O fabuloso destino da cena de Barcelos

Não é galo, é empenho, persistência e doses maciças de talento. Podia ser a Coimbra em tempos idos, a “Madchester” sem o peso das drogas e, contudo, qualquer comparação seria redundante. A música oriunda de Barcelos tem deixado as suas garras bem vincadas e a prová-lo estão os nomes que têm saído da segunda fornada depois de Astonishing Urbana Fall, Kafka, This Isn’t Luxury e Weird Nox terem dado os passos iniciais. E nem todos têm a electricidade das guitarras ligada à ficha.

A saber: 10 000 Russos, Alto, Aspen, BiarooZ, Black Bombaim (acima, a faixa de abertura do LP Titans), Dear Telephone, Duquesa, Gator-The Alligator, Glockenwise, Green Machine, Indignu, Killimanjaro, La La Ressonance, Loops, Okkur, Phase, Repressão Caótica, Solar Corona, The Classified, The Partisan Seed, ou Villa Nazca.

O pormenor-puro maior desta cena? A excepcional piscina “intercontinental” que representa o festival Milhões de Festa.

07. O “perdidos e achados” de António Variações que originou os Humanos

Houve super bandas em plano médio-alto, só que esta chegou a um patamar intangível. Camané, David Fonseca, Hélder Gonçalves, João Cardoso, Manuela Azevedo, Nuno Rafael e Sérgio Nascimento, merecem receber os louros por terem executado na perfeição os temas “perdidos” de António Variações, entregues pelo seu irmão Jaime Ribeiro ao administrador da EMI, David Ferreira.

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Os Humanos obtiveram imenso sucesso junto de um público-alvo bastante heterogéneo – com idades que podiam ir dos 10 aos 70 –, rubricando performances que pareciam verdadeiros arraiais populares (acima, a interpretação de “Maria Albertina” no Coliseu de Lisboa). Passados quinze anos da edição do disco homónimo, era soberbo se os sete magníficos pudessem reunir-se novamente. São muitas as saudades do pop/rock purpurina.

06. Memorável Eurovisão 2017 com o trio Salvador, Luísa e Júlio

“Os manos Sobral e o pianista Júlio Resende podem revelar toda a humildade que lhes vai na alma; encarar tudo o que se tem passado com uma normalidade intocável (os irmãos receberam de Marcelo o grau de Comendador da Ordem do Mérito); mas de uma agradável realidade não se livram. O seu tema não ficará ligado à Eurovisão como um simples vencedor efémero. Será, para sempre, um dos que reluz no meio do ‘fogo de artifício’ habitual. A era “youtubiana ” - com o universo dos likes e as versões noutras línguas - assim o comprova. É formidável e reconfortante. Obrigado aos três”. O texto completo da VICE Portugal, publicado em 2018, aqui.

Mas, não negando o quão saborosa foi a vitória, há vida para além deste momento histórico que levou Portugal a vencer pela primeira vez a Eurovisão. No ano passado, Júlio Resende lançou Cinderella Cyborg, Luísa Sobral editou Rosa e o novo disco de Salvador Sobral, Paris, Lisboa, chega no final deste mês. Salvador e Júlio também fazem parte da banda Alexander Search.

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05. O encanto da Optimus Discos (depois NOS Discos)

Henrique Amaro, histórico radialista que tem sido preponderante para a disseminação da música portuguesa, é o principal rosto da Optimus Discos (mais tarde rebaptizada NOS Discos). Iniciada há dez anos, a plataforma disponibiliza gratuitamente (via download) os álbuns de músicos que, em muitos casos, têm dificuldade em ver o seu trabalho editado. Lembre-se que, à época da sua criação, o streaming era praticamente inexistente.

Bezegol, Blaya, Emmy Curl, Francis Dale, Frankie Chavez, Johnwaynes, Madame Godard, Mendes & João Só, Margarida Pinto, Minta & The Brook Trout, Nicotine’s Orchestra, Nigga Poison, O Clube, Octa Push, Osso Vaidoso (ouvir “Poligamia” acima), Real Combo Lisbonense, StereoBoy, Tiguana Bibles, Xungaria no Céu, Youthless, e uma “pazada” de outros músicos, fizeram parte desta estupenda e romântica ideia do seu director artístico.

Desde o último trimestre de 2018, o projecto está inactivo e a ser reavaliado. Esperemos que regresse e consiga recuperar o fulgor que já teve.

04. Bruno Nogueira mostra os lados C e D da denominada música “pimba”

Quando o trajecto de Bruno Nogueira é lembrado, muitos ainda o citam como um dos “doidos” do Curto-Circuito (SIC Radical) ou o gajo que falou do “senhor do bolo”, numa edição dos Globos de Ouro da SIC. O trabalho n’ Os Contemporâneos, o desempenho em O Último a Sair ou em Odisseia (todos na RTP), mostra que é um dos privilegiados a chegar ao topo da pirâmide no plano humorístico – só mesmo comparável ao Gato Fedorento.

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Para além da passagem pelo teatro e de ser um dos autores de Sara (distinguida como a melhor série de 2018 na VICE Portugal), Bruno Nogueira, em parceria com João Quadros, desvendou o lado C da música “pimba”. Deu a conhecer os bastidores dos concertos e ensaios, entrou no quotidiano dos músicos, viu as suas dificuldades e fez com que os espectadores sentissem o pulsar de um universo tantas vezes olhado com preconceito. E, como é seu apanágio, em “Som de Cristal” (SIC, 2015) faz rir os convidados e quem está sentado no sofá (dar uma espreitadela no vídeo acima).

A reforçar o elo de ligação com a experiência vivida no programa, criou o espectáculo Deixem o Pimba em Paz (já disponível em disco), onde conta, entre outros, com a melhor cantora do espectro pop/rock em Portugal, Manuela Azevedo. O repertório passa pela desconstrução de temas de José Malhoa, Ágata, Marante, Marco Paulo ou Mónica Sintra.

03. O país que não deve ser esquecido e a auto-estima segundo Tiago Pereira

No Portugal profundo, a desertificação e o envelhecimento reflectem sinais de uma lividez galopante que não tem tido o cuidado necessário dos agentes políticos. As assimetrias são mais que muitas entre Litoral e Interior, escasseando soluções para que a fuga desse País esquecido não seja (fatal e) total.

Com o projecto “A música portuguesa a gostar dela própria”, desenvolvido pela mente brilhante de Tiago Pereira (dos Sampladélicos), somos confrontados com diversos mundos dentro de um País que não deve negar um passado (ainda presente) fora dos grandes centros – escutar acima “O caralhão da Ribeira”, por Aida Lourenço, de Monção/Alto Minho.

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Apanhando a boleia do site, lê-se que o espólio audiovisual disponível, desde 2011, “visa criar uma consciencialização para o conhecimento e importância de um património vivo e muitas vezes esquecido de tradição oral, cantigas, romances, contos, práticas sacro-profanas, músicas, danças e também gastronomia. Esta consciencialização, que é essencialmente um mecanismo de alfabetização da memória, lembra-nos de que é urgente documentar, gravar e reutilizar fragmentos da memória de um povo”. Touché.

02. Beleza portuguesa (em palco)

A dois meses das eleições que vão escolher os nossos representantes para o Parlamento Europeu, é justo dizer que no campeonato dos festivais estamos na primeira Liga do Velho Continente. Um dos principais beneficiados são os músicos portugueses. As estruturas que organizam os eventos estão cada vez melhores e os promotores têm gerido a contratação do “produto” luso sem qualquer tipo de desconfiança – ver porquê no ponto 1.

Na linha da frente do território festivaleiro, nada acontece por acaso e há uma estratégia para fazer emergir o valor nacional. No Vodafone Paredes de Coura, no NOS Alive (que até criou um palco para o fado), no NOS Primavera Sound, no Super Bock Super Rock, no MEO Sudoeste, ou no Rock in Rio (especialmente no palco alternativo da Vodafone), o contingente escolhido está longe de entrar no alinhamento por causa do bilhete de identidade ou pela necessidade de atingir uma quota mínima.

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Dos gigantes para outro tipo de grandes, há nove festivais que têm resultado amplamente junto do público. De um lado temos o Super Bock em Stock (antigo Mexefest, antigo Super Bock em Stock), o Milhões de Festa e o Tremor (nos Açores) que apostam na alternativa; o MED, em Loulé, e o FMMSines que alavancam o cardápio na World Music; ou o OuTonalidades, um circuito de música ao vivo com origem em Águeda; do outro, temos o Bons Sons, as Noites Ritual Rock e a D’bandada (este tendo Henrique Amaro como um dos organizadores), com cartazes unicamente preenchidos com a prata da casa. Dos últimos três, só o Bons Sons se realizou em 2018 e já tem o próximo encontro marcado de 8 a 11 de Agosto - acima, um vídeo sobre as experiências de vários intervenientes no certame. Desta vez, a aldeia de Cem Soldos, no distrito de Santarém, vai acolher a décima edição em treze anos.

Ao falar-se de divulgadores, seria injusto deixar de fora a dedicação incansável de editoras (das pequenas às multinacionais), das empresas de agenciamento, dos lojistas, dos media (que floresceram na plataforma digital) e dos “gostos de milhares de fãs que ajudam a relevar o trabalho dos músicos.

Por fim, é de referir que ao longo das últimas duas décadas o país apetrechou-se de uma rede de teatros (novos ou renovados), apareceram espaços de pequena/média dimensão e nasceram associações culturais a norte, sul e nas regiões autónomas. Tudo converge para que haja mais palco para ver e ouvir a beleza portuguesa em diversas áreas e, por conseguinte, faz com que o país seja menos cinzento.

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01. A qualidade das edições discográficas

Do jazz ao fado, do hip-hop à pop, do rock à electrónica ou através de outros géneros musicais, as edições discográficas em Portugal têm tido um crescimento profícuo em termos qualitativos. Numa amostra de cento e cinquenta discos lançados entre 2000 e 2018, ilustramos a diversidade existente e confirmamos o orgulho de viver no meio de criativos de excelência. Há quem faça parte de uma ou mais bandas/projectos e há quem tivesse arcaboiço para aparecer em duplicado, com outros álbuns da sua autoria. Preferimos, todavia, não repetir artistas.

Quase, de certeza, há uma mão cheia de registos que fazem parte das tuas preferências. Acertámos ou já não te lembras do que ficou lá atrás? (no final do texto, o teledisco do tema-título da banda sonora de Esquece Tudo o Que Te Disse, filme realizado por António Ferreira). É tempo de fazer rewind na matéria dada. E, se for necessário, pede ajuda à tua mãe para escolheres os melhores discos deste milénio… até ao momento (acima, o vídeo "Morro na Praia", dos Capitão Fausto).

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Capa do disco “How Can We Be Joyful in a World Full of Knowledge ”, de Bruno Pernadas.

1. ABSTRAQT SIR Q Extimolotion (2010)
2. ALDINA DUARTE Quando Se Ama Loucamente (2017)
3. ALEX FX Echomental (2016)
4. ALLEN HALLOWEEN Híbrido (2014)
5. AMÉLIA MUGE Periplus (2012)
6. A NAIFA Canções Subterrâneas (2004)
7. ANA MOURA Para Além da Saudade (2007)
8. ANAQUIM As Vidas dos Outros (2010)
9. ANTÓNIO ZAMBUJO Quinto (2012)
10. AZEMBLA'S QUARTET Esquece Tudo o Que Te Disse (2002)

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11. BALLA A Grande Mentira (2006)
12. BATIDA Dois (2014)
13. BEAUTIFY JUNKYARDS Beautify Junkyards (2013)
14. BENJAMIN/BARNABY KEEN 1986 (2017)
15. B FACHADA B Fachada (2009)
16. BERNARDO SASSETTI Nocturno (2002)
17. BIZARRA LOCOMOTIVA Mortuário (2015)
18. BLACK BOMBAIM Titans (2012)
19. BRO-X Beyoncé (2012)
20. BRUNO PERNADAS How Can We Be Joyful in a World Full of Knowledge (2014)

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  1. BULLET The Lost Tapes (2002)
    22. BUNNYRANCH Luna Dance (2006)
    23. BURAKA SOM SISTEMA Black Diamond (2008)
    24. CACIQUE 97 We Used To Be Africans (2016)
    25. CALHAU! Quadrologia Pentacónica (2011)
    26. CAMANÉ Como Sempre… Como Dantes (2003)
    27. CAPICUA Sereia Louca (2014)
    28. CAPITÃO FAUSTO Capitão Fausto Têm Os Dias Contados (2016)
    29. CARLOS BARRETTO TRIO Radio Song (2002)
    30. CARLOS BICA & AZUL Look What They've Done To My Song (2003)

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31. CARLOS DO CARMO À Noite (2007)
32. CARMINHO Fado (2009)
33. CAVE STORY West (2017)
34. CHULLAGE Rapressão (2012)
35. CLÃ Lustro (2000)
36. CONAN OSIRIS Adoro Bolos (2017)
37. CONJUNTO CORONA Cimo de Vila Velvet Cantina (2016)
38. COOLTRAIN CREW Southeast D'N'B' Flavas Remixes (2007)
39. CRIATURA Aurora (2016)
40. CRISTINA BRANCO Ulisses (2005)

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41. D'ALVA #batequebate (2014)

  1. DANÇAS OCULTAS Tarab (2009)
  2. DAVID BRUNO O Último Tango em Mafamude (2018)
    44. DAVID FONSECA Sing Me Something New (2003)
    45. DAVID MARANHA Marches of the New world (2007)
    46. DA WEASEL Re-Definições (2004)
    47. DEAD COMBO Lisboa Mulata (2011)
    48. DEOLINDA Canção ao Lado (2008)
    49. DIABO NA CRUZ Virou! (2009)
    50. DINO D' SANTIAGO Mundu Nóbu (2018)

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51. DJ MARFOX Revolução 2005-2008 (2015)
52. DJ RIDE Turntable Food (2007)
53. DUQUESA Norte Litoral (2017)
54. ERMO Lo-Fi Moda (2017)
55. FAT FREDDY Fanfarras de Ópio (2003)

  1. FILII NIGRANTIUM INFERNALIUM Hóstia (2018)
    57. FILIPE FELIZARDO Guitar Soli for the Moa and the Frog (2012)
    58. FILIPE SAMBADO Filipe Sambado & Os Acompanhantes de Luxo (2018)
    59. FOGE FOGE BANDIDO O Amor Dá-me Tesão/Não Fui Eu Que Estraguei (2008)
  2. FRANGO Nada Miles (2008)

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61. HUMANOS Humanos (2004)
62. GAITEIROS DE LISBOA Avis Rara (2012)
63. GALA DROP II (2014)
64. GALANDUM GALUNDAINA Senhor Galandum (2009)
65. GISELA JOÃO Gisela João (2013)
66. GLOCKENWISE Plástico (2018)
67. GOMO Best Of (2004)
68. JANITA SALOMÉ Em Nome da Rosa (2014)
69. JOANA BARRA VAZ Mergulho em Loba (2016)
70. JOANA GAMA+LUÍS FERNANDES At the Still Point of the Turning World (2018)

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Capa do disco “II”, de Gala Drop

71. JOÃO BARRADAS Directions (2017)

  1. JOÃO PAULO ESTEVES DA SILVA TRIO Brightbird (2017)
    73. JORGE PALMA Voo Nocturno (2007)
    74. JOSÉ MÁRIO BRANCO Inéditos 1967-1999 (2018)
    75. JP SIMÕES 1970 (2006)
    76. JÚLIO RESENDE You Taste Like a Song (2011)
    77. KOLME Kolme (2012)
    78. KUBIK Metamorphosia (2005)
    79. LINDA MARTINI Linda Martini (2018)
    80. LOBSTER Sexually Transmited Electricity (2007)

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81. LOOSERS For-All-The-Round-Suns (2005)
82. LOTO The Club (2004)
83. LUÍS SEVERO Luís Severo (2017)
84. LULA PENA Troubador (2010)
85. MÃO MORTA Primavera de Destroços (2001)
86. MANUEL FÚRIA & OS NAUFRAGOS Viva Fúria (2017)
87. MÁRCIA (2011)
88. MARIA JOÃO E MÁRIO LAGINHA Chorinho Feliz (2000)
89. MARIA JOÃO PIRES Complete Solo Recordings (2014)
90. MARIZA Fado em Mim (2001)

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  1. MARTA REN & THE GROOVELVETS Stop Look Listen (2016)
    92. MAZGANI The Poets Death (2017)
    93. MEDEIROS/LUCAS Terra do Corpo (2016)
    94. MELECH MECHAYA Aqui em Baixo Tudo é Simples (2011)
  2. MIGUEL TORGA Hexágono Amoroso (2014)
    96. MÍSIA Para Amália (2015)
    97. MOONSPELL Night Eternal (2008)
  3. MOULLINEX Hypersex (2017)
  4. MOURAH From One Human Being To Another (2003)
  5. NBC Toda a Gente Pode Ser Tudo (2016)

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101. NERVE Auto-Sabotagem (2018)
102. NOISERV Almost Visible Orchestra (2013)

  1. NORBERTO LOBO Pata Lenta (2009)
    104. NUNO PRATA Todos os Dias Fossem Estes/Outros (2006)
    105. OLD JERUSALEM April (2003)
    106. ORELHA NEGRA Orelha Negra (2012)
    107. OS PONTOS NEGROS Magnífico Material Novo (2009)
    108. OSSO VAIDOSO Animal (2011)
    109. PAPILLON Deepak Looper (2018)
    110. PEGA MONSTRO Casa de Cima (2017)

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111. PEIXE : AVIÃO Madrugada (2010)
112. PZ Mensagens da Nave Mãe (2015)
113. QUINTETO TATI Exílio (2004)
114. RAFAEL TORAL Space (2006)
115. RICARDO RIBEIRO Hoje é Assim, Amanhã Não Sei (2016)
116. RICHIE CAMPBELL Lisboa (Mixtape, 2017)
117. ROCKY MARSIANO Outside the Pyramid (2008)
118. RODRIGO AMADO TRIO & JEB BISHOP Burning Live at Jazz ao Centro (2012)
119. RODRIGO LEÃO Cinema (2004)
120. SAM THE KID Beats Vol.1: Amor (2002)

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121. SAMUEL ÚRIA Carga de Ombro (2016)
122. SARA TAVARES Fitxadu (2017)
123. SEAN RILEY & THE SLOWRIDERS Farewell (2007)
124. SEI MIGUEL/PEDRO GOMES Turbina Anthem (2011)
125. SENSIBLE SOCCERS 8 (2014)
126. SEQUIN Born Backwards (2018)
127. SÉRGIO GODINHO Ligação Directa (2006)
128. SINISTRO Sangue Cássia (2018)
129. SLOW J The Art of Slowing Down (2017)
130. SPACEBOYS Sonic Fiction (2003)

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131. STEALING ORCHESTRA The Incredible Shrinking Band (2003)
132. SUPA Shift (2008)
133. SURMA Antwerpen (2017)
134. TAPE JUNK Tape Junk (2015)
135. THERIOMORPHIC Enter The Mighty Theriomorphic (2005)
136. TERRAKOTA World Massala (2010)
137. THE GIFT Film (2001)
138. THE LEGENDARY TIGERMAN Femina (2009)
139. THE PARKINSONS A Long Way to Nowhere (2002)
140. THE VICIOUS FIVE Sounds Like Trouble (2008)

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141. THE WEATHERMAN Jamboree Park at the Milky Way (2009)
142. TIAGO GUILLUL IV (2008)
143. TIAGO SOUSA Um Piano Nas Barricadas (2016)

  1. VÁRIOS ARTISTAS Amália Revisited (2005)
    145. VÁRIOS ARTISTAS Movimentos Perpétuos/Música Para Carlos Paredes (2003)
    146. VIRGEM SUTA Virgem Suta (2009)
    147. WORDSONG Al Berto (2002)
    148. WRAYGUNN Shangri-la (2007)
    149. X-WIFE Feeding The Machine (2004)
    150. YOU CAN’T WIN CHARLIE BROWN Marrow (2016)


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