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Música

Um Sucinto Porém Jovial Glossário da Música Eletrônica: Letra 0 e A

Mastigamos gêneros, termos técnicos, referências culturais e piadinhas internas para te ajudar a entender o complexo e maravilhoso mundo da eletrônica.
O grande gênero da música eletrônica visto de fora pode parecer uma confusão sem tamanho. Olhando de dentro também é um pouco, pra falar a verdade. De qualquer forma, preparamos este pequeno glossário para você entender um pouco melhor esse estilo de som em suas inúmeras encarnações. Alternamos em ordem alfabética alguns termos técnicos com verbetes que tentam explicar sucintamente também os distintos gêneros, subgêneros e derivações, para viabilizar uma superficial organização mental do que foi produzido em toda a história da música eletrônica. A ideia não é dar um guia definitivo, mas sim elucidar alguns pontos espefíficos dentro dessa grande sonoridade cósmica e artificial. Comecemos, obviamente, pelo faneco que compreende os numerais e a lentra A:

O grande gênero da música eletrônica visto de fora pode parecer uma confusão sem tamanho. Olhando de dentro também é um pouco, pra falar a verdade. De qualquer forma, preparamos este pequeno glossário para você entender um pouco melhor esse estilo de som em suas inúmeras encarnações. Alternamos em ordem alfabética alguns termos técnicos com verbetes que tentam explicar sucintamente também os distintos gêneros, subgêneros e derivações, para viabilizar uma superficial organização mental do que foi produzido em toda a história da música eletrônica. A ideia não é dar um guia definitivo, mas sim elucidar alguns pontos espefíficos dentro dessa grande sonoridade cósmica e artificial. Comecemos, obviamente, pelo faneco que compreende os numerais e a lentra A:

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2-STEP: Também conhecido como 2-step garage, é um estilo que veio do Reino Unido, estebelecido mais pro final dos anos 90. Sabe aquele bate-estaca típico de música eletrônica do THUM THUM THUM THUM [N. do E.: inclusive, o nome THUMP vem dessa onomatopeica versão inglesa do Nosso Puts Puts] que acordava seu bairro inteiro às 4h30 da manhã com sua avó xingando muito? Esse bumbo nervoso é o que marca o começo de cada compasso em vários gêneros de música eletrônica, especialmente os derivados de techno e house, acentuando assim a cabeça do tempo 4/4. O 2-step tem esse nome justamente por não seguir esse padrão - os "steps" seriam as duas vezes que o bumbo grave toca nos quatro compassos, usando outros elementos rítmicos como chimbal e caixas para manter a atenção da galera, criando um padrão ritmico mais quebrado, que iniciaria mais pra frente outras derivações como o famigerado dubstep.

ABLETON LIVE: O Live é um dos DAW (Digital Audio Workstation) mais usados hoje em dia, voltado tanto para a apresentação ao vivo quanto para a gravação e produção de música. Programas como o Live emulam tudo o que um produtor precisaria para fazer seu som único: sintetizadores, samples, baterias eletrônicas, sequenciadores, efeitos, tudo ao alcance do seu laptop, que passa a correr sério risco de levar um banho de cerveja no meio da pista de dança.

ACID: Não estamos falando da droguinha. Um sintetizador de baixo que surgiu em 1982, o TB-303 da Roland, alterou profundamente a gama de sons disponíveis para a produção de música eletrônica introduzido ao leque dos produtores e compositores dos gêneros eletrônicos timbres ásperos, agressivos e, mais importante, definitivamente artificiais. A partir desses novos sons vários subgêneros surgiram, geralmente com o prefixo acid, como o acid house, acid techno, acid breaks, etc. Cada um com seu som particular, mas todos tendo em comum os timbres introduzidos com esse sintetizador.

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Ouve o alemão mostrando o TB-303 e você vai sacar do que estamos falando.

ACID JAZZ: Não tem nada a ver com o verbete acima. Um fruto do funk dos anos 70 com o jazz de todas as épocas e o hip hop dos anos 80, embora participe do gênero de música eletrônica para dançar. Depende muito mais de instrumentos reais (sopros, guitarra, baixo), tanto nas gravações quanto nas apresentações ao vivo, do que os outros gêneros eletrônicos. Imagina o tipo de som que o Jamiroquai fez para aquele filme do Godzilla dos anos 90. Agora desimagina.

ADSR: Attack/decay/sustain/release, os quatro parâmetros que formam a base do som da maioria dos sintetizadores, definindo como o som irá se comportar a partir de quando a tecla for ativada até quando ela for solta. A alteração esses parâmetros faz a nota ativada pelo sintetizador se comportar de maneira muito diferente. Um som de percussão, por exemplo, praticamente não tem sustain, enquanto um sintetizador que emule o som de cordas tem um ataque maior.

AFTERTOUCH: Em sintetizadores, os parâmetros mais sutis da dinâmica de um instrumento acústico são reproduzidas de diferentes formas. O aftertouch é a possibilidade de alterar a pressão de uma tecla após ela já ter sido apertada, assim mudando algum parâmetro do som. Em alguns casos se refere a toda a expressão da tecla inclusive a força com a qual ela é ativada inicialmente.

AGGROTECH: Gênero iniciado ao final dos anos 90 derivado do electro industrial, que pega típicas bases de bateria THUM THUM THUM aceleradas do techno, e sobrepõe melodias mais agressivas e os beats maquinísticos do industrial.

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AMBIENT: Toda música, seja ela erudita ou popular, tem no ritmo um de seus pilares fundamentais, mas com toda a experimentação no século vinte deram uma boa bagunçada nesses parâmetros tradicionais. Nos anos 70, alguns malucões como Brian Eno, Robert Fripp, o mago francês dos teclados Jean Michel Jarre e Vangelis começaram um gênero de música eletronica lenta e baseada nos timbres mais etéreos dos sintetizadores. A intenção é trabalhar mais com texturas, timbres e camadas sonoras do que com estruturas construídas e sustentadas a partir de elementos rítmicos. De forte penetração na música eletrônica posterior através de gêneros como dark Ambient e ambient house, que já reintroduziam o ritmo em suas estruturas. Praticamente todos os maiores gêneros de música eletrônica introduzidos nos anos 80 e 90 tem alguma vertente "mais ambient", como o trance, psy, break beat, etc. Responsável também pelos melhores nomes de música como "A Huge Ever Growing Pulsating Brain that Rules from the Centre of the Ultraworld" do grupo inglês The Orb.

AMBIENT DUB: Dub é o primo mais lerdo e doidão do reggae, com grande ênfase em reverb, ecos e efeitos sonoros malucos. É um som feito por produtores de música ao invés de ser o som característico de uma típica banda. Ambient dub é o seu desenvolvimento mais voltado para o eletrônico com forte ambientação espacial, efeitos e musicas mais longas do que é confortável para a maioria das pessoas. E não, o dub não deu origem ao dubstep.

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ARPEGGIATOR: Função em sintetizadores, ou softwares, que permite o instrumento seguir uma sequencia específica de notas tocando apenas um acorde ou nota inicial. Sabendo programar direitinho um sintetizador você pode tocar uma sinfonia polifônica apertando no máximo umas cinco teclas. Um bom arpeggiator em ordem aleatória também dá aquela ótima trilha sonora para seu roteiro de ficção científica com o típico som do futuro.

ATTACK (ou Ataque mesmo, em português): A primeira parte do som dos parâmetros ADSR. Em um sintetizador ele define a rapidez pela qual uma nota irá chegar a seu pico. Saca aquelas ambientações nervosas de um bom som new age? O ataque daqueles synths está nas alturas. Saca a vibe do mestre Kitaro para entender o que um ataque bem colocado pode fazer pela sua meditação transcendental.

O Pedro Graça tenta deixar o mundo mais sábio no Twitter também: @pedrograca

Adquira ainda mais cultura lendo o que já publicamos no Glossário:

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